O que a Igreja diz?

A Cultura da morte

Nenhum ser humano consegue viver apartado de uma cultura. Ele, aliás, é quem a forma, desenvolve, transforma, aperfeiçoa ou a deforma. Por meio da cultura, o homem pode galgar patamares cada vez mais elevados em sua humanidade. Eis o grau de importância da cultura para o homem! Nesse sentido, tudo o que permeia a vida humana está inserido numa cultura: seu modo de pensar, de agir, trabalhar e conhecer; sua vida familiar, social, civil; a maneira como se comunica e vive a sua fé.

Há algumas décadas, a Igreja, por meio de seus representantes, chama a atenção para a expressão “cultura da morte”. Essa expressão traz em si uma importantíssima exortação de alguém que olha para a sociedade, especialmente a moderna, e identifica situações que estão colocando em risco o desenvolvimento integral do homem. Trata-se de um movimento de amor! O século, por sua vez, com sua mentalidade rebeldemente adolescente, recusa-se, muitas vezes, a ouvir o que a Mãe Igreja está a falar. Dessa forma, a humanidade está produzindo uma cultura egoística, maléfica, asfixiante, em suma, uma cultura de morte.

Essa cultura de morte, por sua vez, é aquela que subverte toda beleza, bondade, verdade e unidade. Faça uma pequena reflexão e você perceberá que todas essas características que nos fazem participar do “Ser Divino” estão sendo completamente corrompidas, adulteradas, pervertidas. É a mais pura realidade, caro internauta, estamos sendo terrivelmente defraudados e ainda clamamos por mais ilusões.

A beleza tem se tornado cada vez mais horrorosa e sem sentido, a bondade tem sido relegada aos considerados fracos, a verdade deixou de ser objetiva e, em cada viela obscura do mundo, encontram-se dezenas de “verdadezinhas” coloridas e brilhantes; verdades a depender dos gostos particulares. Quanto à unidade, essa nem se fala, deveria até ser suprimida dos dicionários por falta de uso e de procura. Existe, portanto, um movimento para tornar a nossa cultura horripilante e sombria.

Manifestação cultural

Tem faltado luz na cultura, porque não tem existido espaço para ela. O homem, e somente o homem, com suas inclinações pervertidas, tornou-se o parâmetro de toda manifestação cultural. Quando falta a luz, acentuam-se as sombras e, por consequência, deterioram-se a noção de beleza, de conhecimento e de progresso. Por fim, decaindo a cultura, decaem a civilização, os costumes, as gerações humanas. O resultado bárbaro de uma cultura puramente antropocêntrica não é outro senão este: a exaltação morte.

Uma cultura da morte é antítese da cultura da vida. E morte, aqui, não se refere à deterioração celular, mas de rebaixamento espiritual e psicológico. Trata-se, portanto, de um mal com consequências profundíssimas ao homem.

Nunca me esqueço da primeira vez em que o ouvi as músicas do CD “Só pra você” que o padre Jonas Abib gravou no ano de 2004. Chamou-me a atenção uma pequena fala que acabou ficando registrada entre uma música e outra. Considero esse comentário do padre Jonas muito mais que uma simples introdução de uma música, mas um arroubo profético de um homem de Deus. Eis a sua fala: “Nós precisamos evangelizar a cultura! Somente aqueles que têm o Evangelho entranhado em si podem levar e entranhar o Evangelho na cultura e fazer dela uma cultura evangélica e não essa cultura antievangélica [de morte] que nos rodeia e que nos oprime”.

Se você acrescentar Deus verdadeiramente em sua vida, a cultura naturalmente será transformada.

É ou não é profética essa fala do padre Jonas? Ela se desdobra num pequeno trecho de um documento interno da nossa Comunidade Canção Nova. O documento se intitula “Canção Nova – Lugar da ação e da presença de Deus”. Nele, padre Jonas pede que todos nós atuemos no mundo de modo a estabelecermos “uma nova maneira de viver, uma nova estrutura social, uma nova harmonia social, uma nova maneira de as pessoas viverem juntas e, por isso, uma nova organização da sociedade, um novo modo de governo, de poder, de autoridade, de lei”. Traduzindo tudo o que o padre pede, devemos transformar a cultura de morte, que tem dominado o mundo em cultura da vida. Fica evidente nesse escrito a ousadia de um profeta.

Enfim, não existe cultura sem pessoas. E não existem pessoas que não sejam alimentadas por uma cultura. Afaste da sua vida os elementos de morte (novelas em geral, certos tipos de filmes de músicas etc.) e acrescente Deus. Se você acrescentar Deus verdadeiramente em sua vida, a cultura naturalmente será transformada.

Deus abençoe você. Até a próxima!

Seminarista Gleidson de Souza Carvalho
Missionário da Comunidade Canção Nova

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