3ª feira, 12 de Maio de 2020.
5ª Semana da Páscoa
Os apóstolos tiveram “sucesso” em muitas missões e, também, aparentes fracassos. Na leitura, encontramos Paulo que foi apedrejado pelos judeus de Antioquia e Icônio. Foram tantas pedradas que pensavam que o apóstolo havia morrido, mas os discípulos o rodearam e ele se levantou.
No outro dia, mesmo ferido, dolorido e machucado, Paulo foi com Barnabé pregar em Derbe. “Paulo não se cansava?”. Que incrível! Nada de incrível, pois era a graça de Deus e um homem apaixonado por Jesus. Que tal pedirmos ao Senhor um amor tão grande por Ele ao ponto de nem as pedras nos pararem? Aliás, hoje, sabemos que as pedras são outras e, infelizmente, paramos nelas: na pedra do cansaço, na pedra do desânimo, do fracasso, da incompreensão, paramos nas pedras dos nossos melindres, somos ainda “dodóis”, já escutou isso? Somos moles e, muitas vezes, desistimos.
Porém, vamos olhar para Paulo, para os santos e, principalmente, para Cristo. Vamos tomar novo fôlego, o fôlego do Espírito Santo e perseverar. E Paulo tomou novo fôlego e voltou para Antioquia. “Que loucura!”, poderíamos dizer. Sim, era a loucura de amor de Paulo, sem contar ainda que, ao voltar, encorajava os discípulos dizendo: “É preciso que passemos por várias provações para entrarmos no Reino de Deus” (At 14,22). Que homem era esse? Era um “super-herói”? Não, mas foi alguém que encontrou o “Super”, que encontrou o Cristo e se sentia na obrigação de gastar-se por Aquele que lhe deu a vida.
Nós somos capazes de entregar a nossa vida Àquele que nos deu a vida?
Paulo se sentia na obrigação de dar a vida, porque se sentia parte de Cristo, ou melhor, se sentia participante da vida de Cristo. Estava a Ele ligado, como aprendemos no Evangelho. Jesus ensina “Eu sou a videira (…) permanecei em mim e eu permanecerei em vós (…) sem mim nada podeis fazer (…)” (Jo 15,1.4).
Ser santo
Somente em Cristo é possível dar frutos, somente em Cristo nossa missão pode ter êxito, somente em Cristo é possível ser santo.
Por fim, poderíamos nos perguntar: “Por que tanto sofrimento, tanta dor, tanta provação?”. Bem, o Senhor permite passarmos pelas provas, porque as provas são podas para crescermos e darmos ainda mais frutos (Jo 15,2). Paulo ficou muito mais fortalecido com as dificuldades, ele aproveitou as pedras para subir mais ainda na vida espiritual e para o céu.
Você devolve as pedras que recebeu ou faz um edifício espiritual e uma ponte para o Céu?
Pai das Misericórdias e Deus de toda consolação, ouvi-nos!
Padre Márcio Prado
Vice-reitor do Santuário do Pai das Misericórdias