Ano de 2021, um ano para esquecer? Que ano foi este? O que podemos esperar do próximo ano?
Bom, apesar de todas as dificuldades deste ano, não devemos esquecê-lo, aliás, acredito que dificilmente o esqueceremos, até porque ainda teremos que conviver com o próprio vírus e suas consequências. Sem dúvida foi um ano muito difícil, difícil de entender e difícil de viver… Quantos parentes, amigos e conhecidos se foram neste ano?! Quanto desemprego, fome, violência, quanta briga política e tantos outros males?!
Na perspectiva humana, ainda bem que houve muita gente de boa vontade, muitos médicos que deram a vida, muitos cientistas se esforçaram para encontrarem uma solução, então, louvemos ao Pai por tanta gente boa. No campo religioso, inúmeras iniciativas de oração e assistência aos necessitados. Tantas iniciativas de crentes e não-crentes fizeram e devem nos fazer acreditar em dias melhores.
Gostaria de convidá-lo a ter um olhar para aquilo que foi bom, é evidente que nossa tendência é focar no negativo, nas tragédias, nas mortes, mas precisamos fazer uma retrospectiva e olhar as iniciativas de solidariedade. Sim, precisamos perceber a presença de Deus através de tantos religiosos e profissionais da saúde que literalmente deram a vida pelo próximo. “Não há maior prova de amor do que dar a vida pelos amigos” (Jo 15,13). Muitos desconhecidos deram a vida pelos amigos e até desconhecidos, isso me fez lembrar uma outra época trágica de nossa humanidade, no tempo do nazismo, o frei Maximiliano Maria Kolbe se ofereceu para morrer no lugar de um pai de família. Ele o conhecia? Não e sim, como? Ele não conhecia, não sabia o nome, nome da esposa e dos filhos, não sabia qual era sua profissão, mas sabia que era um filho de Deus que merecia viver tanto quanto ele, São Maximiliano conhecia o Evangelho e o viveu tanto que chegou ao alto grau de naturalmente “ganhar a vida” ao oferecê-la por amor a Cristo.
:: Testemunho: “Obrigada, Pai das Misericórdias”
São os testemunhos dos santos conhecidos e desconhecidos que devem nos levar para o próximo ano com fé em Cristo, com ardor e trabalho em equipe vamos superar o atual e os futuros desafios. Se a pandemia limitou-nos em tantos aspectos a criatividade, o amor e a fé nos deram asas, nos reinventamos, não cruzamos os braços.
Talvez, muitos de nós até cruzamos os braços por medo, por dúvidas ou até por falta de fé, porém, coragem! Vamos dar mais abertura a Deus neste novo ano. Assim como Josué precisou substituir o “grande Moisés”, ele deve ter se sentido tão pequeno… “Como posso conduzir este povo”, pode ser que tenha pensado o jovem. Então, o Senhor lhe disse “Sê forte e corajoso…”. Sim, Deus contava com Josué para continuar a missão de Moisés, Deus conta conosco, mesmo que pessoas importantes tenham partido de nossa vida.
Coragem! Gideão, diante da opressão madianita, recebeu a visita do anjo do Senhor que lhe saudou: “O Senhor está contigo, valente guerreiro!” (Jz 6,12). Deus esteve com Gideão em suas batalhas e está conosco, podemos ter a certeza de que, com Ele, já somos vencedores (Rm 8,37).
Por fim, de maneira bem prática, proponho alguns passos para vivermos melhor este ano:
1) Buscar mais a Deus na oração (Santa Missa, Adoração, confissão, jejum e rosário);
2) Estudar mais o Catecismo, os documentos da Igreja, leituras espirituais, ler a vida dos santos;
3) Engajar-se numa pastoral (litúrgica, familiar, jovens, social…);
Podemos até ter outros propósitos, mas penso que este “tripé”, essas três práticas nos ajudarão a viver bem o novo ano com a misericórdia do Pai, na graça do Filho e na unção do Espírito Santo.
Padre Márcio Prado
Sacerdote da Comunidade Canção Nova