Quem são os profetas de hoje?

Nessa semana, a 14ª do tempo comum a liturgia dominical quer iluminar a nossa caminhada de fé e nos ajudar a dar passos sem medo de enfrentar as dificuldades. Na primeira leitura (Ez 2,2-5) o homem escolhido é Ezequiel para ser profeta, para falar em nome do Senhor, o profeta anuncia as maravilhas do Senhor e denuncia as irregularidades que afrontam a fé.

Deus escolheu Ezequiel e o alertou sobre as dificuldades “Filho do homem, eu te envio aos israelitas, nação de rebeldes” (2,3), como pode o Criador falar assim do seu povo, pois é sempre quando o povo ou o homem se afasta dos mandamentos, da lei de Deus e vive a desobediência esse se torna um rebelde. Como estamos diante de Deus? Como encaramos os mandamentos? Eu acolho a Palavra? Eu ouço os profetas? Quem são os profetas de hoje?

No Evangelho (Mc 6,1-6), Jesus foi a sua terra natal, Nazaré, e viveu a rejeição, os moradores estavam admirados com sua sabedoria e milagres, no entanto ainda tinham apenas uma visão superficial “não é o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago…” (aqui não precisamos nos deter na questão dos irmãos, porque irmãos ou primos são traduções equivalentes e no episódio da cruz, se Jesus tivesse irmão não teria confiado a João os cuidados com a mãe) ou seja “alguém de nosso meio, gente simples sem nada de extraordinário”. Assim as pessoas de seu povoado o viam.

Hoje em dia isso ainda acontece, muita gente admira Jesus e aproveita para ganhar um dinheiro através de livros, revistas e documentários que focam sua personalidade, a capacidade de respostas de Jesus, tudo isso até interessante, mas ainda superficial. Para nós cristãos Jesus não foi apenas um grande homem, uma grande personalidade, para nós Jesus é O Profeta, O Salvador da humanidade.

Foi esse Profeta, foi esse Salvador que Paulo anunciou com palavras e com a vida, porém seguir Jesus, ser seu discípulo/apóstolo não significa ter “vida mansa”, o apóstolo Paulo relatou em suas cartas as mais diversas provações por ser profeta de Cristo. Na 2ª leitura desse 14º domingo do Tempo Comum (2Cor 12,7-10) de maneira especial ele relata “um espinho na carne”, ele não deixa claro que espinho é este, mas clamou para que fosse retirado, contudo Deus o consolou com as palavras “basta-te a minha graça”.

Que grande consolo recebeu Paulo “basta-te a minha graça”, mas ele não era um servo de Cristo? Como pode um servo, um filho sofrer? Aqueles se deixam encontrar por Deus, que passam a fazer parte da família de Deus, pelo batismo, aqueles que fazem e teem um encontro pessoal com Jesus recebem muitas graças, mas nem por isso deixam de sofrer as consequências de tal seguimento, infelizmente nem todos aceitam Jesus, nem todos querem a Salvação, parece estranho que as pessoas não queiram coisas boas, normalmente se quer coisas boas, Jesus não é só “uma coisa boa”, Jesus é a Boa Nova do Pai e acolhê-Lho significa deixar muitas coisas, até coisas aparentemente boas, mas que não são capazes de salvar e não salvam.

Por isso muita gente prefere as trevas, o mal, mas tudo isso está muito bem maquiado e parece bonito e gostoso e até certo ponto é, no entanto essas “coisas boas” escravizam, só Jesus salva. Hoje eu e você precisamos escutar a voz da Igreja, precisamos escutar os profetas que anunciam o Salvador Jesus Cristo e denunciam as obras do mal. Vamos escutar os profetas, vamos fazer uma boa escolha, vamos abandonar aquilo que nos escraviza, que nos prende e aderir Àquele que liberta e salva, Jesus Cristo.

Pe. Marcio Prado

Vice reitor do Santuário do Pai das Misericórdias

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