Especial Tudo Deixei por Ti
Ordenação 2024
Parte 1
O Especial Ordenação 2024 tem como objetivo contar a história dos quatros missionários e futuros sacerdotes da Comunidade Canção Nova
Na última semana de novembro, vamos conhecer a vida de José Dimas da Silva, natural de Gravatá, no Pernambuco, e um ótimo contador de histórias. Dimas traz a marca do sacerdócio desde criança, era coroinha e sempre trouxe um profundo amor pelas coisas de Deus. Cresceu à sombra do Carisma Canção Nova, deve muito da sua formação espiritual à Rádio Canção Nova de Gravatá. No seu coração, arde o desejo pela vida missionária, a vida fraterna em comunidade e o chamado ao sacerdócio. Descontraído, alegre e profundo, Dimas promete, ao longo dessa semana, enriquecer a vida de quem escutar suas boas histórias.
No próximo dia 8 de dezembro, José Márcio Junior, Valdeir Bento, José Dimas da Silva e Rafael Vitto serão ordenados diáconos provisórios e, futuramente, ordenados sacerdotes. Neste mês de novembro, vamos conhecer a trajetória e história que levou a vida desses jovens a uma escolha definitiva e entrega total a Cristo por meio do Sacramento do Sacerdócio.
01 – Origem – Leia a transcrição do vídeo:
Eu me chamo José Dimas, sou natural de Gravatá, agreste do Estado de Pernambuco. Tenho 34 anos, nasci em 17 de junho de 1990, e venho de uma família, podemos assim dizer, católica, não católicos praticantes, mas a família católica.
Desde pequeno, sempre caminhei na Igreja, sempre cresci com esse dom que Deus dentro de mim. O que eu posso dizer? A minha vida está entrelaçada com a minha vocação. Não tem como falar da minha vocação destacando-a da minha vida, porque, desde criança, quando eu tinha três, quatro anos, os meus pais já contavam, já se falava que eu queria ser padre. Eu já falava em ser padre, já brincava com coisas de missa, com coisa de Igreja. A minha vocação cresceu comigo, diferente de alguns que a descobrem já um pouco mais tarde, mas comigo foi desde o berço. Creio que já nasci com essa vocação, com esse chamado.
Os meus pais nos educaram na fé cristã católica. Eram aqueles católicos de devoção, mais devocional, não daquela fé muito profunda. E eu, desde pequeno, sempre fui encantado pelas coisas de Deus. Sempre fui aquela criança enamorada pelas coisas d’Ele.
Sempre que perguntavam na escola: o que você quer ser quando crescer? Eu sempre dizia: eu quero ser padre, eu quero ser padre, quero me consagrar a Deus.
No ano de 1995, quando eu tinha cinco anos de idade, chegou a Gravatá a Comunidade Canção Nova e os primeiros missionários que assumiram a Rádio Canção Nova local. Comecei então a frequentar a casa de missão com minha tia, que, na verdade, é minha avó.
Minha tia tinha um esposo doente, portanto, não podia ir sempre à casa de missão, mas me levava às missas. Ali, cresci ouvindo a Rádio Canção Nova. Posso dizer, assim, que sou fruto da missão evangelizadora da Canção Nova, pois fui educado por meio da Rádio Canção Nova de Gravatá e frequentando a missão Canção Nova de Gravatá. Ignorava, então, a existência da televisão Canção Nova. O que conheci da missão veio principalmente da vida dos missionários, o que me encantou e me levou a seguir o caminho vocacional.
Vim para a comunidade ainda criança. Era assim que eu via os missionários da Canção Nova em Gravatá: aquilo me encantava, vibrava em mim, alimentando o desejo de consagrar minha vida a Deus. Para mim, ser padre era, simplesmente, ser padre.
Mais tarde, com o crescimento, amadureci meu discernimento. Na minha infância, cresci à sombra do carisma Canção Nova. Tanto que me considero uma “cria” da Canção Nova, pois tudo o que sou, tudo o que tenho, tudo o que aprendi, todos os valores e virtudes que me foram ensinados devo à Canção Nova.
À minha família, e principalmente à minha avó, devo muito da minha fé. Ela faleceu há três anos, e foi quem sempre me educou na fé cristã, na fé católica. Meus avós paternos também contribuíram significativamente para minha formação, não apenas na fé católica, mas também em valores como a honestidade. Eram pessoas de muita fé, o que influenciou consideravelmente meu caráter e quem sou hoje. Devo, portanto, muito à fé de meus avós, tanto paternos quanto maternos, mas especialmente à minha avó materna, que me educou e instruiu na fé cristã. Devo muito a eles e também aos meus pais por tudo que aprendi ao longo da minha vida.
Sempre fui uma criança normal, sem grandes problemas de comportamento. Era quieto, centrado e gostava muito de estudar. Contudo, o amor pelas coisas de Deus sempre marcou minha vida, desde a infância.
Lembro-me de quando ia para a escola, com sete ou oito anos. Levava sempre um livro sobre a vida dos santos para ler. Meus pais tinham recursos financeiros limitados, então minha mãe comprava, a meu pedido, devocionários na Livraria Canção Nova em Gravatá.
Um dos primeiros livros que li foi um devocionário de Santa Teresinha. Sabia-o de cor. Esse amor pela vida dos santos é uma característica minha, cultivada desde a infância.
A leitura sobre os santos não foi algo repentino. Foi algo que cresceu comigo, uma paixão. Na escola, nos intervalos e recreios, lia e rezava o terço.
A presença de Nossa Senhora sempre foi muito forte em minha infância e em minha vida. Aprendi a rezar o terço muito cedo. Lembro-me de que, com seis ou sete anos, participava das celebrações do mês de maio nas casas do meu bairro, acompanhado por minha avó. Toda noite, em uma casa diferente, rezávamos o terço, a ladainha de Nossa Senhora e cantávamos hinos à Virgem Maria.
A presença de Nossa Senhora é muito viva em minha vida, em minha vocação, em meu chamado e também na minha devoção aos santos. Ao refletir sobre tudo isso, desde a minha infância, percebo o quanto fui preservado pela mão de Deus, preservado de muitas coisas. Deus me alcançou e cuidou de mim desde a infância, guiando-me para ser quem sou hoje.
Existe toda uma história, desde a infância, de Deus me acompanhando na Sua graça.
02 – Experiências com Deus – Leia a transcrição
Cresci na Igreja, na caminhada da fé, engajando-me em alguns movimentos da minha paróquia. Fiz a primeira comunhão aos nove anos. Após a primeira comunhão, engajei-me ainda mais na paróquia, participando da missa diária na Casa de Missão da Canção Nova, e ingressei no grupo de coroinhas da paróquia de Santa Ana de Gravatá, começando nas missas diárias. Cresci sempre engajado na Igreja e na Casa de Missão, ajudando como voluntário nos acampamentos.
Lembro-me de uma experiência muito forte com Deus em uma missa de compromisso, em 2 de fevereiro, por volta de 2002 ou 2003, na Casa de Missão de Gravatá. Vivi uma experiência tão profunda e intensa com Deus, que minha vida mudou a partir daquele dia. De certa forma, já vivia e caminhava na Igreja, mas aquela missa de compromisso, que recordo até hoje, celebrada pelo Padre Fernando de Santa Maria, foi marcante. Chorei intensamente durante toda a missa, sem conseguir parar. Vejo que ali tive uma experiência profunda do carisma Canção Nova.
Em minha vida, vejo tudo se entrelaçando. Antes de ingressar na comunidade, fiz uma experiência em um instituto religioso: morei um ano na Toca de Assis, para onde entrei aos quinze anos. No entanto, a questão da Canção Nova sempre me inquietava. Lembro-me de que, em 2005, morando na Toca de Assis, em Fortaleza, ganhei um CD do Padre Jonas, recém-lançado, intitulado “Só para Você”.
Ao ouvir a música “Vai falar por mim”, senti-me chamado por Deus, interpelado por Ele. Percebi que estava no lugar errado, que meu lugar não era ali, na Toca de Assis. Quando via a Canção Nova, a vida dos missionários, aquilo acendia um fogo em mim. Parecia que me reconhecia neles. Não me via naquele contexto. Senti que algo estava errado, que minha vocação era na Canção Nova, e decidi deixar a Toca de Assis.
Valdeir Bento | Origem, Encontro Pessoal e Sacerdócio
José Márcio Junior | Seminário e Lema Diaconal
Retornei a Gravatá e continuei minha caminhada com a Canção Nova, participando de acampamentos e engajando-me cada vez mais na paróquia como catequista e no Terço dos Homens. Era alguém atuante em minha paróquia e na diocese, a ponto de a diocese manifestar o desejo de que eu a integrasse. Outras comunidades também me convidaram, mas, a respeito da Canção Nova, sentia em meu coração que ali era o meu lugar. Então, comecei a me aproximar cada vez mais do carisma.
Comunicação Santuário do Pai das Misericórdias