O Senhor não se satisfaz com exterioridade, pois Ele abomina os “sepulcros caiados”. Ele quer dar-nos um coração novo; quer formar-nos discípulos segundo o Seu coração. A semente está nos sentimentos, por isso Jesus quer atingi-la, e não apenas as consequências que virão.
Ele quer chegar ao nosso coração e cauterizar a cólera, a inveja, a ambição, o rancor e dar-nos um coração manso, humilde, bondoso, paciente, cheio de amor, semelhante ao Dele. A nossa parte é aceitar, cooperar, deixar-se moldar por Deus.
Ensinaram-nos a pagar o mal com o mal. O desaforo com o desaforo, a ofensa com a ofensa. O Senhor quer mudar tudo isso. A tentação havia nos convencido de que esse tipo de santidade não existia. Era utopia, ilusão, e não devíamos ser presunçosos a ponto de querer conquistá-la. Mas a grande realidade é que o Senhor quer que cheguemos lá, que passemos além. Ele nos quer no caminho da santidade, quer nos levar além de nossos limites.
O que Jesus está nos dizendo é que quer atingir nosso âmago, nosso coração, porque não fomos feitos para o ódio; somos semelhança de Deus, que é amor. As palavras “pesadas” acabam se tornando maldição. E, quanto mais deixamos que dessa fonte jorrem coisas ruins, mais esses sentimentos irão crescer dentro de nós.
Mas se estancarmos a fonte ruim e deixarmos vir à tona coisas boas – delicadeza, bondade, mansidão, paciência, bênção, graça -, isso crescerá em nós e fará nosso coração semelhante ao de Jesus.
Seu irmão, Monsenhor Jonas Abib,
Fundador da Comunidade Canção Nova, presidente da Fundação João Paulo II e reitor do Santuário do Pai das Misericórdias