Consolai o vosso Deus
As aparições de Fátima estão subdivididas em três ciclos: O Angélico (1916), o Mariano (1917) e o Cordimariano (1925, 1926 e 1929). Em cada ciclo podemos contemplar uma parte integrante desta importante mensagem de Deus para a humanidade: a mensagem de Fátima.
Conforme afirmou a Ir. Lúcia nas suas “Memórias”, as aparições do Anjo aconteceram na primavera, verão e outono de 1916 e deram início ao ciclo das aparições de Fátima, sendo ele o precursor das aparições da Santíssima Virgem que confirmou o seu veemente apelo: “Consolai o vosso Deus” (Memórias da Ir. Lúcia, p. 171).
Já, na primeira aparição, o Anjo interpela as três crianças à confiança dizendo: “Não temais. Sou o Anjo da Paz”. E, em seguida, os convida à oração: “Orai comigo: [..] Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-Vos. Peço-Vos perdão para os que não crêem, não adoram, não esperam e não Vos amam” (Memórias da Ir. Lúcia, p. 169). Assim, verifica-se que em sua mensagem, o Anjo traz o selo das três virtudes teologais: a fé, a esperança e a caridade. Essa oração convida-nos, portanto, para uma profunda confiança em Deus, a partir da vivência da fé, que se traduz na esperança de que em Deus seremos salvos. Bem como nos move a corresponder ao Seu amor que transborda ao próximo, principalmente, por meio da intercessão: “Peço-Vos perdão para os que não crêem (…)”.
Orai! Orai muito!
Na segunda aparição, o Anjo os interpela novamente à oração e, também, à prática de sacrifícios: “Que fazeis? Orai! Orai muito! Os Corações de Jesus e Maria têm sobre vós desígnios de misericórdia. Oferecei, constantemente, ao Altíssimo orações e sacrifícios” (Memórias da Ir. Lúcia, p. 170). Mostra-lhes que Deus tem, para eles, desígnios de misericórdia e os prepara para enfrentar a todos os obstáculos que experimentariam por causa da missão que lhes seria confiada. Assim, desde já, são introduzidos na mística da oferta de si mesmos a Deus, e começam a compreender que o sacrifício imbuído do amor de Deus, por menor que seja, tem um grande valor.
Na terceira aparição, Lúcia, Francisco e Jacinta são conduzidos pelo Anjo à adoração e recebem a Eucaristia: “Tomai e bebei o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo horrivelmente ultrajado pelos homens ingratos. Reparai os seus crimes e consolai o vosso Deus” (Memórias da Ir. Lúcia, p. 171). Essa experiência mística foi tão marcante às suas vidas, a ponto do Francisco, depois desse acontecimento, sentir-se chamado a consolar a Deus no Sacrário, tornando-se um adorador profundamente apaixonado por “Jesus escondido” e o maior modelo de contemplação entre os três. E, a partir de então, essas três almas especialmente escolhidas por Deus, comprometeram-se a ofertar-Lhes suas vidas em reparação, por todos os “homens ingratos”, a partir da oração e da prática de penitências, tanto no corpo, como na alma. Então, consolar a Deus tornou-se o grande ideal de suas vidas.
Essa mensagem introduzida pelo Anjo e depois aprofundada por Nossa Senhora, foi levada a sério pelos pastorinhos, a ponto de serem elevados à honra dos altares. Os santos Francisco e Jacinta Marto, bem como a Ir. Lúcia (que está em processo de beatificação), convidam-nos com o testemunho que deixaram, a viver essa espiritualidade como via de santidade e caminho seguro para alcançarmos a salvação eterna.
Seu Imaculado Coração seria refúgio que conduziria a Deus
Veremos no mês seguinte, onde iremos abordar o ciclo Mariano, a Virgem Maria afirmar que o Seu Imaculado Coração seria refúgio que conduziria a Deus. Posteriormente, verificaremos que no ciclo cordimariano, Ela pede a Devoção Reparadora dos Cinco Primeiros Sábados, para consolar o Seu Imaculado Coração e nos promete a salvação. “Olha, minha filha, o Meu Coração cercado de espinhos que os homens ingratos a todos os momentos Me cravam, com blasfêmias e ingratidões. Tu, ao menos, vê de Me consolar e diz que todos aqueles que durante 5 meses, ao 1° sábado, se confessarem, recebendo a Sagrada Comunhão, rezarem um Terço e Me fizerem 15 minutos de companhia, meditando nos 15 mistérios do Rosário, com o fim de Me desagravar, Eu prometo assistir-lhes, na hora da morte, com todas as graças necessárias para a salvação dessas almas” (Memórias da Ir. Lúcia, p. 192).
Consolar a Deus e Sua Santíssima Mãe, reparando Seus Corações, trata-se, portanto, de um apelo a ser vivido cotidianamente, especialmente em cada primeiro sábado do mês, cientes de que, praticando o que nos foi pedido, atualizaremos em nossa vida esse tão forte e urgente apelo.
Em cada primeiro sábado do mês, o Santuário do Pai das Misericórdias, oferece aos peregrinos essa espiritualidade reparadora. A Devoção Reparadora tem início a partir das 10h, com a oração do Santo Terço, seguida de uma catequese sobre a Mensagem de Fátima e, depois, os quinze minutos de meditação da Palavra. Esse momento reparador encerra-se com a Santa Missa, às 12h. Em cada ato reparador colocamos a intenção de reparar o Coração Imaculado de Maria que, certamente, acolhe a nossa intenção, confiando-nos ao Coração Misericordioso de Deus, sempre disposto a acolher os corações que O buscam com amor e sinceridade.
Áurea Maria,
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Pai das Misericórdias e Deus e toda consolação, ouvi-nos.
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