O Batismo de Jesus

Uma festa muito importante marca o fim do Ciclo do Natal

Estamos chegando ao fim do Tempo Litúrgico do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo e dando início ao Tempo Comum. Uma festa muito importante marca o fim do Ciclo do Natal, a festa do Batismo de Jesus. Celebrada na segunda-feira após a Epifania, essa festa vem nos recordar do início da vida pública de Jesus. Mas existe uma pergunta que pode brotar em nós: se o Batismo pregado por João Batista era um batismo de arrependimento, e Jesus não tem nenhum pecado, qual a necessidade de Jesus ser batizado? Bom, tentaremos explicar, aqui, um pouco do significado desse momento da vida de Jesus e sua importância na história da salvação.

“Então chegou Jesus, da Galileia, ao rio Jordão e foi ter com João para ser batizado por ele. João, no entanto, o impedia, dizendo: “Eu é que devo ser batizado por ti, e tu vens a mim?” Mt 3,13-14

Para entendermos o significado do Batismo de Jesus, precisamos recordar o para quê de Sua Encarnação e o caminho construído na História da Salvação. Nossos primeiros pais, Adão e Eva, desobedeceram a Deus e pecaram. Com isso, perderam a graça da santidade original, tiveram sua natureza humana ferida e, a partir daí, toda sua descendência herdou a consequência do pecado original. Para salvar e redimir o homem de seus pecados, Jesus Cristo, o Filho de Deus, assume a natureza humana e torna-se semelhante ao homem em tudo, exceto no pecado.

“Pelo Batismo, nos sepultemos com Cristo, para ressuscitar com Ele; desçamos com Ele, para sermos elevados com Ele; subamos novamente com Ele, para sermos glorificados nele” | Foto ilustrativa: Cristian Gutiérrez, LC via Cathopic.

Quando Jesus vai ao encontro de João Batista, ali se prefigura o sacrifício de Cristo que se dará na Cruz com Sua Paixão e Morte. Ele, o Verbo Encarnado, mesmo sendo Deus e não possuindo nenhum pecado, foi, naquele momento, contado entre os pecadores, mas assumia também a missão de redimir os pecadores, pois, se nas águas do Batismo o pecado do homem é lavado, o Cristo veio para lavar os pecados do homem com seu próprio Sangue. É bonito ver, no texto do próprio Catecismo da Igreja, os comparativos entre as consequências da desobediência de Adão e os frutos da obediência de Cristo: o pecado fecha o céu, mas, no Batismo de Jesus, o céu se abre; o Espírito que pairava sobre as águas antes da criação do mundo paira sobre o Cristo, “prelúdio da nova criação”; o Espírito Santo que desce do céu em forma de pomba vem nos recordar da santidade que é possível ser alcançada por causa da redenção; o Espírito Santo e o Sangue e Água que jorra da Cruz significam o “nascer da água e do Espírito”, prefigurando também os sacramentos da Eucaristia e do Batismo. E na obediência do Filho, ouve-se a voz do Pai que o revela como o Filho de Deus: “Este é o meu Filho amado, no qual eu me agrado”.

Mistério

Este grande mistério alcança a nossa vida de Católico: nas águas santificadas, ao sermos batizados, somos chamados a participar desta nova criação, sepultando o homem velho, o homem marcado pelo pecado, e dando vida ao homem novo, o homem redimido por Jesus Cristo. São Gregório Nazianzeno escreve:

“Pelo Batismo, nos sepultemos com Cristo, para ressuscitar com Ele; desçamos com Ele, para sermos elevados com Ele; subamos novamente com Ele, para sermos glorificados n’Ele.”

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Que, na Festa do Batismo do Senhor, possamos meditar no mistério aí realizado e o significado que traz para a nossa salvação. Recordemos, neste dia, que somos homens e mulheres novos, renascidos em Cristo, e chamados a corresponder com tal graça numa vida contínua de conversão e de busca pela santidade.

Deus abençoe você!

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