A Santíssima Trindade é a comunhão do Amor

Solenidade da Santíssima Trindade

A Solenidade da Santíssima Trindade que hoje celebramos é convite a contemplar Deus que é amor. Celebrar a Trindade é celebrar o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Deus que é amor, que é família, que é Comunidade criou as pessoas para serem expressão Dele, sinal e presença Dele neste mundo. Afinal, fomos criados imagem e semelhança de Deus.

O Papa Francisco diz que a Trindade é a comunhão das pessoas divinas, que existem uma para a outra, uma com a outra, uma pela outra, e uma na outra. Esta comunhão é o mistério de amor do Deus vivo.
Nossa missão é viver a comunhão com Deus e por conseguinte a comunhão entre nós. Fomos criados para viver aqui na Terra como no Céu.

Dom João Inácio realiza homilia no Santuário do Pai das Misericórdias.

Nossa identidade no Amor

Nossa identidade quem nos dá é Deus Trindade que é amor. Somos chamados a viver uns com os outros, pelos outros, e nos outros. Isso significa manter alto a vida no Evangelho, refletindo o esplendor da Trindade e isto é dar honra ao Pai das Misericórdias.

Como ouvimos nas leituras, de modo particular, na primeira: ‘Deus está conosco, caminha conosco e vive conosco’. Sua casa mais querida é o coração humano. Lamentável dizer que tem tanta casa de Deus desfigurada.

Cremos em um Deus que sabe dos nossos sofrimentos, das dores que passamos, das traições que sofremos, das sangrias da vida do pobre, que vive ‘eutanásia’ diária. O Papa Francisco ainda fala sobre a Gaudete et exsultate (Chamada a Santidade): ‘Lembro também as muitas barbaridades que assolam agora o nosso país, fruto da ganância e do egoísmo do sistema do velho homem.’

Quem de nós defende aqui na terra a vida do céu não espere honrarias.

Deus Trindade quer habitar o mais íntimo de cada pessoa. Quer a todos conduzir com o Seu espírito de amor. Deus nos quer co-herdeiros de Cristo.

Olhando agora para o Evangelho proclamado, os onze foram ao encontro de Jesus, mesmo alguns duvidando, levando a sua fé em vasos de barro. É uma comunidade ferida, que conheceu a negação, o abandono. É uma comunidade que crê sim, e que duvida também.
Todos nós nos reconhecemos nesta fé vulnerável, inconstante. Jesus não se cansa em ternura, em bondade. Não se cansa de buscar encontro conosco. Sua pedagogia é tornar-se próximo. O primeiro dever de quem ama é estar junto com o amado. Deus criou tudo por amor e para o amor.

Homilia de Dom João Inácio Muller, bispo da Diocese de Lorena
Festa do Pai das Misericórdias 2018

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