Monsenhor Jonas Abib fala sobre a Misericórdia do Pai

Mons. Jonas Abib é o reitor e o inspirador do Santuário do Pai das Misericórdias que no dia de ontem abriu a Porta da Misericórdia, uma belíssima cerimônia presidida pelo bispo de Lorena Dom João Inácio Miller que na ocasião ordenou 8 novos diáconos para a Igreja, todos membros da Comunidade Canção Nova.

Hoje, 21, em comemoração ao seu aniversário natalício, 79 anos, queremos presentear você com alguns textos onde o Reitor do Santuário com muita sabedoria e fé fala sobre a Inspiração do Santuário e o Amor Misericordioso do Pai.

 

O Santuário do Pai das Misericórdias acolhe o filho que volta para a casa do Pai

Tudo na minha vida e na vida da Canção Nova nasce da inspiração divina. Costumo dizer que são apenas 10% de inspiração e 90% de transpiração, ou seja, obedientes à vontade de Deus e à inspiração divina, arregaçamos as mangas e colocamos em prática o que o Senhor nos pede.

Assim aconteceu naquele segundo domingo após a Páscoa – Festa da Misericórdia. Era o ano de 2002 e eu estava num encontro de PHN na cidade de Araras (SP). Logo cedo, o Senhor me deu a Palavra de 2 Cr 7,15-16: “Meus olhos estarão abertos e os ouvidos atentos à oração feita neste lugar. Pois agora eu escolhi e santifiquei esta Casa dedicada ao meu nome para sempre. Meus olhos e meu coração estarão voltados nela todo o tempo”.

Deus foi trabalhando em mim essa Palavra e, ao fim do dia, quando celebrei a Missa de encerramento da festa, fui movido a proclamar e a consagrar a Canção Nova como “o lugar da Divina Misericórdia”, onde as pessoas pudessem trazer suas esperanças e misérias na confiança de serem atendidas. Lugar da ilimitada vontade de Deus Pai em receber Seus filhos para terem concretamente uma experiência com a Sua misericórdia.

Jonas Abib-ve-o-santuarioMais uma vez, vivenciei a inspiração divina em minha vida, e agora era hora de colocá-la em prática. A certeza era de construir um grande Santuário, uma obra arquitetônica capaz de acolher os milhares de peregrinos que visitam a Canção Nova todos os anos. No entanto, vi que a vontade de Deus Pai era para ir mais além: toda a Canção Nova ser esse grande Santuário da Divina Misericórdia. Isso significa que todos nós somos escolhidos, consagrados para sermos o coração, a face, o sorriso de Jesus para o outro, a fim de que aquele que chegasse em nossa casa, no primeiro momento, sentisse a confiança e o amor do próprio Cristo na Sua infinita misericórdia.

Não se trata, porém, de apenas propagar a devoção à Divina Misericórdia, mas experimentar a Sua misericórdia em nós. Para isso, o Senhor nos forma, cada um de nós individualmente e todos nós num só corpo, para sermos os portadores da Sua misericórdia. Mais que uma divina inspiração, uma missão linda que o Senhor nos concede: sejamos o Grande Santuário da Divina Misericórdia.

A Canção Nova é a Casa da Divina Misericórdia

Nós somos bem-aventurados, porque acreditamos sem ter visto. Acreditamos na imensa misericórdia do Senhor e, por isso, recebemos essa graça. E porque a recebemos, somos também anunciadores da misericórdia divina do Senhor.

Portanto, temos de levar essa misericórdia para os nossos irmãos, para os da nossa casa, da nossa escola, do nosso trabalho. Há uma multidão de pessoas precisando saber da misericórdia do Senhor, experimentá-la para, assim, voltar ao braços do Pai, como o filho pródigo.

Mais uma vez, quero entregar ao Senhor a Canção Nova, para que ela seja verdadeiramente a casa da Divina Misericórdia. Esse é o tempo favorável; somos privilegiados por vivermos o tempo da misericórdia.

Veja o Álbum de fotos da Construção do Santuário

O Pai das Misericórdias faz festa com o retorno de Seu filho!

O Santuário do Pai das Misericórdias é um recorte do céu. Deus quis pegar um pedaço do céu excelente, da Sua misericórdia, trazê-lo para Terra e colocá-lo aqui em nosso meio. E aí está a grande preciosidade!

Felizes todos aqueles que vierem atraídos pelo Senhor, todos aqueles com problemas, sem nenhuma outra esperança a não ser a misericórdia do Pai. Inclusive aqueles que, mesmo sem perceber, são atraídos pelo Senhor e voltam para Ele como o filho pródigo, esfarrapado, cansado, desfigurado pelo pecado.

Quando o filho chegou, ele havia perdido tudo, principalmente a dignidade. Ele se sujeita a pedir ao pai: “Trata-me como a um dos seus empregados. Mas o pai, ao contrário, chamou os seus empregados e pediu: peguem a melhor veste e troquem o meu filho. Coloquem nele vestes de festa, roupas novas, ponham anel nos seus dedos, calçados nos seus pés (cf. Lc 15, 11-32).

Esse santuário é, especialmente, um lugar de perdão. Quando estávamos para escolher o nome, vinha ao nosso coração um templo dedicado ao Pai, porque são pouquíssimas igrejas dedicadas a Ele. Era uma ousadia, mas insistente a inspiração. Por outro lado, um templo dedicado à misericórdia. E, graças a Deus, foi possível unir “Pai” e “Misericórdia”.

Muita gente estranha essa expressão “Pai das Misericórdias”. É interessante mesmo, porque os hebreus não tinham superlativos, como nós os temos: ‘grandíssimo’, ‘magnífico’… Então, muitas vezes, para fazer o superlativo, eles usavam o plural. Por isso, ‘Pai das Misericórdias’ é o Pai da misericórdia imensa, sem medida, infinita, o Deus de toda consolação, que nos conforta em todas as tribulações. E quem de nós não tem tribulação?

Pai das misericordias cheioA Palavra nos diz que Jesus, vendo as multidões, compadeceu-se delas, sofreu com elas, porque estavam cansadas e abatidas como ovelhas que não têm pastor (cf Mt 9,36). É isso que o Senhor quer fazer neste Santuário: ter um contato de Pai para filho com as pessoas, com o Seu povo. Sei que virão em grande quantidade para este Santuário, para esta casa de Deus. E, sem dúvida, Jesus fará a obra que é necessária para a restauração de cada coração.

A palavra restauração é muito linda, significa devolver a uma situação primitiva, como era de início, diferente de apenas consertar. A obra d’Ele neste Santuário será de restauração, como nos mostra o mosaico do Santuário do Pai das Misericórdias.

Cada um de nós precisa dessa graça. O Pai faz festa com o retorno do Seu filho! O filho se joga nos braços do Pai, e este olha com ternura para ele que estava morto e foi encontrado.

O Senhor me deu uma Palavra, uma inspiração para o Santuário do Pai das Misericórdias”

Na segunda carta aos Coríntios, no capítulo 3, lemos aquilo que foi inspiração para o Santuário do Pai das Misericórdias: “Bendito seja Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das Misericórdias e Deus de toda a consolação”.

Ele nos consola em todas as nossas aflições, a fim de que também nós possamos consolar os que se encontram aflitos. Então, está aí a definição d’Aquele que é o Senhor do Santuário.

Ele é o Pai das Misericórdias e Deus de toda consolação. A parte que nos cabe é justamente consolar os aflitos, acolhê-los, escutá-los e ajudá-los no encontro com a misericórdia do Pai.

Eu convido você a pedir a Deus a graça de ter um coração acolhedor, que saiba ouvir e ajudar aqueles que precisam da misericórdia do Senhor.

O Pai das Misericórdias espera, porque sabe que um dia o filho vai voltar

Todos nós conhecemos a parábola do filho pródigo, narrada no Evangelho de Lucas, no capítulo 15. Essa linda passagem, que nos fala sobre a volta do filho pródigo, na verdade poderia ser chamada de a “parábola do pai pródigo”, porque ser pródigo quer dizer esbanjador, gastador. Muito mais do que aquele filho esbanjar a fortuna da família, o pai “esbanjou” perdão, misericórdia e amor àquele filho que voltou para seus braços, para o lar.

É muito mais a “parábola do pai pródigo”, porque o próprio Jesus nos disse: “Sereis misericordiosos como vosso Pai celeste é misericordioso”. E como aquele pai foi misericordioso! A que ponto chega sua misericórdia para com o filho

Esse pai que nos fala a parábola é Deus Pai para conosco. O filho cometeu a maior – desculpe-me a expressão –, “burrada” da sua vida. Ele prejudicou toda a família, porque, naquele tempo, uma herança não era em dinheiro, ou seja, era em forma de divisão de terras, gados, ovelhas e plantações. Então, para o pai poder dividir e dar ao filho que reclamou a parte que lhe cabia, ele “estragou” toda a sua fortuna, o resultado do trabalho de uma vida inteira. E o que faz aquele filho? Pegou tudo e foi para uma terra longínqua, foi “torrar” os bens de seu pai numa vida desregrada.

Quando ele começou a passar necessidades, resolve voltar para casa. O pai o aguardava, porque seu coração dizia que, um dia, seu filho iria voltar. Seu coração lhe dizia diariamente: “Um dia ele vai voltar”. E o pai o avistou de longe.

Na verdade, o pai percebeu o que o filho estava voltando, longe, mas na direção de sua casa. Então, o pai tomou a iniciativa e foi em direção ao filho; quando o encontrou, abraçou-o, cobriu-o de beijos e devolveu-lhe toda sua dignidade. Sim, porque o filho perdeu tudo, inclusive sua dignidade. Suas vestes estavam em estado lastimável, seu corpo era uma miséria só. O pai o colocou numa túnica nova, devolveu seu anel, que era o símbolo justamente da filiação que ele tinha perdido, ou talvez vendido, e devolveu até mesmo suas sandálias. Depois, chamou os criados para realizar uma grande festa: “Porque este meu filho estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado”.

O filho-pródigo-deixou-a-casa-do-PaiJesus está dizendo: “É assim a misericórdia do nosso Pai”. Aparece também, na parábola, a figura do filho mais velho que, ouvindo os sons das músicas e das danças, quis saber o que estava acontecendo, e o servo lhe falou da volta de seu irmão. Ele ficou com muita raiva e não quis entrar. O pai, com toda sua misericórdia, saiu ao encontro desse filho e percebeu que ele estava com raiva, fazendo “birra”, não queria entrar na festa, festejar a volta do irmão. O filho mais velho disse ao pai: “Eu o servi a vida inteira, obedeci-lhe sempre e nunca me deste nem mesmo um cabrito para eu festejar com meus amigos”. E o pai insiste com o filho: “Meu filho, este teu irmão estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado”.

Assim é a misericórdia do nosso Pai. O que Jesus fez com essa parábola foi nos ensinar que precisamos ser misericordiosos, como o Pai celeste é misericordioso: “Não são as pessoas com saúde que precisam de médico, mas as doentes. Não é a justos que vim chamar, mas a pecadores” (Mc 2,17).

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Você é o filho pródigo que precisa voltar para Deus!

Sinto Jesus dizendo, como disse em outra ocasião: “Quem não tem pecado, que atire a primeira pedra”. O Senhor está curando muitas mulheres que tiveram sentimentos de culpa na sua sexualidade. Muitas até por causa do marido, que as obrigou a fazer certas coisas que elas não queriam, forçando-as a viver situações dolorosas. Elas trazem em si um sentimento de culpa, que foi lançado pelo inimigo sobre elas.

Mulheres que foram obrigadas a fazer aborto, Deus as está curando desse sentimento de culpa. Hoje, é o encontro do Pai com o filho, pois este voltou para casa. E o Pai quer devolver a paz a Seu filho.

Há mulheres que se sentem indignas por coisas que aconteceram na sua sexualidade. Até mesmo aquelas que ficaram sem o seu marido e, carentes de afeto, foram atrás de outros homens. O Senhor quer consertar toda a sua vida.

Mulheres e homens que, afetivamente, não encontraram o amor que esperavam, o respeito e a dignidade. Talvez, você não esteja decepcionada somente com o seu casamento, mas com a sua vida. E, assim, psicológica e afetivamente, você foi se arrastando pela vida.

Hoje, o Senhor está curando você. Ele cura mulheres que não querem mais ter filhos, por causa das situações que aconteceram na vida delas. Jesus lhe diz hoje: “Eu sou Pai e lhe perdoo. Assim como acolhi o filho pródigo, eu a acolho. Eu sou o seu Pai e quero perdoá-la. Quero também tirar todo esse sentimento de culpa que está sobre você. Venha a mim, eu sou o Pai das Misericórdias”.

Assista a essas pregações e saiba mais:

O Pai misericordioso e seus dois filhos

Cura do filho pródigo

O toque da misericórdia de Jesus

Reze pedindo ao Pai um coração misericordioso

Oração:

Nós pedimos, Pai, nos dia de hoje, que aprendamos o ensinamento de Jesus, que realmente sejamos misericordiosos com nosso irmão. Que façamos bem a nossa parte, que nos esmeremos em acolher os Teus filhos perdidos, que agora retornam. Que façamos festa, que os devolvamos à dignidade, que lhes devolvamos a melhor túnica, o anel da filiação, as sandálias dos pés, porque eles são dignos. Tinham perdido a dignidade humana, mas eles são dignos, tão dignos como nós, embora tenham errado, pecado, se afastado. Dá-nos, ó Pai, essa graça! Não somos melhores do que ninguém, apenas temos o privilégio, a graça de termos sido salvos na frente. Dá-nos, ó Pai, essa graça.

Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo, para sempre seja louvado!

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