A vocação e a missão da família na Igreja

A VOCAÇÃO E A MISSÃO DA FAMÍLIA NA IGREJA E NO MUNDO CONTEMPORÂNEO

A III Assembléia Geral Extraordinária, convocada pelo Papa Francisco, foi realizada de 5 à 19 de outubro de 2014 e tratou sobre a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo.

O site do Santuário do Pai das Misericórdias disponibiliza este documento. Para ler na íntegra, clique aqui.

Ventre de alegrias e de provações, de afetos profundos e de relacionamentos por vezes feridos, a família é verdadeiramente ‘escola de humanidade'(cf. Gaudium et Spes, 52), cuja necessidade é fortemente sentida. Não obstante os numerosos sinais de crise da instituição familiar nos vários contextos da ‘aldeia global’, o desejo de família permanece vivo, de forma especial entre os jovens, motivando a Igreja, perita em humanidade e fiel à sua missão, a anunciar incessantemente e com profunda convicção o ‘Evangelho da família’, que lhe foi confiado mediante a revelação do amor de Deus em Jesus Cristo e ininterruptamente ensinado pelos Padres, pelos Mestres da espiritualidade e pelo Magistério da Igreja. A família adquire para a Igreja uma importância totalmente particular e, no momento em que todos os fiéis são convidados a sair de si mesmos, é necessário que a família volte a descobrir-se como protagonista imprescindível da evangelização. O pensamento dirige-se ao testemunho missionário de numerosas famílias.

Arquivo CN/ cancaonova.com

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O contexto sociocultural

 Uma das maiores formas de pobreza da cultura contemporânea é a solidão, fruto da ausência de Deus na vida das pessoas e da fragilidade dos relacionamentos. Existe também uma sensação generalizada de impotência em relação à realidade socioeconômica, que frequentemente acaba por esmagar as famílias. É assim devido às crescentes pobreza e precariedade de trabalho, que por vezes são vividas como um verdadeiro pesadelo, ou por causa de uma fiscalidade demasiado pesada, que certamente não encoraja os jovens ao matrimônio. As famílias sentem-se não raro abandonadas pelo desinteresse e pela escassa atenção por parte das instituições. As consequências negativas do ponto de vista da organização social são evidentes: da crise demográfica aos obstáculos educativos, da dificuldade de aceitar a vida nascente ao sentir a presença dos idosos como um peso, até ao propagar-se de um mal-estar afetivo que às vezes chega à violência. O Estado tem a responsabilidade de criar as condições legislativas e de trabalho para garantir o porvir dos jovens e para os ajudar a realizar o seu projeto de fundar uma família.

O olhar sobre Jesus e a pedagogia divina na história da salvação

O próprio Jesus, referindo-se ao desígnio primordial sobre o casal humano, confirma a união indissolúvel entre o homem e a mulher, não obstante diga: ‘Por causa da dureza do vosso coração, Moisés tinha tolerado o repúdio das mulheres; mas no princípio não era assim’ (Mt 19, 8). A indissolubilidade do matrimonio (‘Portanto, não separe o homem o que Deus uniu’ Mt 19, 6), não deve ser entendida antes de tudo como um ‘jugo’ imposto aos homens, mas sim como um ‘dom’ oferecido às pessoas unidas em matrimônio. Deste modo, Jesus demonstra que a condescendência divina acompanha sempre o caminho humano, purifica e transforma com a sua graça o coração endurecido, orientando-o para o seu princípio, através do caminho da cruz. Dos Evangelhos sobressai claramente o exemplo de Jesus, que é paradigmático para a Igreja. Com efeito, Jesus assumiu uma família, deu início aos prodígios na festa nupcial em Caná e anunciou a mensagem relativa ao significado do matrimônio como plenitude da revelação que resgata o desígnio originário de Deus (cf. Mt 19, 3).

Pai das Misericórdias e Deus de toda consolação, ouvi-nos!

 

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