Um pão que sustenta

Homilia de domingo reflexão para semana

 

Queridos filhos e filhas do Pai das Misericórdias, todo ser humano, independentemente se professa ou não a fé pode constatar que está vivo, que é alguém no mundo. Se está vivo e é alguém no mundo pode estudar, aprender, crescer, conviver, amar, pode fazer escolhas certas e pode fazer também escolhas erradas, de qualquer forma se faz escolhas certas ou erradas, nem sempre aquele que faz boas escolhas esta imune de passar por adversidades, pelo desânimo e pelo fracasso.

 

O grande profeta Elias fez uma boa escolha, serviu a Deus, foi-lhe obediente, defendeu a fé e denunciou a idolatria, mas nem por isso ele ficou livre do desânimo, da sensação de fracasso ou abandono. Elias até tinha “entregado os pontos” e desejado a morte quando disse “Agora basta, Senhor! Tira a minha vida, pois não sou melhor que meus pais”(1ª Rs 19,4-8). Além de entregar os pontos ele se comparou aos seus pais “não sou melhor”, quem nunca passou pelo desânimo? Quem nunca pensou em desistir? Quem nunca perdeu? Quem nunca se comparou com outros? Elias era o grande profeta, no entanto tinha também suas fraquezas, todo ser humano está sujeito às vitórias e às derrotas, no caso de Elias mesmo no desânimo Deus veio em socorro da sua fraqueza, Deus o alimentou, o alimento refez as suas forças lhe deu ânimo.

 

Este alimento que Deus enviou a Elias é uma prefiguração do grande alimento vindo céu apresentado por Jesus, Ele mesmo é o pão do céu, o pão dos fracos, dos necessitados, ele (Jesus) é alimento porque dá forças aos seus, quem d’Ele come tem novo vigor, nova força, mas Jesus deixou claro que não se trata de um pão aparente, de um pão que sustenta o físico e sim um pão espiritual, o Pão do Céu.

 

Jesus se diz como o pão do céu, ou seja, os judeus logo perceberam que ele dizia do maná, o pão que o Senhor (Pai do céu) havia dado no deserto aos israelitas, por isso não concordavam e murmuravam contra ele, mas Jesus se declarava como o pão descido do céu para salvar pois foi assim que ele o fez através da sua entrega na Cruz(Jo 6,41-51). A mais perfeita oblação, o perfeito amor de Deus acontece na Cruz, e a entrega de Jesus foi e é Eucaristia, ação de graças ao Pai.

 

Assim como Deus veio em socorro de Elias, Deus veio em socorro também à humanidade através de Jesus, ele veio para reanimar a muitos, os pobres, os orfãos, as viúvas, os “se vez e sem voz”, os excluídos, ele veio chamar à vida e tirar todo pecador da situação de indigência, veio resgatar e devolver a dignidade de filho de Deus. Muitos se transviaram por caminhos errados ou se esqueceram ou ainda nem sabem que são amados por Ele. Quando se celebra a Eucaristia lembra-se a atualiza-se o amor de Deus pela humanidade e se o ser humano passa por dificuldades, limitações, desesperos, precisa sempre se lembrar, acolher o Amor, celebrar e atualizar este mistério que acontece na Eucaristia. Em cada Eucaristia Deus vem em socorro dos fracos, dos desanimados e dos que simplesmente sofrem, para que cada um que o acolher e se deixar ser alimentado por ele na Palavra e na Eucaristia seja animado, fortalecido e enviado a testemunhar o amor d’Ele, imitá-lo na sua doação aos outros (Ef 4,30-5,2).

Padre Márcio Prado

Vice reitor do Santuário do Pai das Misericórdias

 

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