Tríduo ao Pai das Misericórdias | 3º Dia

Arquidiocese de Olinda e Recife em peregrinação

Querido povo peregrino da Arquidiocese de Olinda e Recife aqui reunidos neste Santuário do Pai das Misericórdias,
queridos peregrinos de todo o Brasil e do mundo que acompanham esta Missa pelo Sistema Canção Nova de Comunicação.

Nós estamos muitos felizes: eu, Dom Antônio Fernando Saburido, nosso Arcebispo metropolitano, os sacerdotes presentes, os fiéis leigos e leigas da nossa Arquidiocese pernambucana e juntos damos graças a Deus por participarmos desta peregrinação da querida igreja particular de Olinda e Recife.

Gostaria de dirigir uma calorosa saudação a todos os diocesanos que não puderam vir conosco mas nos acompanham pela televisão neste momento. Extensiva também aos outros peregrinos de tantos lugares que aqui se encontram. Permitam-me endereçar uma saudação carinhosa e uma bênção especial aos religiosos e religiosas de vida consagrada na condição de vigário episcopal para a vida consagrada da nossa Arquidiocese. E uma outra saudação cordial aos membros do Apostolado da Oração que estão também em romaria a Aparecida e vieram aqui para se encontrarem conosco.

Este é o momento de beleza e de graça: a presença da Arquidiocese de Olinda e Recife em número significativo; a alegria dos rostos de cada um e de cada uma, a beleza da fé transbordante do povo do nordeste brasileiro, o calor do entusiasmo de todos, trazem a nós, bispos, ao senhor Arcebispo, a mim, senhor Bispo Auxiliar, a certeza do compromisso da ação pastoral da nossa Arquidiocese e das nossas paróquias.

Nesta Santa Missa queremos também, juntos agradecer ao Deus pela vida de Dom Antônio Fernando Saburido que hoje faz aniversário. Que o Pai das Misericórdias cubra-o com todas as bênçãos necessárias para que ele exerça seu ministério de bispo, de pastor, gozando de muitos anos com saúde, paz, e muita fé, esperança e caridade para guiar o povo que lhe foi confiado.

Igreja aberta ao encontro dos outros

Arquivo CN/ cancaonova.com

Desde abril de 2006, a Arquidiocese de Olinda e Recife, por meio de suas paróquias, peregrinou com a imagem de Nossa Senhora Aparecida por todas as cidades que formam a nossa igreja particular. Nossa Arquidiocese, assim, fez unidade com toda a Igreja do Brasil rumo aos 300 anos da aparição da imagem de Nossa Senhora, aqui, nas águas do rio Paraíba. Lá na nossa Arquidiocese, esta peregrinação com a imagem de Nossa Senhora foram momentos maravilhosos em que nós fizemos sinalizar aquilo que Deus nos pede, que Jesus ensinou aos Seus apóstolos, e que o Concílio Vaticano II também resgatou: uma Igreja missionária por sua própria natureza. Nosso desejo é sermos cada vez mais um povo cristão, católico, apostólico em estado permanente de saída como pede o Papa Francisco e, particularmente, um povo em comunhão e missão.
Comunhão porque é preciso estarmos unidos, é preciso celebrar a liturgia unidos, celebrar os mistérios da nossa fé, e viver a comunhão entre nós, principalmente através do nosso projeto de pastoral arquidiocesana. Mas, ao mesmo tempo, esta comunhão é em vista da missão, do ‘ide e evangelizai’, o último mandamento, a última ordem que o Senhor Jesus, Cristo Ressuscitado, deu aos Seus apóstolos.
Bem, quem descobre alguém muito importante vai anunciar aos outros aquele que foi encontrado e imediatamente torna-se missionário. Quem é agradecido a Deus, ao Deus fiel, e que não falha nunca conosco, vai anunciá-Lo aos irmãos. É esta Igreja que o nosso querido Papa Francisco está pedindo, está rogando a todos os fiéis cristãos católicos.
E é este estilo de Igreja que queremos da nossa Arquidiocese de Olinda e Recife: uma Igreja aberta ao encontro dos outros, principalmente dos que estão mais afastados, e principalmente, ainda, daqueles que receberam o Batismo mas não se encantaram para uma vida participativa em comunhão com a paróquia, com a vida comunitária.

Bendizer e cantar o nome do Senhor

Queremos fazer esta peregrinação com uma experiência espiritual rica, de graça, deixando-nos iluminar pela Palavra de Deus que acabamos de escutar. Na primeira leitura, extraída do livro de Tobias, o arcanjo Rafael convida a Tobit, pai de Tobias, e sua família a bendizer a Deus, a dar graças pelos inúmeros benefícios concedidos. Bendizer e cantar o Seu nome. ‘Na verdade, Deus não abandona aquele a quem n’Ele confia‘, diz o arcanjo Rafael à família de Tobit.
Nossa Arquidiocese, na pessoa do nosso Arcebispo, e uma porção do nosso povo vem à Canção Nova neste final de semana, a Aparecida também, ao Santuário de Santo Antônio de Santana Galvão para juntos reconhecermos e agradecermos as maravilhas operadas pelo Senhor em favor da nossa Igreja particular. São muitos os benefícios com que Nosso Senhor nos tem agraciado. Neste ano, nós podemos assim iniciar a construção da Fazenda da Esperança em nossa igreja particular, o plano pastoral implantando em todas as paróquias, o diretório litúrgico que acaba de ser promulgado, 23 vocações para o seminário propedêutico em 2017 e, se tudo der certo, serão 10 sacerdotes ordenados ainda este ano. O acolhimento ao 4º Congresso Nacional em setembro próximo com o tema: ‘a alegria do Evangelho para uma Igreja em saída’.

Como a viúva, se ofertar por inteiro

A nossa Arquidiocese acaba de ser escolhida para sediar o Congresso Eucarístico Nacional de 2020. Por tudo isso, damos graças ao bom Deus: ‘bendizei o Senhor os Seus eleitos; fazei festa e alegres louvai-O’. É o salmo responsorial de hoje, extraído do Livro de Tobias.
O Evangelho nos alerta quanto ao procedimento autêntico dos cristãos. Uma excelente mensagem para quem vem a peregrinação a este lugar. O bom exemplo da viúva que ofereceu a Deus tudo o que tinha e o mau exemplo dos fariseus que viviam uma religião de aparência. Nesse Evangelho, Jesus adverte aos Seus discípulos que se previnam contra os doutores da lei por causa da sua soberba e pretensão, assim como também da falsidade e hipocrisia no trato das coisas de Deus, afirmando: ‘Tomai cuidado: eles receberão, pois, a pior condenação. Além disso, Jesus também lhes recomenda a não imitá-los e não seguir a mesma cartilha por onde eles se guiavam. Hoje também precisamos tomar cuidado porque esta cartilha pode estar servindo de missão para muitos de nós que usamos das mesmas práticas a fim de chamar a atenção para a nossa espiritualidade e devoção de fachada. Por isso, não basta falar de Jesus; é preciso fazer vê-Lo, de algum modo, com testemunho eloquente da própria vida cristã no mundo.
Ao voltarmos para a nossos lugares de origem, após esta peregrinação, somos convidados a nos ofertarmos ainda mais, por inteiros como a viúva ofertou todas as suas moedas no Templo para que sejamos instrumentos eficazes na obra de expansão do Reino de Deus. Que Maria, a estrela da evangelização, Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, passe à nossa frente e seja o nosso modelo e guia como discípulos missionários do seu Filho Jesus. Amém.

Dom Antônio Fernando Saburido
Arcebispo de Olinda

Deixe seu comentários

Comentário