Sempre que pecar gravemente, procure o sacramento da reconciliação

Dando continuidade a nossa série sobre os mandamentos da Igreja, agora falaremos sobre o segundo mandamento: confessar-se ao menos uma vez por ano. A Igreja ordena o mínimo que deve ser feito em relação à participação do sacramento da reconciliação. Contudo, quando olhamos para a vida dos santos, percebemos o quanto eles tinham consciência da importância da participação neste sacramento, a ponto de procurá-lo com extrema frequência, em intervalos pequenos, semanalmente ou a cada dois ou três dias.

Temos o exemplo de muitos santos: São João Paulo II, Madre Teresa de Calcutá, São Pio de Pietrelcina, São Pio X, São Francisco de Sales entre outros. Sendo assim, a primeira coisa que devemos compreender é: a Igreja nos orienta o mínimo para que um dia cheguemos ao máximo desta mesma prática. Como uma criança que vai brincar na areia com um pote de plástico e, pouco a pouco, com sua mãozinha, preenche o pote. A criança, em sua limitação, não conseguiria preencher todo o pote de uma vez, e enquanto coloca de pouco em pouco, cria mais habilidade e contempla o pote cada vez mais cheio.

Foto: Cathopic by @angiemenes

Esse é o efeito da participação correta do sacramento da Reconciliação (confissão).

Portanto, devemos começar do mínimo que a Igreja nos pede até alcançarmos as alturas da santidade, vocação de todo homem. Tem ainda um detalhe importante que não pode ser esquecido, quando o assunto é confissão. Sempre que se comete um pecado grave (mortal), a pessoa deve procurar confessar-se com urgência. E neste caso, ela não deve se apoiar no mandamento da Igreja e dizer para si mesma: “Eu já me confessei esse ano”.

Seria um grande erro entender que se pode passar o ano inteiro em pecado mortal e confessar-se somente uma vez, como um simples protocolo. Não! Sempre que pecar gravemente, deve procurar o sacramento da reconciliação, ou seja, a confissão. Por conta disso, vale muito a pena conhecer um pouco mais sobre o que caracteriza o pecado leve (venial) e o pecado grave (mortal).

E para isso eu indico uma série do site Formação Canção Nova intitulada: Confissão. A terceira coisa que devemos ter em mente é a seguinte: para aquele que procura regularmente a confissão sacramental, fica muito mais claro, o quanto se está progredindo e o quanto se tem que progredir na vivência do Evangelho. É uma verdadeira ferramenta de purificação pessoal. Tem uma parcela de esforço humano, no que diz respeito a ter a disciplina de procurar a confissão, mas a maior parte fica por conta de Deus, é Ele que faz o impossível a nosso favor, Ele que derrama a Sua graça sobre nós e purifica a nossa alma.

Portanto, temos vários cenários, aqueles que procuram a confissão apenas para obter um alívio da consciência, porque entendem que fizeram algo de errado e querem se livrar deste peso. Em outro cenário, aqueles que passam longos períodos sem se confessar, vários anos sem ao menos se lembrar da obrigação do segundo mandamento da Igreja. E ainda existem aqueles que pecam de maneira desmedida e não se importam de entrar na fila da comunhão, ainda que estejam em pecado mortal. O bom católico, aquele que almeja a santidade, não deve ser assim, não deve ter esses maus hábitos; pelo contrário, deve ser alguém disciplinado em relação à participação dos sacramentos. E a partir de agora, vou apresentar algumas dicas que podem lhe ajudar.

1. Reserve uma data do mês para se confessar. Não tem mistério quanto a isso: organize-se, veja qual dia do mês será possível procurar o sacerdote e seja fiel.

2. Estude sobre o sacramento e como confessar-se da maneira correta. Hoje, há vários artigos, vídeos e livros pela internet que podem ajudá-lo. Em especial, indico o livro Lumen, nele há um capítulo inteiro sobre o sacramento da Reconciliação e como se confessar bem.

3. Faça um bom exame de consciência, examine sua própria vida e não a dos outros. Escreva tudo em um papel para usar no momento da confissão.

4. Arrependa-se verdadeiramente dos pecados cometidos. Isso é fundamental. O arrependimento é fruto da meditação que fazemos sobre o mal que cometemos e suas consequências. Não basta o exame de consciência, é necessário se arrepender.

5. Faça o propósito de não pecar novamente. Decida-se e proponha-se, com a ajuda da graça de Deus, a não pecar novamente.

6. Acuse-se diante do sacerdote. Isso mesmo, acuse-se. Diga claramente e sem rodeios: “Eu fiz isso ou aquilo tantas e quantas vezes”.

7. Receba a absolvição do sacerdote.

8. Se o sacerdote lhe passar alguma penitência, cumpra-a.

Por meio do sacramento da Reconciliação, Deus perdoa os nossos pecados e coloca em nossa alma a graça santificante, juntamente com as virtudes e dons infusos. É por meio dessas virtudes e dons que Ele realiza uma obra de santificação em nosso ser. Eu espero que você tenha entendido a sabedoria da Igreja em lhe ordenar que, pelo menos, uma vez ao ano se confesse. E que tenha ficado clara a importância deste grande sacramento. Devemos buscá-lo sempre que necessário, Deus quer nos santificar e essa é a nossa vocação maior. Vamos lá, mãos à obra!