Jesus Cristo é a expressão da Misericórdia do Pai
A Misericórdia para ser anunciada deve ser uma realidade vivenciada no cotidiano de todo cristão. Para que esse anúncio aconteça é importante à experiência pessoal com Aquele que é a expressão da Misericórdia do Pai: Jesus Cristo. Pois, só é possível anunciar com autenticidade o que primeiro se experimenta na própria vida.
Deus que é onipotente e misericordioso “amou tanto o mundo, que entregou o seu Filho único, para que todo o que Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16). O Filho de Deus veio para todos, tanto para os justos, quanto para os pecadores. Foi por amor que Cristo em seu Mistério Pascal trouxe a salvação, e assim, revelou a Misericórdia de Deus.
A Misericórdia é para todos
Jesus contraria a lógica humana através dos seus atos de Misericórdia ao acolher a todos sem distinção. Suas ações são de puro amor e compadecimento. “Jesus convida os pecadores à mesa do Reino: “Não vim chamar justos, mas pecadores” (Mc 2,17). Convida-os à conversão, sem a qual não se pode entrar no Reino, mas mostrando-lhes, com palavras e atos, a misericórdia sem limites do Pai por eles e a imensa “alegria no céu por um único pecador que se arrepende” (Lc 15,7). A prova suprema deste amor será o sacrifício de sua própria vida “em remissão dos pecados” (Mt 26,28).” (Catecismo da Igreja Católica n. 545)
Com isso, é importante anunciar a misericórdia com a certeza que ela é para todos. “Jesus escandalizou, sobretudo porque identificou sua conduta misericordiosa para com os pecadores com a atitude do próprio Deus para com eles. Chegou ao ponto de dar a entender que, partilhando a mesa dos pecadores, os estava admitindo ao banquete messiânico.” (CIC, n. 589). A Misericórdia, portanto, vai além de uma condição de pecado, pois alcança a pessoa naquilo que ela é: “filho e filha amada de Deus”, que é participante do banquete do Senhor, porque ela faz parte do projeto salvífico do Cristo.
A Misericórdia é fonte de conversão
A misericórdia causa conversão. É descrito na “parábola do filho pródigo, cujo centro é “O pai misericordioso”: o fascínio de uma liberdade ilusória, o abandono da casa paterna; a extrema miséria em que se encontra o filho depois de esbanjar sua fortuna; a profunda humilhação de ver-se obrigado a cuidar dos porcos e, pior ainda, de querer matar a fome com a sua ração; a reflexão sobre os bens perdidos; o arrependimento e a decisão de declarar-se culpado diante do pai; o caminho de volta; o generoso acolhimento da parte do pai; a alegria do pai: tudo isso são traços específicos do processo de conversão. […] Só o coração de Cristo que conhece as profundezas do amor do Pai pôde revelar-nos o abismo de sua misericórdia de uma maneira tão simples e tão bela.” (CIC, n. 1439).
Com isso, a Misericórdia é fonte de conversão e acolhimento, o que se constata nos Evangelhos que “é a revelação, em Jesus Cristo, da misericórdia de Deus para com os pecadores” (CIC, n. 1846). Pois o pecado não é ponto final na vida de ninguém, já que é verificável em todo o Novo Testamento, o entrelaçamento da miséria do pecador arrependido na misericórdia de Jesus Cristo, que sempre gera salvação.
Deus Pai de infinita Misericórdia
Anunciar a Misericórdia produz frutos de novidade de vida, porque transforma o que estava desfigurado e desajustado. E todo aquele que faz uma forte experiência com esta Misericórdia, naturalmente acaba anunciando o que experimentou. Isso, porque o Pai das Misericórdias continua acolhendo os seus filhos que voltam para os seus braços.
“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, em sua grande misericórdia, nos gerou de novo, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para a esperança viva, para a herança incorruptível, imaculada e imarcescível, reservada nos céus para vós” (1Pd 1,3-5).
Assim, todos nós cristãos, em Jesus Cristo, somos chamados a sermos misericordiosos, estender a mão ao próximo, compadecer dos mais desfavorecidos, perdoar e ser perdoado. E como seguidores do Cristo, anunciar e ser Misericórdia para os irmãos.
Márcio Leandro
Candidato as ordens sacras na Comunidade Canção Nova