“... que ele cresça, e eu diminua.” - Testemunho de Ademir Costa

Testemunho vocacional

“… que ele cresça, e eu diminua.” (Jo 3,30)

AdemirEssas palavras de João Batista, no Evangelho de João, marcaram minha vocação, pois esta é consequência da minha experiência de batismo no Espírito Santo.

Recordo-me de que, no ano de 1996, voltando daquela experiência de oração, desejava deixar tudo e doar a vida para Deus, como sacerdote, pela evangelização. Ainda naquele primeiro fervor, lembro-me de que refletia sobre o serviço de Deus e a humildade, pensava em ser como “tapete” para os irmãos, a fim de que a obra de Deus acontecesse na vida deles, e muitos pudessem fazer a mesma experiência que fiz.

Nesse tempo, rezei muitas vezes com esta passagem, “… que ele cresça, e eu diminua.”. Eu tinha uma enorme gana de servir ao Senhor. Desejava trabalhar para Ele na Igreja, mas de maneira que somente Jesus aparecesse. Nunca usando do serviço de Deus para minha exaltação pessoal e autopromoção. E foi o que aconteceu.

Durante três anos, meu serviço foi nos bastidores, uma profunda vida de intimidade com Deus. No serviço da Igreja, ficava na Capela do Santíssimo, como um simples intercessor dos grupos de jovens e nas experiências de oração da paróquia. Ele crescia em minha vida e vocação, e eu diminuía. Sabia que tudo provinha d’Ele em minha vida. Nesse tempo, o fogo vocacional permaneceu vivo. Porém, a voz de Deus pedia para esperar passar a empolgação inicial para dar passos. Três anos mais tarde, resolvi dar passos concretos no meu chamado.

Conheci a Canção Nova nesse período inicial de caminhada e encantei-me pela obra, pela espiritualidade e a forma de vida missionária, ainda como a possibilidade de ser padre dentro dessa comunidade.
No ano 2000, fui chamado para fazer os encontros vocacionais, mas recebi, já no segundo encontro, uma resposta negativa para minha vocação na comunidade. Tive um sentimento de recusa de Deus, de inutilidade vocacional. “Briguei” com Deus, mas permaneci fiel. Porém, ainda continuou viva uma brasa da vocação a fumegar em meu coração. Ela permaneceu viva, pela graça de Deus, por quatro anos. Nesse tempo, continuei servindo a Deus em minha paróquia. Foi um longo tempo de deserto interior.

Em 2004, Deus me tirou desse deserto e devolveu-me a esperança vocacional. Consegui, por graça divina, retomar o caminho vocacional com a Canção Nova; sempre trazendo para a minha vocação as palavras de João Batista: “… que ele cresça e eu diminua”. Depois de dois anos de vocacional, com muitas provações, ingressei na comunidade em 2007. Já membro da comunidade, essa passagem sempre me acompanhou, foi como uma bússola para minha vocação.

Quando o orgulho humano tentava se sobressair em mim, as correções de Deus vinham forte sobre minha vocação, sempre acompanhada por essa passagem do Evangelho de João. Por isso, escolhi como lema do meu diaconato essa passagem: “…que ele cresça, e eu diminua.” (Jo 3,30).
Alguns comentaristas bíblicos narram que, com essas palavras, João Batista desaparece dos Evangelhos. Rezo a Deus e peço a graça de que isso também aconteça comigo, que eu desapareça e somente Jesus apareça por meu ministério. Amém!

Ademir Costa

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