OS DONS DO ESPIRITO

Dom de Sabedoria

“Quão doce ao meu paladar é tua promessa; é mais do que o mel em minha boca” (Sl 119,103) 

Certa vez, no ano de 2008, participando de uma missa celebrada pelo Monsenhor Jonas, tive acesso a um novo significado da palavra Sabedoria até então nunca percebido. Na língua portuguesa, o verbo “saber” também é utilizado para se referir ao “sabor” das coisas; o padre ainda completou com o sentido de “sabor adocicado”; concretizando que o homem cheio do Dom de Sabedoria é aquele capaz de sentir o sabor doce mesmo imerso por um tempo difícil.

O tempo difícil pode ser marcado por diversas situações, como morte de um ente querido, traição, desemprego, doenças, crise familiar ou financeira. Realidades que possuem todas as propriedades para nos desestabilizarem. A pergunta que surge é: como extrair o doce sabor de situações tão custosas e dolorosas? O dom da sabedoria nos dá o conhecimento da verdade revelada por Deus, mostra a grandeza do plano do Criador. Sua onipotência é um dom que brota da nossa proximidade com Ele.

Foto: Cathopic by @amorsanto

Ter conhecimento das verdades reveladas está diretamente vinculado a um plano de Educação de Deus por nós, um projeto de treinamento. O treinamento é algo que nos qualifica para algo específico, ou seja, para um objetivo. Nesta dinâmica, nunca percamos a consciência de que existe uma mente pensante e pedagoga voltada para as nossas realidades e necessidades: a mente de Deus.

Saborear o doce, mesmo em tempos difíceis, é uma graça concedida pelo próprio Espírito Santo através do Dom de Sabedoria que nos convence de que Deus tem nos treinado, que Ele tem cuidado dos detalhes de nossa existência. O Dom de Sabedoria ou Palavra de Sabedoria nos revela o diagnóstico, a causa, a raiz de uma situação ou de um tempo que estamos submetidos. Ter a clareza do combate é que nos levará ao êxito; por isso o diagnóstico, o conhecimento.

Portanto, o Dom de Sabedoria deve ser suplicado a todo instante, sobretudo nas lutas que temos travado. Conhecer a dimensão da luta nos levará ao sabor adocicado. Seguindo a orientação dada por São Paulo, oremos sem cessar (1Ts 5,17). Desse modo, Papa Francisco nos ensina que não é sabedoria quando “nós vemos as coisas segundo o nosso prazer ou segundo a situação do nosso coração, com amor ou com ódio, com inveja… Não, estes não são os olhos de Deus”. E, obviamente, o bom sabor só deriva da intimidade com Deus.

 

“Os homens, com a oração, merecem receber aquilo que Deus onipotente desde a eternidade decidiu dar-lhes”. (São Gregório).

 Deus o abençoe!



 

 

 

 

 

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