Paternidade

A infinita misericórdia de um Deus que é Pai

Pai das Misericórdias

A carta aos Coríntios, Paulo a escreve depois de sair de uma provação, em que pensou que não iria escapar com vida: “Fomos oprimidos tão acima de nossas forças que chegamos a perder a esperança de escapar com vida” (2Cor 1,8). Por isso, ele inicia a carta agradecendo a Deus de tê-lo preservado da morte: “Bendito seja Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das Misericórdias e Deus de toda consolação.

Ele nos consola em todas as nossas aflições, para com a consolação que nós mesmo recebemos de Deus, possamos consolar os que se acham em toda e qualquer tribulação!” (2Cor 1,3-4).  Veja, Deus é Pai, o Pai de Jesus, o salvador; portanto, Deus é misericórdia para todos aqueles que se acham em meio à tribulação e angustia. Assim, como Deus livrou Paulo da morte e ouviu suas orações, Deus pode também nos livrar de toda angustia. Então, é preciso sempre confiar em Deus, mesmo quando nos falta esperança.

:: Pandemia do Evangelho

Hoje, a humanidade sofre uma grande tribulação com a pandemia do COVID-19, muitos têm se desesperado, outros quase perdendo a fé e a esperança. Mas veja, São Paulo mesmo nos diz que ele havia perdido a esperança de sobreviver, mas Deus veio em seu socorro. Quando recordamos a história de Paulo, podemos ver que ele foi blasfemo, perseguidor, insolente:

 “A mim que, antes, blasfemava, perseguia e agia com violência. Mas alcancei misericórdia, porque agia por ignorância, não tenho ainda a fé. A graça de nosso Senhor manifestou-se copiosamente, junto com a fé e com o amor que estão em Cristo. É digna de fé e de ser acolhida por todos esta palavra: Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o primeiro. Mas alcancei misericórdia, para que em mim, o primeiro dos pecadores, Jesus Cristo mostrasse toda a sua paciência, fazendo de mim um exemplo para todos os que crerão nele, em vista da vida eterna” (1Tm 1,13-16).

O perdão

A misericórdia de Deus sendo infinita chega ao extremo porque Deus nos ama. São Paulo perseguia a Jesus em sua Igreja, e esse Deus perseguido se apresenta a ele em sua paternidade, concede-lhe o perdão de forma superabundante e confia-lhe uma missão. 

:: Coronavírus: “genocídio viral”

Deus é Pai e nos enviou Seu Filho, por amor, sendo criador de tudo e exercendo Seu poder criador na geração do Filho. “Quem poderá saber de que é capaz essa onipotência amorosa em relação ao homem, até ao mais afundado no pecado?; Deus não revela isso a nós para que os homens abusem de Sua misericórdia. É verdade que, para converter o homem, ele jamais violará a liberdade que deu; mas, em seu pecado, age o homem com plena liberdade?”.  Mais uma vez, São Paulo oferece uma luz: “Mas alcancei misericórdia porque agia por ignorância, não tenho ainda a fé” (1Tm 1,13). São Paulo reconheceu que não foi por malicia que ele pecou, mas por ignorância, abrindo assim um espaço para ação misericordiosa de Deus Pai. 

Nada é impossível

Vale também lembrar que: é necessário o temor do Senhor. “Em face a Deus que gera seu Filho por nós, é necessário temer e fechar-se à sua misericordiosa paternidade. Ora, a confiança é que se abre e acolhe. O homem que se entrega a seu Pai na confiança ilimitada é o que tem o verdadeiro temor do Senhor”.

Deus foi ao encontro de Paulo para nos mostrar que, para Ele, nada é impossível. Ao lermos as cartas de São Paulo, podemos ver quantas e quantas vezes o Senhor o livrou e protegeu. Nestes tempos de incertezas, precisamos, assim como Paulo, colocar nossa confiança em Deus, mesmo que tudo pareça estar perdido. Sabemos que Deus, o Pai das Misericórdias virá em nosso auxilio.

Pai das misericórdias e Deus de toda consolação, Ouvi-nos!

Padre Leandro Couto
Sacerdote da Canção Nova

Fontes:
DURRWELL, François-Xavier. O PAI, Deus em seu mistério. Tradução de Benôni Lemos. São Paulo: edições Paulinas, 1990.

Bíblia Sagrada CNBB. 18ª Reedição, Editora Canção Nova, São Paulo.

Deixe seu comentários

Comentário