“Vigiai, portanto, porque não sabeis em que dia virá o Senhor.” (Mt 24,42)
A encarnação do filho de Deus é, segundo o Catecismo da Igreja Católica, “um acontecimento tão grandioso, que Deus quis prepará-lo durante séculos. Ritos e sacrifícios, figuras e símbolos da «primeira Aliança» (210), tudo Deus faz convergir para Cristo. Anuncia-O pela boca dos profetas que se sucedem em Israel. E, por outro lado, desperta no coração dos pagãos a obscura expectativa desta vinda” (CIC 522).
De fato, Jesus viveu sobre esta terra, e isto não é apenas um dado de fé, é um acontecimento histórico que dividiu a forma como nós contamos os séculos entre antes de Cristo e depois de Cristo. O próprio Deus, para nos dar a salvação, tomou a forma humana e andou sobre esta terra. São João Batista foi o precursor do Senhor ao anunciar a plenos pulmões que o filho de Deus, o Messias, havia encarnado, e logo se manifestaria a Israel e a todo o mundo.
Jesus fez inúmeros milagres ao longo dos três anos de vida pública antes de sua entrega na Cruz; Sua vida e Seus ensinamentos, que primeiro conquistaram os doze apóstolos, 20 séculos depois conquistariam a mente e coração de 2,3 bilhões de pessoas que são adeptas do cristianismo, que se professam cristãos na atualidade.
Anualmente, a liturgia celebra o Advento, tempo que antecipa a Festa do Natal, no qual celebramos a Encarnação, o nascimento de Nosso Senhor. Durante o tempo do Advento, não só recordamos o acontecimento da primeira vinda de Jesus, mas nos remetemos ao fato de que Ele virá mais uma vez, agora glorioso.
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O Catecismo da Igreja Católica expressa muito bem isso ao dizer no número 524: “Ao celebrar em cada ano a Liturgia do Advento, a Igreja atualiza esta expectativa do Messias. Comungando na longa preparação da primeira vinda do Salvador, os fiéis renovam o ardente desejo da sua segunda vinda. Pela celebração do nascimento e martírio do Precursor, a Igreja une-se ao seu desejo: «Ele deve crescer e eu diminuir» (Jo 3,30).”
Deus, que se encarnou há dois mil anos, está sempre prestes a voltar de forma gloriosa, e nós precisamos viver baseados nessa certeza. A qualquer momento, Cristo retornará! Será que estaríamos prontos se Ele retornasse no exato momento em que lemos este texto?
Se, por acaso, eu olhasse, agora, pela janela da sala onde escrevo e visse o Céu se abrir, e Cristo descendo com milhares de milhares de Anjos, estaria eu pronto para encontrar-me com Ele? Que é que Ele me encontraria fazendo? Eu me envergonharia, ficaria com medo?
Pela demora, muitos podem pensar que a Segunda Vinda de Cristo é apenas uma parábola, uma lenda, uma mentira, mas ela não o é. Ainda assim, ainda que Cristo não retorne enquanto estivermos vivos nesta Terra, cedo ou tarde, quando menos esperarmos, morreremos e, então, iremos ao encontro d’Ele. Se Cristo não vem, nós vamos.
Viver uma vida virtuosa, não cometer pecados, cumprir bem os deveres. É a forma de se estar preparado para o Encontro com Cristo. A santidade, chamado de Deus para todos os cristãos, é a única forma de estarmos preparados para esse encontro que acontecerá num momento em que nós não sabemos, mas é real e se aproxima cada dia mais.
Pode ser que Cristo volte ainda hoje, talvez amanhã, quem sabe ainda demore mais mil anos. Não nos compete saber o momento, mas Ele virá quando menos esperarmos; e ainda que demore, não tardará muito até que nos encontremos com Ele no momento de nossa morte, que também pode chegar a qualquer momento.
Será que você seria salvo se se encontrasse com Cristo exatamente agora?
Kaique Duarte
Seminarista da Comunidade Canção Nova