No Magnificat ela revela a força das Sagradas Escrituras em seu coração
Maria Santíssima nos ensina a simplicidade de fazer, a cada momento, a vontade de Deus. Esta foi a regra de santidade em sua vida. Mas, para conhecer a vontade de Deus, é preciso reconhecer o que já nos foi revelado, e permitir que o Senhor continue revelando os Seus propósitos para nós. Isto tudo está ao alcance das nossas mãos – as Sagradas Escrituras. Um coração que permanece em paz em meio às dificuldades, como o de Maria, encontra a sua força na Palavra de Deus.
Percorrendo os passos de Maria, temos a inspiração perfeita para aprofundar o nosso conhecimento da Palavra. Maria foi educada e instruída pelas Sagradas Escrituras ao longo de toda a sua infância, e a Palavra encontrou um terreno fértil em seu coração humilde. Ali, cada promessa de Deus pôde germinar, crescer, tomar força e florir. Maria pôde, assim, acolher o maior fruto de seu total abandono à Divina Providência: o Verbo feito carne, Jesus Cristo.
Logo após receber o Anjo Gabriel e dizer: “faça-se em mim segundo a Tua palavra”, Maria vai ao encontro de sua prima, Santa Isabel. Naquele encontro, Maria entoa o seu cântico de louvor à Divina Providência, o Magnificat. Neste cântico, ela declara que Deus é a sua alegria, reconhecendo as maravilhas que Ele fez em sua vida. E mais, o Magnificat nos revela que Deus não foi misericordioso apenas com Maria, mas o seria com todo o povo, de geração em geração. Ele é misericordioso hoje, comigo e com você. Essa Palavra se atualiza no momento presente em nossas vidas, e assim acontece com as demais passagens da Bíblia.
A Palavra de Deus é viva (Hb 4, 12) e, como nos escreve São Paulo, eficaz para nos instruir em todas as situações (2 Tm 3, 16s). Diante do ordinário da vida, por que ainda temos tanto medo? Por que ainda agimos como os pagãos, que não têm em Deus a sua esperança? É porque ainda não reconhecemos as maravilhas que Deus já realizou, nem nos deixamos instruir por Ele… não nos debruçamos em conhecer a Sua vontade. O convite, portanto, é esse: acolher a Palavra de coração aberto e disposto – em um terreno fértil!
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Mas como fazer do nosso coração esse terreno fértil? Nem todas as vezes que ouvimos a Palavra na Santa Missa ou lemos a Bíblia conseguimos guardar o que foi meditado, porém, precisamos perseverar. Assim como a semente germina sem percebermos, a Palavra acolhida se torna uma luz que nos instrui quando menos esperamos! Santa Terezinha comenta a respeito disso, em “História de uma alma”, quando escreve sobre o Evangelho: “(…) lá encontro tudo quanto necessita a pobrezinha da minha alma. (…) Ele (Jesus) me guia e me inspira; exatamente no momento em que me são necessários, percebo clarões até então desconhecidos. Na maioria das vezes, não brilham a meus olhos nas horas de oração, mas no meio das ocupações do dia.”. Ainda que as meditações pareçam não ressoar em nós no momento em que temos contato com a Palavra, certamente os frutos serão colhidos no dia a dia. Sejamos, assim como Maria, homens e mulheres que têm seus corações fortalecidos e instruídos pela Palavra, e então poderemos cantar as maravilhas de Deus em nossas vidas.