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Basílica de São João de Latrão - Catedral do Papa

A Basílica de São João de Latrão é a igreja mais importante do mundo católico. Seu nome completo homenageia Cristo Salvador, São João Batista e São João Evangelista. É a catedral do Papa, ou seja, a “igreja-mãe de todas as igrejas do mundo”. Ela fica em Roma, na Praça de São João em Latrão, que é um bairro de Roma, próxima à antiga muralha da cidade.

Imagem: Getty Images – Tupungato

A dedicação da Basílica de Latrão é celebrada em 9 de novembro em toda a Igreja Católica. Essa festa recorda a unidade da Igreja e o papel do Papa como seu Pastor universal. Celebrar sua dedicação é celebrar a comunhão de todas as igrejas com o Papa e entre si. A Basílica de Latrão é imagem da Igreja inteira, que é ao mesmo tempo “templo de pedras vivas e morada de Deus” (Ef 2,19-22). A sua consagração lembra também que cada igreja local participa da santidade e da missão da Igreja universal, símbolo visível da unidade invisível do Corpo de Cristo espalhado pelo mundo.

O imperador romano Constantino (306-337), se converteu ao Cristianismo em 313 e proibiu a perseguição aos cristãos pelo Edito de Milão, e doou o seu Palácio de Latrão ao Papa Melquíades por volta de 324 d.C. O Papa transformou o antigo palácio imperial em residência papal e mandou construir ao lado uma grande basílica cristã. O Latrão se tornou o primeiro centro do cristianismo em Roma, antes do Vaticano.

O palácio do Latrão foi a residência dos papas por mais de mil anos, até o século XIV, quando o papado se mudou para Avinhão, na França, ficando ali por cerca de 70 anos (1309–1377).

Como a Basílica do Latrão foi a primeiro catedral construída na Diocese de Roma, aí fica a Cátedra do Papa, a cadeira episcopal do Papa. Várias vezes a Basílica do Latrão foi saqueada, incendiada e destruída, sendo reconstruída em diversos estilos ao longo dos séculos (romano, gótico, barroco). Hoje a Basílica reflete bem o estilo barroco, com obras de Francesco Borromini, um dos maiores arquitetos do Barroco romano (1599–1667).

O Batistério de Latrão, um dos mais antigos do mundo, construído por volta de 440 d.C., era o local onde os cristãos de Roma recebiam o batismo na Vigília Pascal. A partir de 1054, quando houve o rompimento da Igreja Católica com os Ortodoxos, os Concílio ecumênicos passaram a ser realizados em na Basílica do Latrão; cinco concílios ecumênicos foram realizados ali entre os 1123–1512, onde foram definidos importantes decisões doutrinárias e disciplinares da Igreja.

A Basílica de São João do Latrão é uma das mais belas igrejas do mundo, no seu interior temos doze estátuas monumentais dos Apóstolos, obras- primas do barroco. Segundo a tradição a Basílica guarda no altar relicários com fragmentos da mesa da Última Ceia.

Imagem: Getty Images – Borisb17

A expressão “Mãe e Cabeça de todas as Igrejas da cidade e do mundo” atribuída à Basílica de São João de Latrão possui um profundo significado teológico e eclesiológico. Por isso, todas as demais igrejas — catedrais, paróquias, capelas — estão, de modo simbólico e espiritual, em comunhão com ela. Assim, “como a Igreja de Roma preside na caridade – como disse o mártir Santo Inácio de Antioquia, morto no Coliseu de Roma em 107 – o Latrão simboliza a unidade visível da Igreja universal.

A Igreja é chamada de Mãe, pois é dela que nascem os cristãos pelo batismo. Como o Latrão foi o primeiro batistério oficial de Roma, ele é visto como o ventre materno onde a Igreja romana deu à luz os primeiros fiéis do Ocidente. Assim, a Basílica do Latrão representa o seio materno da Igreja, onde o povo de Deus é gerado para a fé.

A Basílica do Latrão é um sinal de comunhão e autoridade unida ao Papa, cabeça visível da Igreja. E também sinal da unidade doutrinal e sacramental. Quando contemplamos a Basílica de São João de Latrão, não olhamos apenas para um edifício antigo de Roma, mas para um sinal vivo da maternidade da Igreja.

Foi ali que, nos primeiros séculos, os cristãos se reuniam para celebrar a fé, ouvir a Palavra e nascer para a vida nova no batismo. Dali irradiou a luz do Evangelho para o mundo inteiro. O altar de cada paróquia é como um reflexo do altar do Latrão; o batistério de cada igreja é uma memória viva daquele antigo batistério romano onde os primeiros cristãos renasceram em Cristo.

Acima de tudo a Basílica do Latrão nos indica que como filhos, somos chamados a amar, defender e servir a Mãe Igreja com gratidão e fé, para que o mundo veja nela o rosto luminoso de Cristo, o Filho que nos faz todos irmãos.