A Igreja precisa de padres que assumam o chamado que o Senhor lhes fez

Deus nos acolhe sempre, chamando-nos à conversão e à santidade

Irmãs e irmãos, povo de Deus em festa, alegra-se a Canção Nova, que é uma Associação Internacional Privada de Fiéis; alegra-se a Igreja particular de Lorena e rejubila toda Igreja, porque, aqui, nesta manhã, o Senhor, mais uma vez, colocou sobre ela os Seus olhos de infinita misericórdia, concedendo-lhe a graça de dois novos padres para o serviço de toda a Igreja.

Caríssimos diáconos, vocês vão receber o dom do ministério sacerdotal na solenidade da Santíssima Trindade. Rendemos louvores e graças a Deus Uno e Trino, Deus Santíssimo. Vocês sabem, é festa também na Comunidade Canção Nova, pois celebramos o Pai das Misericórdias, Deus, que é misericordioso e clemente, paciente, rico em bondade e fiel. Com essas características de misericórdia, é que Deus se revela a Moisés como ouvimos na Primeira Leitura.

Ordenação Sacerdotal presidida por Dom Joaquim Wladimir Lopes Dias. Créditos: Bruno Marques/cancaonova.com

O encontro com Deus, que ama, encorajou Moisés, o qual, em certa ocasião, não teve medo de se entrepor entre o povo e o Senhor, dizendo-Lhe: Vejam a intercessão de Moisés! Embora este seja um povo de cabeça dura, perdoa nossas culpas, perdoa os nossos pecados e acolhe-nos como propriedade Sua, nos revelando assim que Deus, que é perdão, está sempre inclinado a nos perdoar por dom generoso; Deus, que nos acolhe sempre, chamando-nos à conversão e à santidade.

Deixem-se amar e amem, cada dia mais, a Santíssima Trindade, pois quem ama se encontra com Deus, porque Deus é amor

Caríssimos diáconos, mantenham também na memória que, a pedido do Papa Francisco, estamos em plena caminhada sinodal, que vai até outubro de 2024. Sirvam em comunhão, participação e missão, aqui, na família Canção Nova, na Igreja particular de Lorena [SP] e em toda a Igreja. Sirvam com alegria, como ministros em uma Igreja em saída.

Diáconos Felipe e Lucas, sabemos que o amor do Pai tem um rosto, é o do Filho amado, o Filho que o Pai envia para nos salvar, o Filho que dá o amor que recebeu do Pai, entregando a vida por nós. Deus, que amou tanto o mundo, que deu o Seu Filho unigênito, para que não morra o que n’Ele crer, mas tenha a vida eterna. O Pai, o filho e o Espírito Santo se amam e nos amam, e o Seu amor tem o templo em nosso coração. É um Deus que nos habita, que nos envolve, que nos abraça no Seu amor e nos faz sentir filhos queridos. Portanto, deixem-se amar pela Comunidade Canção Nova, deixem-se amar pela Igreja, deixem-se amar e amem, cada dia mais, a Santíssima Trindade, pois quem ama se encontra com Deus, porque Deus é amor.

Estamos no mundo, lugar de conflitos, de pensamentos de toda espécie e de lutas antagônicas. Mas não pertencemos a esse quadro de guerra, de violência, de corrupção, de exclusão, de fake news, de mentiras e de divisões; nós não pagamos o mal com o mal, mas pagamos o mal com o bem.

E em meio a uma sociedade materialista, agressiva e superficial com relação à espiritualidade, que desqualifica todos os valores do espírito, sejam homens espirituais e cidadãos do Reino de Deus, reino de justiça e de paz.

O que devemos fazer para que as pessoas possam saborear o gosto de Deus e a alegria do Evangelho?

A Igreja precisa de padres corajosos, valentes, responsáveis, que assumam, realmente, o chamado que o Senhor lhes fez, padres capazes de responder ao chamado, alimentados pela celebração diária da Eucaristia, ministrando os demais sacramentos, rezando pelo povo e com o povo, evangelizando, santificando, governando, gerando comunhão dentro da Igreja e assumindo com zelo e despojamento todas as atividades inerentes ao ministério, seguindo Jesus de perto e tendo um coração somente para Ele. Sejam todo de Deus, padres que tenham a ousadia de esvaziar-se de outros interesses e de outros amores, para ter o coração livre da idolatria, da vaidade, da soberba, do poder e do dinheiro, podendo, assim, seguir Jesus de perto e permanecer em Seu amor, no exercício do seu ministério sacerdotal.

O que devemos fazer, então, para que as pessoas possam saborear e sentir, de novo, o gosto de Deus e a alegria do Evangelho? São Paulo nos dá a resposta na Segunda Leitura: “Irmãos, alegrai-vos! Trabalhai no vosso aperfeiçoamento, encorajai-vos, cultivai a concórdia, vivei em paz. Eis um bom itinerário para despertar e fortalecer em nós, ministros ordenados e também em todos os batizados, discípulos missionários, a alegria de Deus e o nosso amor a Ele”.Desse modo, sentimos como Deus é bom, como é bom que Ele exista, como é bom conhecê-Lo no rosto de Jesus Cristo!

Ao celebrarmos a Eucaristia, estamos imersos neste mistério de amor divino, pois a Eucaristia é a celebração do amor do Pai na entrega do Filho pela ação do Espírito Santo.

Que em nós se fortaleçam e se abram todos os sentidos para Deus. Que tenhamos estampado em nós a imagem do Deus vivo, rico em misericórdia. Que o nosso rosto, iluminado pelo Seu amor, seja a prova e a marca, a consciência e a transparência da beleza do amor de Deus.

Que Nossa Senhora da Piedade, nossa padroeira, interceda por vocês e por todos nós. Amém!

Transcrição e adaptação: Michelle Mimoso