Eis a Misericórdia: Cristo Crucificado!

A Misericórdia se deixa encontrar na Cruz

“O canto do sofrimento unido aos Seus sofrimentos é aquilo que mais cativa o Seu coração. Jesus arde de amor por nós…! Olha a Sua Face adorável…! Olha os Seus olhos apagados e baixos…! Olha essas chagas… Olha a Face de Jesus… Ali verás como nos ama”. Santa Teresa de Lisieux

Partindo dessa frase de Santa Teresa, podemos nos abrir a uma compreensão mais profunda quanto à Paixão de Cristo, dando significado aos nossos sofrimentos no hoje, mediante ao maior sofrimento, que foi o vivenciado por Jesus Crucificado.
A Paixão de Cristo vai além do sofrimento em si, ela retrata o Amor que é capaz de transpor toda dor para gerar vida.

Eis que o Pai apresenta-nos a própria Misericórdia: o Seu Filho Redentor. Assim nos diz o Catecismo da Igreja Católica que “a obra mais excelente da misericórdia de Deus foi a justificação que nos foi merecida pela Paixão de Cristo”(CIC 2020). Sendo assim, a Semana Santa deve-nos conduzir não só à meditação desta Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus, mas deve nos levar a concretizar esta salvação em nossas vidas no agora. Confiantes que “Deus se fez carne” (Jo 1,14) para nos salvar, todos os dias devemos trilhar este caminho de volta ao Pai, através do seu Filho.

Perdoados de nossos pecados, podemos viver e vivendo podemos levar também a vida àqueles que se encontram mortos no pecado.

Foto: Via Sacra/ cancaonova.com

O Cristo desfigurado nos olha, já com os olhos entreabertos, mas ainda assim quer nos curar com seu olhar misericordioso. É a sua resposta diante dos olhares que o condenam. Assim afirma que com Seu amor é capaz de continuar subindo o caminho do Monte Calvário, porque tem um olhar que acredita em nossa conversão. Seu olhar é fixo na Salvação. Isso também nos faz repensar o quanto diante de nossas quedas, retiramos o nosso olhar do Salvador e nos perdemos. Cristo nos ensina a fixarmos o nosso olhar no Dele, para nos levantarmos e continuarmos caminhando. A Cruz não é o fim. A Cruz é a doce alegria de quem sabe que precisa dela para alcançar a vida eterna, na via de santificação d’Aquele que a viveu: o Santo dos Santos.

Suas Santas Chagas retratam as feridas do nosso corpo e da nossa alma: “tomou sobre si as nossas dores” ( Is 53,4). Feridas expostas que são capazes de nos curar; se tornam chagas gloriosas. Não devemos ter medo das nossas feridas. Estas devem também serem expostas a Jesus, pois Ele também quer torná-las ‘chagas gloriosas’ que nos lembram não da dor que passamos, mas da vitória que alcançamos. “Com Cristo, somos mais que vencedores, nos diz São Paulo” (Rm 8,37).

“A Paixão do Salvador tira-nos do abismo, eleva-nos acima do que é terreno e coloca-nos no mais alto dos Céus.” S. Máximo de Turim
Somos chamados, a partir da Paixão de Cristo, a ter um coração apaixonado pela salvação das almas. É o mesmo ardor do coração de Cristo que deve arder em nossos corações.

”Aquele que quer venerar, de verdade, a Paixão do Senhor deve contemplar, a Jesus crucificado, com os olhos da alma, até ao ponto de reconhecer a sua própria carne na Carne de Jesus.” S. Leão Magno

Digamos juntos: Eis a Cruz de Cristo, eis a nossa Redenção. Celebremos a Misericórdia que nos salva!

 

Maria Clara Olea
Comunidade Canção Nova

 

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