Padre Márcio

Anunciar, buscar e acreditar

Partilha das Palavras: At 10,34a.37-43; Sl 117; Cl 3,1-4; Jo 20,1-9

Pedro foi testemunha ocular dos feitos do Senhor, dos Seus ensinamentos e de Sua Ressurreição. Nos Atos dos Apóstolos, depois da vinda do Espírito Santo, o primeiro dos apóstolos começou a pregar a Palavra com toda coragem, ousadia e os sinais acompanhavam tanto ele como os demais irmãos apóstolos.

O que era o “coração”, o cerne, da pregação de Pedro e dos apóstolos? A Ressurreição do Senhor. Pedro pregou o Cristo, “não mais com pregos”, e sim pregava, ou seja, anunciava o Cristo Ressuscitado.

Qual é a nossa missão enquanto cristãos? O anúncio de Jesus Cristo vivo, ressuscitado, é essa a nossa fé! Nós seguimos e servimos um Deus vivo, nós não contamos histórias bonitas, fábulas, nós contamos/vivemos a vida de Cristo e a vida de que Ele proporcionou a nós com a sua morte e ressurreição.

:: A Ressurreição de Jesus é uma fato histórico

Na carta de São Paulo aos colossenses, o apóstolo chamou aquela igreja a tomar consciência do que havia acontecido com eles, eles não deveriam se arrastar e buscar as coisas da terra. Paulo recordou “Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo sentado à direita de Deus”. Em outras palavras o apóstolo estava dizendo “Prestem atenção na vida que vocês estão levando, lembrem-se do Ressuscitado, vocês não devem buscar da terra, devem buscar as coisas do alto. Buscar as coisas do alto é buscar o Cristo, é imitá-lo, é ser santo, é ser luz é ser outro Cristo.

Túmulo vazio

Anunciar o Ressuscitado, buscar o Cristo e acreditar sempre, acreditar sempre no quê? No Evangelho Maria Madalena foi ao sepulcro e constatou que estava vazio e saiu correndo para anunciar aos discípulos. Pedro e o discípulo amado foram ver e constataram que o túmulo estava vazio e Jesus havia ressuscitado. Um detalhe interessante é “Ele viu e acreditou”, trata-se do discípulo amado.

A exegese bíblica diz que esse discípulo amado é João Zebedeu, o jovem discípulo, “filho do trovão” e irmão de Tiago. Deus trabalhou no coração e no temperamento desse discípulo que acompanhou Jesus até a cruz. Apesar de João ter visto e ouvido tantas maravilhas, estava com medo, assustado e em casa com os discípulos. Quando recebeu o anúncio correu para o sepulcro, entrou depois de Pedro e “viu e acreditou”.

Esse discípulo amado ainda leva esse nome porque ele nos representa, sempre quando aparece “discípulo amado” podemos colocar o nosso nome. E, assim podemos recostar nossa cabeça sobre peito de Jesus, podemos caminhar com Maria até cruz e acolhê-La como Mãe, e ainda podemos juntamente com ele voltar a crer.

Assim, se João estivesse seguro nem precisaria ir ao sepulcro, mas ele precisou ir e, por isso, acreditou. Ele realmente nos representa: nós sempre precisamos acreditar novamente. Diante do que estamos vivendo, vamos crer novamente? Vamos recordar que o sepulcro está vazio, vamos recordar e acreditar Ele está vivo? Lembremos quantas bênçãos Ele já nos concedeu. Hoje, precisamos acolher o testemunho da ressurreição e voltar a crer, voltar a confiar, voltar a crer e viver o Evangelho até o Senhor voltar.

Pai das Misericórdias e Deus de toda consolação, ouvi-nos!

Padre Márcio Prado
Vice-reitor do Santuário do Pai das Misericórdias

Deixe seu comentários

Comentário