Dor sentida, dor oferecida

Sexta-feira, 03 de abril de 2020 – 5ª Semana da Quaresma

Jr 20,10-13; Sl 17; Jo 10,31-42;

Será que existe alguém no mundo que tem uma vida tranquila? Nenhuma dificuldade consigo, com o outro, com as estruturas ao seu redor? Será que existe alguém que não se espanta com nada, que não se incomoda com nada? 

Acredito que sua resposta seja: “Desconheço alguém assim”. 

A liturgia de hoje revela um profeta, Jeremias, que relata seu sofrimento diante da perseguição, mesmo quem serve a Deus passa por dificuldades. Por volta do ano 650 a.C., o profeta Jeremias defendia a aliança do Senhor, opôs-se aos pactos políticos que os sucessores do rei Josias, infelizmente, fizeram com os egípcios. Compactuar com outros povos significava infidelidade ao Senhor, quebra da aliança. 

:: Ter a forma de um Artista

Jeremias, como homem de Deus e profeta, denunciou tal pecado. Por isso, foi perseguido pelas autoridades de sua época. Na leitura, percebe-se que, o que Jeremias passou foi uma prefiguração do sofrimento de Cristo.

Jeremias sofreu a perseguição. Acredito que, todos sofrem, sendo de Deus ou não. Porém, aqueles que buscam agradar a Deus, embora sofram, conseguem colocar sentido naquela dor e superá-la porque olham para Deus.

:: Oração ao Pai das Misericórdias

No Evangelho, de fato, Cristo, o Filho de Deus, sofreu a perseguição das autoridades religiosas e do povo. O que fez Jesus enfrentar tais dificuldades foi o compromisso com o Pai, foi o amor aos pecadores. Jesus foi fiel a fim de estabelecer a Nova Aliança em Seu sangue.

Você já ouviu falar ou já falou “tudo que vem fácil vai fácil” ou “só se valoriza algo quando se perde?”. Normalmente, quando ganhamos algo não valorizamos tanto quanto algo que foi batalhado, sofrido, ou, só valoriza-se quando perdemos. Precisamos dar valor a tudo, desde o ar que respiramos até “aquele” bem material. 

Gratidão

Hoje, nós precisamos valorizar a doação, o amor, a Paixão e a Morte de Cristo. Ele sofreu por amor a nós. “Foi de graça, mas não vivamos na desgraça”, não vivamos na ingratidão, na reclamação de tudo. Vamos, com Jesus, agradecer tudo que nos acontece. Quando tudo estiver indo bem, digamos: “Obrigado Senhor”, quando as coisas derem erradas, vamos dizer: “Obrigado Senhor”. E, se Deus nos der a “oportunidade” de sofrer, aproveitemos, e que seja para a nossa santificação, para nos tornamos pessoas melhores. Em cada dor que passarmos, vamos colocar um sorriso no rosto e agradecer a Jesus, vamos nos unir a Ele e ofertar pela salvação dos pecadores. 

Pai das Misericórdias e Deus de toda consolação, ouvi-nos!

Padre Márcio Prado
Vice-Reitor do Santuário do Pai das Misericórdias

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