A força da intercessão: "Orar sempre, sem jamais desistir"

“Também vós cooperais para isso, com vossa oração por nós; assim esta graça que tivermos obtido por intercessão de um grande número de pessoas se tornará para muitos ação de graças em nosso favor” (2 Cor 2,11).

O dom da intercessão é uma graça concedida àqueles que constroem em si uma vida de oração, não se torna intercessor de imediato, mas é uma graça que, à medida vamos orando, se nos abrirmos ao Espírito Santo, ele mesmo nos revelará este dom inefável que nos permitirá orar até mesmo por quem não conhecemos. E por que orar por quem não conhecemos? Porque acreditamos que Deus não desistiu de ninguém e continua a trabalhar para que todos aceitem a salvação de Jesus, Seu Filho unigênito.

E como orar sempre, sem jamais desistir? Esse é um caminho a ser trilhado todos os dias; mesmo nas facilidades e dificuldades da vida, devemos cultivar o hábito da oração. Santa Mônica, celebrada hoje pela Igreja em todo o mundo, nos dá o exemplo de que a oração gera fruto, é fecunda e chega ao coração de Deus. Essa mulher, esposa e mãe, não teve vida fácil, e nos deixa o exemplo, porque não apenas rezou pela salvação da alma de seu filho Agostinho, como de seu esposo também, que era pagão, violento e infiel como a maioria dos homens da época de sua terra natal (Tagaste, África, hoje Argélia). Mas algo interessante nos chama a atenção na vida de Santa Mônica, porque a santidade não é um título, mas fruto de uma vida que se baseia nos 10 mandamentos.

Ela não só rezava pela conversão de seu esposo e de seus filhos, mas para a salvação de suas almas, e rezava para suportar todas as tribulações, para os ganhar para Cristo, e ela realmente ganhou, pois, como a maioria dos homens da época eram violentos, infiéis e batiam em suas esposas, seu esposo Patrício nunca a bateu ou ameaçou, a respeitou em toda a sua vida e na obra caritativa e espiritual que fazia. Isso chamou a atenção de outras mulheres que tinham também maridos violentos e que apanhavam deles constantemente, então perguntaram a Mônica o que ela fazia, e a santa não perdeu a oportunidade de ensinar as mulheres que lhes procurava os segredos da vida de oração e de tudo fazer sem buscar o próprio interesse, mas o interesse de Deus.

Série Ano da Oração: “Orar sempre, sem jamais desistir”

Crédito: AndreyPopov / GettyImages

Somos chamados a ser pessoas de oração. Se soubéssemos o que poderíamos conquistar por meio da oração voltada ao querer de Deus, rezaríamos muito mais, não perderíamos tempo com coisas fúteis, mas nos aplicaríamos a interceder. A Igreja sempre nos alerta sobre a importância da oração, pois a Palavra de Deus está repleta de exemplos e das promessas de Deus a quem se dedica a este feito. Uma forma de nos aplicarmos à oração é seguirmos o estímulo que a Igreja nos propõe em preparação ao Jubileu da Esperança em 2025. Estamos no ano da oração, e o subsídio que o Dicastério para a Evangelização da Santa Sé destaca são estas palavras do Papa Francisco logo no início: A oração deve ser para o cristão «o respiro da vida» (Audiência Geral, 9 de junho de 2021) espiritual, capaz de nunca ser interrompida, «nem mesmo enquanto dormimos», afirma o Papa, e sem a qual faltaria aquele ato vital que nos mete em relação com o Pai.

Se estamos no Ano da Oração, apliquemo-nos em rezar, porque a oração nos traz esperança, confiança e a força de Deus para que suportemos as dificuldades. Não há quem reze e não alcance milagres, vitórias e se abra à graça de Deus. Não adianta pensarmos que a oração deve ser algo esporádico ou instantâneo, mas deve permear a nossa vida e gerar transformação interior. Muitas pessoas cometem enganos e não colhem os frutos da oração porque simplesmente acham que devem apenas rezar, mas esquecem que precisam, sim, fazer com que a oração frutifique primeiro em sua vida.

Não desista de rezar. Não busque os seus interesses na oração. Busque a Deus, e eu tenho a certeza de que você colherá mais frutos do que ficar o tempo todo suplicando pelo que você enxerga e vê.

Deus o abençoe!