Dom Bosco, fundador dos Salesianos — nome escolhido por causa da sua devoção a São Francisco de Sales —, foi um grande mestre da juventude da sua época. Inspirado pela imagem de Jesus Bom Pastor e pela Virgem Maria, desde a sua infância tomou a decisão de educar as crianças e jovens, mas não através da força, e sim pelo amor, doçura e cordialidade, extraindo dos seus meninos o que eles tinham de melhor, mesmo quando a sociedade rejeitava a eles.
Movido pelo amor, o mestre da juventude empreendeu grandes obras, desde a construção de oratórios e editoras à obras espirituais extraordinárias, realizando, pela fé, vários milagres: multiplicação de castanhas, de hóstias e até mesmo a ressurreição de mortos.
Dois anos após sua morte — 31 de janeiro de 1888 —, abriu-se o processo de canonização de Dom Bosco. O povo de sua época, os jovens de seus oratórios e os padres e irmãos de sua congregação acreditavam em sua santidade e lutavam pela sua beatificação. Como de costume, a Santa Sé designou uma pessoa que teria a missão de apresentar provas impeditivas sobre a santidade do possível santo em questão. Em uma de suas visitas, o advogado do diabo, como era conhecido o encarregado do impedimento da beatificação, interrogou os salesianos com a seguinte questão: “Quando Dom Bosco rezava?”. De fato, a vida nos oratórios era intensa e Dom Bosco, cheio de responsabilidades, não passava muitas horas do seu dia na capela. No entanto, por iluminação divina, um de seus filhos rebateu àquela interrogação, dizendo: “E quando Dom Bosco não rezava?”. Foi uma resposta e tanto! Naquele momento, não somente o advogado do diabo, mas todos os que estavam ali presentes reconheceram que a vida de Dom Bosco foi uma contínua oração e não se resumia apenas à sua presença na capela.
Prestemos atenção! Talvez, podemos cair na ilusão de que Dom Bosco não frequentava a capela ou não fazia visitas a Jesus Sacramentado. Pelo contrário, ele mesmo falou que se quisermos receber muitas graças, devemos ir muitas vezes ao Sacrário. A verdade é que Dom Bosco descobriu e deseja nos ensinar que é possível estar em oração também fora dos limites da capela.
Você pode fazer do seu dia uma contínua oração, desde o momento em que você acorda, encontra sua família, tomam juntos o café da manhã, dirige-se ao seu emprego e assim por diante.
Veja quantas oportunidades você tem para estar unido a Deus. Pode ser que, pelas suas obrigações e responsabilidades, nem sempre seja possível parar numa Igreja e fazer seu momento de oração. Se conseguir, ótimo, continue, você está no caminho certo; mas se não conseguir durante o seu dia, muitas vezes, atarefado, fazer uma visita a Jesus no Sacrário, não pense que foi um dia perdido sem oração. Lembre-se que: quando você acordou, você falou com o Pai do Céu, pediu a Sua bênção sobre as atividades que faria, que você amou aquela pessoa chata do trabalho, que foi paciente com seus filhos, que deu bom exemplo na faculdade, que parou em algum momento e pensou em Deus. Você fez a sua oração ao ritmo da vida.
Portanto, neste dia de Dom Bosco, somos convidados a estar com Deus durante as 24 horas do nosso dia, seja nos afazeres domésticos, nas atividades acadêmicas, nas exigências profissionais ou em todo e qualquer lugar que você, por causa do seu dever, precise estar. Amemos a Deus sendo para Ele o(a) melhor filho(a) que podemos ser, vivendo na sociedade como bons cristãos e honestos cidadãos.