“Eu nunca te deixarei. O meu Imaculado Coração será o teu refúgio”

Imaculado Coração de Maria

Falar do Coração Imaculado de Maria é falar expressamente do amor de Deus. Ela é a filha predileta do Pai, escolhida para ser a Mãe do Salvador. “Efetivamente, a Virgem Maria, que na anunciação do Anjo recebeu o Verbo no coração e no seio, e deu ao mundo a Vida, é reconhecida e honrada como verdadeira Mãe de Deus Redentor. Remida dum modo mais sublime, em atenção aos méritos de seu Filho e unida a Ele por um vínculo estreito e indissolúvel, foi enriquecida com a excelsa missão e dignidade de Mãe de Deus Filho; é, por isso, filha predileta do Pai e templo do Espírito Santo, e, por este insigne dom da graça, leva vantagem a todas as demais criaturas do céu e da terra” (Lumen Gentium 53).

Tendo sido escolhida por Deus para essa missão tão elevada de ser a Mãe do Salvador, também recebeu de Deus a graça de ser Mãe espiritual da humanidade: “Maria, pois como Mãe de Cristo, também é Mãe dos fiéis e dos pastores todos, isto é, da Igreja” ( Discurso do Papa Paulo VI, Concílio Vaticano II, 21 de novembro de 1964).

Sobre a maternidade espiritual de Maria a Constituição Dogmática Lumen Gentium também afirma:

“Esta maternidade de Maria na economia da graça perdura sem interrupção, desde o consentimento, que fielmente deu na anunciação e que manteve inabalável junto à cruz, até à consumação eterna de todos os eleitos. De fato, depois de elevada ao céu, não abandonou essa missão salvadora, mas, com a sua multiforme intercessão, continua a alcançar-nos os dons da salvação eterna. Cuida, com amor materno, dos irmãos de seu Filho que, entre perigos e angústias, caminham ainda na terra, até chegarem à pátria bem-aventurada. Por isso, a Virgem é invocada na Igreja com os títulos de advogada, auxiliadora, socorro, medianeira” (LG 62).

De maio a outubro de 1917, Nossa Senhora apareceu em Fátima (Portugal), aos Pastorinhos e se apresentou como Mãe preocupada com os seus filhos que labutam neste “Vale de Lágrimas”, trazendo uma mensagem de esperança e de paz.

Na aparição de treze de junho, a Virgem Santíssima, ao ver o sofrimento que a Lúcia vivia diante da incompreensão dos seus familiares, que não acreditavam na aparição do mês anterior (treze de maio), e depois de lhe ter dito que em breve levaria para o Céu os seus priminhos, ela consolou a Lúcia com estas palavras: “E tu sofres muito? Não desanimes. Eu nunca te deixarei. O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus” (In Memórias da Ir. Lúcia p 175).

Ao dirigir estas palavras para Lúcia, Nossa Senhora diz para cada um de nós, que nunca nos deixará sozinhos nesta peregrinação terrena em que vivemos, pois sabe que, enquanto estivermos neste mundo, corremos o risco de perder a nossa alma. Portanto, Ela quer que nos refugiemos no Seu Coração Imaculado, que nos conduz a Cristo: garantia de nossa salvação eterna. Santo Afonso Maria de Ligório afirma: Não se perderá certamente, quem é fiel na devoção a essa Virgem Mãe. (Glórias de Maria – Santo Afonso de Ligório (p. 186). Portanto, nas lutas que travamos, nas situações desafiadoras que enfrentamos cotidianamente, a Virgem Maria nos convida a buscarmos seu auxílio, na certeza de que Ela nos conduzirá até Deus e nos dará a vitória.

Nessa mesma aparição de junho, Nossa Senhora disse para Lúcia que Deus tinha para ela uma missão especial: “Tu ficas cá mais algum tempo. Jesus quer servir-Se de ti para Me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no mundo a devoção a Meu Imaculado Coração” (In Memórias da Ir. Lúcia, p. 175). Portanto, o culto a Nossa Senhora existe por vontade de Deus. Ele quer que esta seja a nossa certeza: o Imaculado Coração de Maria é o nosso refúgio e o caminho que nos conduzirá até Ele.

Ter devoção ao Imaculado Coração de Maria não é apenas confiarmos, entregando as nossas preocupações e dúvidas, mas é essencialmente imitá-la, meditando nos mistérios de Deus. Em segundo lugar, conformando a nossa vontade com a de Deus, perguntando sempre: “Senhor, o que queres que eu faça?”. Como vimos acima, a mensagem de junho nos leva ao Coração de Deus.

Foto: virgemimaculada.wordpress.com

Santa Jacinta, a grande apóstola do Coração de Maria, quando estava doente, pouco tempo antes de morrer, disse a Lúcia: “Já me falta pouco para ir para o Céu. Tu ficas cá para dizeres que Deus quer estabelecer no mundo a devoção do Imaculado Coração de Maria. Quando for para dizeres isso, não te escondas. Diz a toda a gente que Deus nos concede as graças por meio do Coração Imaculado de Maria; que Ihas peçam a Ela” (In Memórias da Ir. Lúcia p 130).

É válido salientar que a devoção ao Imaculado Coração de Maria não nasceu em Fátima, pois os santos já difundiam essa devoção. Contudo, em Fátima, temos um momento especial do Coração Imaculado de Maria, porque, na aparição de junho, Nossa Senhora diz que Deus queria estabelecer no mundo a devoção ao Seu Imaculado Coração, e, no fim dessa mesma aparição, Ela mostra Seu Coração cercado de espinhos.

Nessa aparição, os Pastorinhos entenderam que Nossa Senhora estava pedindo a reparação. Porquanto, depois de afirmar que Deus queria estabelecer no mundo a devoção ao Seu Imaculado Coração, em Fátima, por meio da reparação, Nossa Senhora apareceu para Lúcia, em Pontevedra, na Espanha. Sendo assim, deu início à Devoção Reparadora dos Cinco Primeiros. Vejamos a origem dessa devoção narrada e experienciada pela Ir. Lúcia, que ao contar refere-se a ela mesma:

“Dia 10-12-1925, apareceu-lhe a SS. Virgem e, ao lado, suspenso em uma nuvem luminosa, um Menino. A SS. Virgem, pondo-lhe no ombro a mão e mostrando, ao mesmo tempo, um coração que tinha na outra mão, cercado de espinhos. Ao mesmo tempo, disse o Menino: Tem pena do Coração de tua SS. Mãe, que está coberto dos espinhos que os homens ingratos a todos os momentos Lhe cravam sem haver quem faça um ato de reparação para os tirar. Em seguida, disse a SS. Virgem: Olha, minha filha, o Meu Coração cercado de espinhos que os homens ingratos a todos os momentos Me cravam, com blasfêmias e ingratidões. Tu, ao menos, vê de Me consolar e diz que todos aqueles que durante 5 meses, ao 1.° sábado, se confessarem, recebendo a Sagrada Comunhão, rezarem um Terço e Me fizerem 15 minutos de companhia, meditando nos 15 mistérios do Rosário, com o fim de Me desagravar, Eu prometo assistir-lhes, na hora da morte, com todas as graças necessárias para a salvação dessas almas.” (Das Memórias da Ir. Lúcia, pág. 192)

O Santuário do Pai das Misericórdias acolheu esse pedido da Mãe de Misericórdia e convida a você para participar desse momento mariano em cada primeiro sábado do mês. Portanto, neste mês de junho, o primeiro sábado será no dia 3.

Vivemos esse Momento da Devoção Reparadora dos Cinco Primeiros Sábados, iniciando as 10h, com a oração do Terço, depois fazemos uma catequese sobre a Mensagem de Fátima; em seguida, os 15 minutos de Meditação da Palavra. Às 12h, temos Missa votiva a Nossa Senhora. Para confessar-se, o peregrino pode ir aos nossos confessionários, ou onde lhe for mais acessível.

Diante da maternidade universal de Maria, possa cada um de nós, especialmente, neste ano Mariano, reconhecê-la como nossa própria Mãe, entregando-nos com confiança ao seu amor materno.

Áurea Maria,
Comunidade Canção Nova

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