MÊS VOCACIONAL

Como é ser catequista nos dias atuais?

Meu nome é Wanderson Saavedra Correia, nasci na cidade de Luziânia – GO, e sou catequista na Paróquia Nossa Senhora Aparecida há 11 anos. Atualmente, coordeno a catequese na nossa paróquia, sendo também animador da forania e assessor da diocese de Luziânia. No Regional Centro Oeste, contribuo como secretário da Animação Bíblico-Catequética. Dia 23 de janeiro deste ano, domingo da Palavra de Deus, tive a grande graça, junto com minha colega, Regina, de representar o Brasil em Roma, onde fomos instituídos Ministros da Catequese pelas mãos do Papa Francisco, em emocionante e inesquecível cerimônia na Basílica de São Pedro. Fomos convidados para tal por Dom Waldemar Passini Dalbello, nosso bispo, não por nossos méritos, e sim para levar toda a caminhada de catequese da Igreja do Brasil.

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Minha vocação de catequista surgiu logo depois que finalizei o meu processo crismal e deixei de participar da comunidade. Mas a minha catequista Alice Soares e uma amiga muito querida, Maria Jose Oliveira, não deixaram afastar-me de Deus e me animaram para ajudar na catequese. Depois de um ano, porém, por motivos de trabalho, precisei sair. Fiquei dois anos fora e meu coração doía por não estar colaborando na catequese. Foi então que, em 2012, eu voltei; e sigo até hoje nesta caminhada, ajudando para que a Iniciação à Vida Cristã se torne uma experiência de fé, capaz de transformar a vida das pessoas. 

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Sinto que para nós, catequistas, a maior dificuldade nos dias de hoje é a falta de apoio da família dos catequizandos. Dificilmente as famílias se esforçam para acompanhar seus filhos. Preferem terceirizar a educação da fé deles, deixando toda a responsabilidade para o/a catequista. Isso causa muitas dificuldades em mostrar Cristo para eles, pois os maiores exemplos deveriam vir de casa, porque é na convivência familiar do dia a dia que devem brotar as sementes da fé.

Nessa mudança de época em que vivemos, os catequistas necessitam sempre de formação, pois o nosso maior desafio é acompanhar esses novos tempos. Isso nos leva a ter sempre um espirito de busca e de comunhão com a Igreja.  Tanto a Bíblia quanto o Catecismo devem ser nossos livros de cabeceira, pois nos ajudam a iluminar os processos e os novos métodos que se necessitam para formar discípulos missionários de Jesus Cristo. Neles encontramos a luz da Palavra de Deus, que nos leva a fazer ecoar Cristo em todos os cantos. Mesmo assim isso não é suficiente, porque hoje, precisamos aprender a usar de psicologia, pedagogia, até sociologia e outras ciências. Vale ressaltar que nossas dioceses contribuem sempre em nossa formação em todos os aspectos referentes à Iniciação. Nisso contamos também com os Regionais e o Nacional da CNBB.

Catequizandos da diocese de Luziânia/GO | Foto: Arquivo pessoal

As mídias, sem dúvida, ajudam muito, mas também têm seus limites. Como tudo está na ponta dos dedos, a busca por qualquer resultado basta, não tem um estudo mais aprofundado. Desse modo, Deus passa a ser uma mera pesquisa e não se percebe o verdadeiro valor do seu amor por nós.

Uma das maiores virtudes de um catequista é a sua dedicação ao Reino de Deus, pois, hoje, nossos catequistas fazem de tudo para anunciar Jesus Cristo. Já o pior defeito é o catequista que se acha melhor que os demais e não se preocupa com sua formação nem com a comum união com os demais irmãos de caminhada. Nos dias atuais, o catequista precisa, de fato, amar o que faz e ser o primeiro a se apaixonar pelo Cristo e seu projeto que Ele anuncia. Como o Papa Francisco sempre nos exorta: “É preciso ser catequista e não apenas dar catequese”. Isso significa que nosso testemunho é mais importante de que nossas palavras.

Wanderson Saavedra Correia
Catequista da cidade de Luziânia (GO)

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