Querido irmão em Cristo, Graça e Paz da parte de Deus!
A Palavra de Deus nos garante que somos filhos amados (1Jo 3,2). Ele é nosso Pai e quer que acolhamos o que nos reservou. O que Deus tem para seus filhos, nada mais é que um plano de felicidade. Como Pai, quer dar uma herança para cada um de seus filhos amados, a vida eterna na Sua presença, isto é, a participação no Seu Reino.
A primeira leitura da missa deste 23º Domingo do tempo comum (Is 35, 4-7a) diz para os filhos de Deus o seguinte: “Criai ânimo, não tenhais medo!”, e continua a Palavra de Deus, “É ele que vem para vos salvar”. Atualmente, deparamo-nos com tantas situações que não compreendemos muito bem, e não sabemos exatamente como agir. Nestas situações de dor, desespero, sofrimentos e angustias devemos tomar posse das promessas do Senhor que diz “A terra árida se transformará em lago e a região sedenta, em fontes d’água” (Is 35, 7a). Assim as Sagradas Escrituras tem o poder de trazer para o nosso coração machucado por alguns acontecimentos, um ânimo novo, uma esperança nova. Ele vem para nos salvar e lançar para longe todo medo. O Senhor nos liberta das angústias e Sua Palavra preenche o vazio que insiste em querer habitar o nosso coração.
Hoje o Senhor quer abrir os olhos e os ouvidos do nosso interior para esta realidade. Ele quer realizar a cura que tanto precisamos, isto é, a de um coração que se encontra desesperado e Ele, com Sua Palavra, acalma e consola a alma.
O Salmo diz que o Senhor quer reerguer o caído. Ele continuamente tem nos amparado, protegido e alimentado. Ele, que nos criou livres, quer que vivamos a liberdade de filhos de Deus. Em todas as situações, Ele tem cuidado de nós, nós somos preciosos aos Seus olhos.
A segunda leitura (Tg 2,1-5) confirma o amor preferencial de Deus por nós. Deus não faz acepção de pessoas. Deus ama cada filho em suas particularidades. Seu amor não pode ser comparado ao modo como os homens amam. Em nossa forma de amar imperfeita, às vezes podemos selecionar alguém, e assim, privar outras pessoas da nossa presença. Com isso corremos risco de excluir, preferir, eliminar. Além do mais, os motivos que nos levam a esta acepção de pessoas nem sempre são nobres (seja por condição financeira, afinidade, utilitarismo, ou poder). Com Deus não é assim, Ele nos ama e precisamos amá-lo acima de qualquer coisa, sem excluir o próximo. Pois como diz Sua Palavra: “Meus queridos irmãos, escutai: não escolheu Deus os pobres deste mundo para serem ricos na fé e herdeiros do Reino que prometeu aos que o amam?” (Tg 2,5).
Jesus no Evangelho reintegrou o surdo até então excluído pela sociedade. O plano de Deus aconteceu na vida daquele homem, não no momento que ele quis, e da mesma forma acontece conosco. Deus realiza também em nós as curas, como realizou no homem do Evangelho, no momento que Ele quer. “Ele tem feito bem todas as coisas” (MC 7,37). Deus tem cuidado de nós nos mínimos detalhes e tem feito bem todas as coisas. Deixemo-nos ser curados na profundeza de nosso ser e libertados por Cristo e viver conforme a Sua Santa Vontade. Que isso preencha o nosso coração trazendo grande paz. O Senhor quer devolver a cada um de nós a alegria perdida.
Só assim, acreditando nas promessas do Senhor ao nosso respeito podemos responder a Deus, como diz o refrão do Salmo: Bendize, ó minha alma, ao Senhor. Bendirei ao Senhor toda a vida!
Deus Abençoe,
Padre Evandro Lima
Administrador do Santuário do Pai das Misericórdias