6º Domingo TC | A Lei do Amor é natural para o cristão

6º Domingo do Tempo Comum
Eclo 15,16-21; Sl 118; 1Cor 2,6-10; Mt 5,17-37

“É natural viver o amor”

Em todo lugar e em várias situações o ser humano e, na verdade, toda criação esta sujeita a uma ordem, a uma regra. A natureza possui as suas “regras”. Uma planta não surge como planta, ela é antes de tudo uma semente, precisa de um terreno, de água, sol e tempo para brotar e crescer. No caso da planta existe uma regra natural que ela segue. No caso do homem acontece algo semelhante, nenhum ser humano passa a existir do nada, primeiro há o encontro entre um homem, quando se casam, relacionam-se sexualmente e geram um vida, normalmente após nove meses a criança nasce, após isso cresce e se desenvolve… Percebe-se que há uma lei natural na criação.
Com o tempo, além da lei natural, o homem precisou criar outras regras para bem viver, para organizar a vida e a sociedade. Na história do povo de Deus ter um regra também seria necessário. Na leitura do livro do Eclesiástico a orientação vem acompanhada de uma promessa: “Se quiseres observar os mandamentos, eles te guardarão; se confias em Deus, tu também viverás”(15,16).
Na realidade bíblica, observar os mandamentos não se trata apenas de uma vida boa em sociedade, mas vai além, trata-se acima de tudo de fazer a vontade de Deus. É muito mais do que viver bem neste mundo, mas a garantia é de uma vida futura, a vida eterna.
E a Lei do Antigo Testamento se tornou arcaica? Jesus garantiu que não, quando disse que não veio abolir, mas cumprir toda Lei. Ainda reforçou que era necessário obedecer o mandamento do Senhor e ensinar os outros corretamente.

Obediência aos Mandamentos do Senhor

A lei no mundo civil é necessária para garantir a ordem diante de tantas realidades, culturas, pensamentos… A obediência ao Mandamento de Jesus também é necessário para viver bem a fé, e não somente viver a fé e se isolar do mundo, mas para tornar o mundo melhor a partir da Lei de Cristo.
DSC_7111

Praticar a justiça que Jesus ensina é a vivência da Palavra de Deus. ( Foto: cancaonova.com)

O ensinamento que Cristo deu partiu da justiça “Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos fariseus, vós não entrareis no Reino dos Céus” (Mt 5,20). Praticar a justiça que Jesus ensina é a vivência da Palavra de Deus, a partilha dos bens materiais. Se eu tenho algo e posso partilhar com quem não tem, é questão de justiça partilhar com o outro. Quando Jesus citou o “Não matar”, ele ensinou que não se trata apenas de tirar a vida física de alguém, mas o homicídio que acontece quando se xinga o outro.
Depois, Jesus ensinou que antes de ofertar algo a Deus, se deveria ir buscar a reconciliação com o irmão. Hoje em dia, até independentemente se é cristão ou não, porém, principalmente para um cristão, é preciso que as pessoas dialoguem, cheguem num acordo, perdoem-se e não se matem.
Na questão do casamento um outro alerta que não está arcaico, que deve ser observado é o valor dessa união entre homem e mulher. O que se espera de um casal? Fidelidade, sinceridade e amor. Por que muitas vezes a sociedade vai mal? Porque a família vai mal, já ensinava S. João Paulo II. Certas ideologias infelizmente estragaram muitas famílias que perderam certos valores acima mencionados, Se os pais não vivem e não ensinam, então os filhos irão viver o quê? Os filhos viverão aquilo que aprenderem com os de fora. Jesus valorizou a família e defendeu a união indissolúvel. É preciso dizer que se a pessoa já foi casada na Igreja e se junta a outra pessoa, ela (ou o casal) está em pecado.
Claro que, infelizmente, muitos casamentos não deram certo, muitos podem não ter existido, porém para isso é necessário que uma das parte procure o Tribunal Eclesiástico de sua diocese. No entanto, o que Jesus quer dizer quando fala da família e da indissolubilidade do matrimônio? Ele quer dizer que o matrimônio é algo sério e o casal é chamado a imitá-Lo. Assim como Ele (Jesus) amou e se entregou, por amor, à humanidade, assim deve ser o matrimônio cristão. Como Cristo foi fiel, homem e mulher são chamados a fidelidade.

Os Mandamentos do Senhor trazem vida

Por fim, viver o mandamento de Jesus não deve ser encarado como um peso. Calma! Cada pessoa deve acolher o mandamento tendo em vista que, primeiro, o mandamento serve para fazer a vontade de Deus. Segundo, viver o mandamento porque Ele viveu primeiro por amor a nós. Terceiro, viver o mandamento para viver bem aqui na terra e, mais ainda, chegar a vida eterna. Que o Pai nos ajude a viver a Lei de Cristo, a regra do amor. Se é uma regra de amor ainda que seja desafiadora é possível vivê-la, porque para o cristão o mandamento do amor é natural e não um peso. Assim como para Cristo era normal viver o amor, para o cristão é natural imitá-Lo, é normal viver o amor.
Pe-Marcio-José-do-Prado-VICE-REITOR-150x150

Padre Marcio José do Prado

Deixe seu comentários

Comentário