O Vaticano lançou a Logomarca do Jubileu Ordinário de 2025, e propôs um caminho para a Igreja de todo o mundo, para viver bem os anos que antecedem este grande evento.
O Jubileu marca a vida do povo de Deus como um tempo forte convocado pela Igreja e que propõe uma pausa restauradora. De forma ordinária, o jubileu é convocado há cada 25 anos. Mas os papas, seguindo a necessidade da Igreja e a inspiração do Espírito Santo, podem também convocar um Jubileu Extraordinário. Foi o que aconteceu em 2016, quando o Papa Francisco ofereceu à Igreja de todo o mundo o Jubileu da Misericórdia.
Mas agora, aos poucos, nos aproximamos do Jubileu de 2025. E o tema escolhido pelo Pontífice é: Peregrinos da Esperança. Tocados pela Misericórdia do Pai que nos ama de forma incondicional, somos chamados a viver neste mundo repletos de Esperança.
O Pontifício Conselho para a Nova Evangelização, que é o setor do Vaticano responsável por organizar o Jubileu, apresentou a logomarca do Jubileu 2025, e apresentou também as propostas para a Igreja de todo o mundo viver nos dois anos que antecedem o evento.
A logomarca foi escolhida pelo próprio Papa Francisco, e foi feita pelo jovem italiano Giacomo Travisani, que explicou, durante coletiva de imprensa, que, na arte, ele imaginou todas as pessoas avançando juntas, “graças ao vento da Esperança que é a Cruz de Cristo e o próprio Cristo”. O logo mostra quatro figuras estilizadas para indicar toda a humanidade dos quatro cantos da terra. Cada uma delas abraçando-se mutuamente, indicando a solidariedade e a fraternidade que deve unir os povos. A primeira figura está agarrada à Cruz. As ondas subjacentes são agitadas para indicar que a peregrinação da vida nem sempre se faz em águas calmas. A parte inferior da Cruz é alongada, transformando-se numa âncora, que domina o movimento das ondas. As âncoras com frequência são usadas como metáforas de esperança. A imagem mostra como a viagem do peregrino não é individual, mas sim comunitária, com os sinais de um dinamismo crescente que se move cada vez mais em direção à Cruz.
Foi apresentado também o caminho a ser feito até o Jubileu 2025. A pedido do Papa Francisco, em 2023, as igrejas de todo o mundo vão refletir e celebrar os 60 anos da abertura do Concílio Vaticano II. Francisco pediu que os fiéis tenham contato e aprofundem nas quatro constituições conciliares: (DEI VERBUM – A Palavra de Deus, LUMEN GENTIUM – A Luz dos Povos, SACROSANCTUM CONCILIUM – O Sacrossanto Concílio e GAUDIUM ET SPES – A Alegria e a Esperança).
“O próximo Jubileu poderá contribuir muito com a recomposição de um clima de Esperança e de confiança como sinal de um renascimento, do qual todos sentimos a urgência.”
Já 2024, vai ser um ano dedicado à oração, para criar um ambiente favorável a toda graça do Jubileu. Com o tempo, o setor responsável pelo Jubileu vai apresentar a cada diocese as indicações para que cada comunidade viva em comunhão com a Igreja de Roma em direção à Porta Santa.
Enquanto isso, cada um é convidado a viver o que nos indica o santo padre na carta que escreveu ao escolher o tema do Jubileu: “Devemos manter acesa a chama da Esperança que nos foi dada, e fazer de tudo para que cada um reconquiste a força e a certeza de olhar para o futuro com o coração aberto, confiante. O próximo Jubileu poderá contribuir muito com a recomposição de um clima de Esperança e de confiança como sinal de um renascimento, do qual todos sentimos a urgência.”
Saiba mais:
O primeiro foi convocado em 1300, pelo Papa Bonifácio Oitavo, atualizando para o cristianismo um costume judeu. A princípio era convocada há cada 50 anos, mas com o tempo o Jubileu Ordinário passou a ser há cada 25 anos. Em 2025, a Igreja vai celebrar o seu vigésimo sétimo jubileu ordinário. O último foi no ano 2000, durante o pontificado de João Paulo II.
Com o tempo, os papas viram a necessidade de convocar também o Jubileu de forma extraordinária, ou seja, fora dos 25 anos. E em situações de guerra, de epidemias ou outros momentos fortes da história, os papas ofereceram aos fiéis este tempo forte de encontro com Deus, de reconciliação e conversão.
Todo Jubileu tem em si o convite aos fiéis de peregrinar até o túmulos dos apóstolos Pedro e Paulo, e também às Basílicas papais de São João de Latrão – sede da Igreja, e de Santa Maria Maior, primeira Igreja do Ocidente dedicada a Virgem Santíssima, que estão em Roma. Nessas Basílicas, tem a Porta Santa, que só é aberta na ocasião do Jubileu, e ao passar por elas, vivendo todas as orientações da Igreja, se conquista indulgência plenária.
No último Jubileu Extraordinário, que foi da Misericórdia, o Papa Francisco estendeu a tradição da Porta Santa para todo o mundo, para que a catedral ou Santuário de cada diocese fosse para os fiéis este local de encontro com a Misericórdia de Deus durante o Jubileu.
Lízia Costa – Missionária da Comunidade Canção Nova. Jornalista e atua no Setor de Comunicação do Santuário do Pai das Misericórdias.