A misericórdia triunfa sobre o julgamento

Haverá juízo sem misericórdia para aquele que não usou de misericórdia. A misericórdia triunfa sobre o julgamento.” (Tg 2,13)

Esta é uma verdade que a nossa inteligência limitada não consegue compreender na sua profundidade. Verdade que interpela-nos a uma mudança de mentalidade e de comportamento. No entanto, mesmo sem entendermos somos interpelados pela Palavra de Deus a fazer da Misericórdia Divina o motor propulsor da nossa alma!

Santa Faustina, a Apóstola da Divina Misericórdia, deu-nos a conhecer no seu Diário a experiência mística que viveu com Jesus Misericordioso. Diante do que viveu deixou para a humanidade o legado de comunicar a Divina Misericórdia, para que todos, possam fazer uma experiência e tenham as suas vidas transformadas. No Parágrafo 180 ela descreve como Jesus a elucidava dando-lhe a conhecer o Amor e a Misericórdia de Deus como o Seu maior atributo:

Nesse tempo o Senhor concedeu-me muitas luzes, para conhecer os Seus atributos. O primeiro atributo que o Senhor me deu a conhecer foi a Sua santidade. Essa santidade é tão elevada que tremem diante d’Ele todas as potestades e virtudes. (…) A santidade de Deus derrama-se sobre a Sua Igreja e sobre toda a alma que nela vive, embora nem sempre com a mesma intensidade. Existem almas inteiramente divinizadas, enquanto há outras que apenas vivem. O Senhor concedeu-me também o conhecimento do segundo atributo — o da Sua justiça. E esta é tão imensa e penetrante que atinge o fundo do ser e tudo diante d’Ele é manifesto em toda a nudez da verdade, e nada Lhe pode resistir. O terceiro atributo é o Amor e a Misericórdia. E compreendi que o Amor e a Misericórdia é o maior atributo. É ele que une a criatura ao Criador. E reconhece-se este imenso amor e o abismo da misericórdia na Encarnação do Verbo, na Sua Redenção; e foi aqui que reconheci que este é o maior atributo em Deus” (Diário, 180).

o escandalo da misericordiaDiante das Palavras à Santa Faustina unamo-nos ao Coração Misericordioso de Jesus e deixemos que Ele molde o nosso coração e conceda-nos um coração semelhante ao dEle: cheio de Misericórdia! Apesar de tantas misérias que trazemos não podemos desistir de nós mesmos nem das pessoas que o senhor nos confiou. Somos chamados a confiar nesta infinita Misericórdia de Jesus, que sempre perdoa-nos, levanta-nos, converte-nos.

A Misericórdia Divina, maior atributo de Deus, como vemos ao longo da história, permeia todos os tempos da Igreja. Nos tempos atuais, podemos constatar esta realidade de maneira especial na pessoa Papa Francisco que tem sido o grande propagador da Misericórdia Divina. Ele inspirado pelo Espírito Santo, proclamou o Jubileu da Misericórdia, com início no dia 08 de Dezembro, Solenidade da Imaculada Conceição e 50º aniversário do Concílio Vaticano II, com término no dia 20 de Novembro de 2016, Solenidade de Cristo Rei, para que cada fiel possa fazer uma experiência pessoal com o Amor Misericordioso do Pai, que espera pacientemente o retorno de cada filho. cf. Lc 15,11-32.

Sobre o infinito amor e perdão de Deus veremos um trecho da bula Misercordiae Vultus:

A misericórdia será sempre maior do que qualquer pecado, e ninguém pode colocar um limite ao amor de Deus que perdoa. Na festa da Imaculada Conceição, terei a alegria de abrir a Porta Santa. Será então uma Porta da Misericórdia, onde qualquer pessoa que entre poderá experimentar o amor de Deus que consola, perdoa e dá esperança. No domingo seguinte, o Terceiro Domingo do Advento, abrir-se-á a Porta Santa na Catedral de Roma, a Basílica de São João de Latrão. E em seguida será aberta a Porta Santa nas outras Basílicas Papais. Estabeleço que no mesmo domingo, em cada Igreja particular – na Catedral, que é a Igreja-Mãe para todos os fiéis, ou na Concatedral ou então numa Igreja de significado especial – se abra igualmente, durante todo o Ano Santo, uma Porta da Misericórdia. Por opção do Ordinário, a mesma poderá ser aberta também nos Santuários, meta de muitos peregrinos que frequentemente, nestes lugares sagrados, se sentem tocados no coração pela graça e encontram o caminho da conversão. Assim, cada Igreja particular estará diretamente envolvida na vivência deste Ano Santo como um momento extraordinário de graça e renovação espiritual. Portanto o Jubileu será celebrado, quer em Roma quer nas Igrejas particulares, como sinal visível da comunhão da Igreja inteira.”

Neste contexto, a Diocese de Lorena realiza no Santuário do Pai das Misericórdias, na Comunidade Canção Nova, a abertura da Porta Santa no dia 20 de Dezembro às 16h e também nesta celebração acompanharemos a ordenação de oito novos diáconos.

Será um tempo de grande graça para a Igreja e para toda a humanidade. Como Igreja que somos, precisamos nos conscientizar cada vez mais da grande importância deste tempo propício que a Providência Divina preparou, para que sejamos testemunhas da Sua Misericórdia.

Áurea Maria – Comunidade Canção Nova

Deixe seu comentários

Comentário