Busque, na vida dos santos e nos seus escritos, exemplos práticos de oração
Quando o Senhor Deus criou o homem e a mulher e os colocou no jardim com a missão de crescer, multiplicar e dominar sobre os peixes e animais de toda a Terra, Ele estabeleceu com o homem um diálogo, como nos diz o livro do Genesis: “Todos os dias, o Senhor descia ao jardim para conversar com eles. Esse diálogo era muito tranquilo, não havia nenhum bloqueio, a comunicação era livre e cheia de vida.
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Mas quando, um dia, o Senhor Deus desceu ao jardim, não encontrou o homem e a mulher, e perguntou: ‘Adão, onde estás?’ E este respondeu: ‘Ouvi seus passos no jardim e me escondi, pois estava nu’. O Senhor Deus disse: ‘Quem disse que estavas nu? Por acaso comestes do fruto da árvore do jardim, que eu lhes havia proibido comer?’. E Adão respondeu: ‘A mulher que me destes, me deu de comer, e eu comi’.
Vejam que o fato de o homem e a mulher terem pecado causou uma ruptura com Deus, e o homem foi expulso do jardim junto com a mulher, mas nem por isso Deus deixou de dialogar com eles, embora estivessem envergonhados por causa do pecado.
É de se esperar que esse distanciamento do homem com o Divino levou o homem a buscar meios de restabelecer o diálogo com Deus e fazer comunhão com Ele. Isso o levou a rezar, buscar palavras agradáveis a Deus, oferecer sacrifícios para restabelecer a aliança e receber novamente os favores de Deus. A necessidade de se conectar com Deus leva o homem a buscá-Lo e desejá-Lo, e as formas usadas são a linguagem e os ritos de culto. A sede do divino está no interior do homem, e a busca por Ele produz uma gama de orações, ritos e preces nas mais diversas culturas e crenças.
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Antes de pensar que é o homem quem procura Deus, quero dizer também que é Deus o primeiro a procurá-lo, chamando-o à existência. Portanto, a busca do homem é a resposta ao chamado de Deus, pois foi d’Ele que viemos a existir, e isso faz com que O busquemos.
Deus falou a nossos pais e, pelos profetas, ao povo que Ele formou, mas, nos últimos tempos, falou-nos pelo Seu Filho, que, assumindo nossa humanidade, nos comunicou diretamente a Palavra de Deus; e é neste ambiente que os discípulos fazem a pergunta a Jesus, ensina-nos a orar. E Jesus lhes vai ensinar como ter com o Pai uma comunhão profunda. Será através de uma consciência clara, como a oração do Pai-Nosso nos traz. O Deus oculto que não é ausente, cujo nome deve ser respeitado, cujo reino deve ser desejado e Sua vontade feita. As necessidades de cada dia satisfeitas, o perdão como cura nas relações, o pedido de não cair em tentação e a súplica para livrar-nos do mal.
A Igreja recebeu o Espírito Santo em Pentecostes e, a partir desse batismo, ela desenvolveu uma vida de oração prática que levou a compor os livros de oração baseados nas experiências do povo da antiga aliança e das primeiras comunidades cristãs até os dias de hoje. Quanta contribuição nos deram os mártires, os doutores, os mestres e os santos da Igreja! Hoje, podemos contar com essa experiência bimilenar da oração cristã no caminho da fé. Encontramos manuais, livros e relatos profundos sobre a vida de oração. A oração pessoal foi enriquecida e a oração comunitária fez a Igreja resplandecer nas liturgias, nos cantos e nos Louvores a Deus.
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O pedido do Papa Francisco para esse tempo, em preparação para o Ano Santo de 2025, foi no sentido de fortalecer a oração pessoal e comunitária. Precisamos saber orar bem pessoalmente, mas também rezar bem em comunidade. Busquemos exercitar nossa vida de oração pessoal, para quando estivermos reunidos em grupo ou na liturgia, podermos orar com os irmãos como se fôssemos um só coração e uma só alma.
Se precisa de uma pessoa como referência de oração, eu lhes dou uma, Jesus Cristo. Aprenda com Ele a orar. Busque na vida dos santos e, nos seus escritos, exemplos práticos de oração.
Seja uma pessoa orante!
Com minha bênção,