A Mensagem de Fátima é um convite à conversão
Nossa Senhora, nas Suas aparições em Fátima, pediu-nos, insistentemente, a conversão do nosso coração. Ela nos pediu especialmente a oração do Terço e o oferecimento de sacrifícios em ato de reparação. Portanto, podemos afirmar que a mensagem da Virgem Maria, confiada à Irmã Lúcia e aos beatos, Francisco e Jacinta, resume-se em três palavras: Oração, Penitência e Conversão.
Antes de a Virgem Maria se manifestar aos Pastorinhos, em Fátima, Nosso Senhor enviou o anjo para preparar a vinda de Sua Mãe. Na segunda aparição do anjo, ele interpela as crianças e, por meio delas a cada um de nós, à oração e à prática de sacrifícios: “Que fazeis? Orai! Orai muito! Os corações de Jesus e Maria têm sobre vós desígnios de misericórdia. Oferecei constantemente ao Altíssimo orações e sacrifícios. (In Memórias da Ir. Lúcia p. 170).
Percebemos que a intervenção do anjo é um convite à centralidade no essencial, que é o Altíssimo: Nosso Senhor Jesus Cristo! Essa centralidade nos leva a não nos perdermos em meio às distrações no nosso cotidiano, a empregarmos bem o nosso tempo, trabalhando pelo Reino dos Céus.
Na aparição de julho, a Virgem Maria também nos mostrou a importância da oração e do sacrifício como duas práticas de piedade profundamente interligadas. Portanto, constatamos que é pela oração e pelo sacrifício que alcançamos a conversão dos pecadores. “Aqui, fiz alguns pedidos que não recordo bem quais foram. O que me lembro é que Nossa Senhora disse que era preciso rezarem o terço para alcançarem as graças durante o ano. E continuou: ‘Sacrificai-vos pelos pecadores e dizei, muitas vezes, em especial sempre que fizerdes algum sacrifício: Ó Jesus, é por Vosso amor, pela conversão dos pecadores e em reparação pelos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria’” (In Memórias da Ir. Lúcia p. 176).
Na quarta aparição no mês de agosto, a Virgem volta a pedir oração e sacrifício: “E tomando um aspecto mais triste: ‘Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios pelos pecadores, que vão muitas almas para o inferno por não haver quem se sacrifique e peça por elas” (In Memórias da Ir. Lúcia pp. 178-179). Aqui, Ela nos mostra como a oração e os sacrifícios alcançam para nós e para o próximo a salvação.
A Virgem Santíssima se preocupa com a nossa salvação e trabalha incansavelmente por essa causa, convidando-nos a praticar o que Nosso Senhor já havia nos pedido: “Fazei penitência, pois o Reino dos céus está próximo” (Mt 4,17), pois Deus não quer que nenhum de nós se perca: “Não sinto prazer com a morte de quem quer que seja. Oráculo do Senhor Javé! Convertei-vos e vivereis” (Ez 18,32).
A oração do Terço rezada diariamente, como Nossa Senhora nos pediu em todas as suas aparições em Fátima, faz-nos perseverantes no caminho de conversão e alcança as graças que Deus tem reservado para nós, como nos ensinou a Beata Jacinta: “Diz a toda a gente que Deus nos concede as graças por meio do Coração Imaculado de Maria; que Ihas peçam a Ela” (In Memórias da Ir. Lúcia pp. 130).
A Penitência na Mensagem de Fátima é proposta em forma de sacrifícios oferecidos em ato de reparação aos corações de Jesus e de Maria, e em oferecimento pela conversão dos pecadores. Entretanto, é o nosso amor por Nosso Senhor e pela salvação das almas que dão sentido à nossa penitência.
Na aparição de outubro, a Virgem Santíssima mostra-se triste diante da ingratidão do gênero humano por haver se distanciado do amor de Deus e pela consequente indiferença para com a Sua misericórdia, ferida pela falta de emenda de vida. Ela disse aos Pastorinhos: “É preciso que se emendem, que peçam perdão dos seus pecados. E tomando um aspecto mais triste: ‘Não ofendam mais a Deus Nosso Senhor que já está muito ofendido’” (In Memórias da Ir. Lúcia pp. 181).
Aqui está o núcleo essencial da Mensagem de Fátima: o convite à conversão! Isto é, o rompimento com o pecado e a volta ao amor de Deus, para consolar o Coração Imaculado de Maria e o Coração de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Se levarmos a sério o nosso itinerário de conversão, a partir de uma vida assídua de oração e penitência, viveremos a dimensão reparadora da Mensagem de Fátima, conforme a Virgem pediu aos Pastorinhos já na sua primeira aparição em 13 de maio de 1917: “Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores?” (In Memórias da Ir. Lúcia pp. 173-174).
Nossa Senhora, no dia 13 de julho, depois de mostrar o inferno aos Pastorinhos disse: “Vistes o inferno, para onde vão as almas dos pobres pecadores; para as salvar, Deus quer estabelecer no mundo a devoção a Meu Imaculado Coração” (In Memórias da Ir. Lúcia pp. 177). Deus quer que a devoção ao Imaculado Coração de Maria seja uma via para alcançarmos a salvação, como Ela mesma nos mostra nesta aparição. Essa devoção deve ser alimentada pela oração e sacrifício, que nos levam à conversão e, uma vez convertidos, assumimos a salvação que Nosso Senhor já nos trouxe na Sua Paixão, que é a grande reparação da humanidade. Assim, vemos que, por meio da reparação ao Imaculado Coração de Maria, Deus continua salvando o gênero humano.
Nessa mesma aparição de julho, Ela prometeu aos videntes: “virei pedir a consagração da Rússia a Meu Imaculado Coração e a Comunhão reparadora nos primeiros sábados.” (In Memórias da Ir. Lúcia pp. 177)
Em 1925, Ela cumpriu a promessa citada acima, ou seja, Nossa Senhora veio pedir a Devoção Reparadora dos Cinco Primeiros Sábados. Vejamos a origem desta Devoção narrada e experienciada pela Ir. Lúcia, que ao contar refere-se a ela mesma: “Dia 10-12-1925, apareceu-lhe a SS. Virgem e, ao lado, suspenso em uma nuvem luminosa, um Menino. A SS. Virgem, pondo-lhe no ombro a mão e mostrando, ao mesmo tempo, um coração que tinha na outra mão, cercado de espinhos. Ao mesmo tempo, disse o Menino: ‘Tem pena do Coração de tua SS. Mãe, que está coberto dos espinhos que os homens ingratos a todos os momentos Lhe cravam sem haver quem faça um ato de reparação para os tirar’. Em seguida, disse a SS. Virgem: ‘Olha, minha filha, o Meu Coração cercado de espinhos que os homens ingratos a todos os momentos Me cravam, com blasfêmias e ingratidões. Tu, ao menos, vê de Me consolar e diz que todos aqueles que, durante 5 meses, ao 1.° sábado, se confessarem, recebendo a Sagrada Comunhão, rezarem um Terço e Me fizerem 15 minutos de companhia, meditando nos 15 mistérios do Rosário, com o fim de Me desagravar, Eu prometo assistir-lhes, na hora da morte, com todas as graças necessárias para a salvação dessas almas’” (In Memórias da Ir. Lúcia, p. 192).
Vemos que os quatro atos reparadores que a Virgem Santíssima pediu nos conduz a uma profunda conversão, especialmente através do sacramento da confissão, que é também chamado de sacramento de conversão: “É chamado sacramento da conversão, porque realiza sacramentalmente o apelo de Jesus à conversão e o esforço de regressar à casa do Pai (5), da qual o pecador se afastou pelo pecado” (CEC,1423).
Para bem viver os apelos da Virgem Maria, precisamente a oração e a penitência como vias de conversão e para consolar o Seu Coração Imaculado, o Santuário do Pai das Misericórdias abraça, com empenho, essa espiritualidade reparadora, todos os primeiros sábados do mês.
Convidamos você a participar, no dia 1º de abril, a partir das 10h, da oração do terço, onde faremos uma catequese e, depois, os 15 minutos de Meditação da Palavra. Quanto à Santa Missa e a confissão, o peregrino pode se organizar para participar em outros momentos que o Santuário oferece. Confira os horários no nosso site: paidasmisericordias.com.
Essa espiritualidade tem a finalidade de reparar o Coração Imaculado de Maria e o Coração de Nosso Senhor Jesus Cristo, ferido pelos pecados daqueles que ainda não entraram num processo de conversão e consciente ou inconscientemente os ultrajam por meio dos seus pecados.
Na impossibilidade de se fazer presente, você pode viver essa espiritualidade em sua própria cidade, de forma particular ou em grupo, como forma de divulgação e crescimento da Mensagem de Fátima. Portanto, “apressemos a nossa conversão, pois completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo: fazei penitência e crede no Evangelho” (Mc 1,15).
Áurea Maria,
Comunidade Canção Nova