SOMOS O ALVO

A Misericórdia de Deus tudo alcança

O Pai amoroso nos espera

Diante das dificuldades e desilusões da vida, é natural que nos perguntemos: onde está Deus? Mas, aqueles que têm, além de sua vida natural, uma vida sobrenatural mantida pela fé, pelas orações e por suas práticas espirituais, podem repetir o salmo que diz: “Olho para os montes, de onde virá o meu socorro? O meu socorro virá do Senhor, que fez o céu e a terra” (Sl 120,1-2).

“Ele fez o céu e a terra, e estende a sua misericórdia a todos que confiam nele.” | Foto: divulgação/Santuário do Pai das Miseicórdias

De fato, nos deparamos com duas visões de mundo, uma contradição que, por enquanto, não pode ser resolvida externamente, somente no coração de cada homem e mulher que se encontrou com Deus porque o mundo, criado bom, corrompeu-se.

A princípio, corrompido pelos anjos caídos, muitos deles encarregados de cuidados em relação a este mundo. Mas, principalmente, depois da corrupção do coração do ser humano pelo pecado original, este mundo foi corrompido pela ação do próprio homem. A ação do homem no mundo e na vida dos seus semelhantes foi distorcendo a obra da criação.

Seria somente uma triste história, se não houvesse ocorrido alguns fatos que inverteram completamente o curso dos acontecimentos: Deus mesmo, o Verbo Divino, encarnou-Se, morreu por nós cumprindo toda justiça e ressuscitou ao terceiro dia! A partir daí, a Misericórdia de Deus tudo alcança!

Ela se estende sobre todo o mundo, toda a criação, todo homem e mulher, redimindo e recriando todas as coisas. O mundo novo, o mundo da verdadeira paz, o mundo tecido e envolvido pelo Amor de Deus, já está em construção. Como o Senhor mesmo nos disse: “O Reino de Deus não virá de um modo ostensivo. Nem se dirá: Ei-lo aqui; ou: Ei-lo ali. Pois o Reino de Deus já está entre vós” (Lc 17,20-21).

E até a segunda vinda gloriosa de Nosso Senhor Jesus Cristo, onde tudo será plenamente consumado, é assim que o Reino de Deus se apresenta: entre nós, principalmente, enquanto se constrói em cada um de nós.

Se Deus não precisa pedir licença para estender seus braços misericordiosos onde quer, como quer, e quando quer, Ele ainda usa essa prerrogativa com extremo cuidado e paciência. O Pai amoroso nos espera. Ele quer que nós nos encaminhemos a Ele com total liberdade. Atrai-nos, acolhe-nos, mas não nos obriga a nada.

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E, desse modo, constrói-se essa realidade que se mostra tão díspar e, frequentemente, tão difícil: vemos um mundo de morte, violência, guerra e sofrimentos extremos. Mas, também está presente o cuidado, o amor, a tolerância, a caridade e o esforço de tantos homens e mulheres que, encontrando-se com a Misericórdia de Deus, encontraram-se consigo mesmos e com seus irmãos.

Se, por si só, a Misericórdia tudo alcança, através daqueles que buscam construir o Reino de Deus em si mesmo e no mundo, por meio de uma vida de constante busca da santidade, ela se expande mais e mais. Também se torna mais visível, mais fácil de ser observada no mundo que nos cerca.

Sejamos parte ativa da Misericórdia de Deus que se estende sobre todo o mundo! Busquemos, com afinco, uma vida de santidade e comunhão com Deus. Isso, por si só, já nos transformará em um canal de misericórdia para nossos irmãos. E quando as piores realidades do mundo apresentarem-se diante de nós, possamos dizer com convicção: o meu socorro virá do Senhor! Ele fez o céu e a terra, e estende a sua misericórdia a todos que confiam nele.

Flávio Crepaldi
Bacharel em Teologia, colaborador da Fundação João Paulo II/Canção Nova e colunista do Canal Formação no Portal: cancaonova.com

 

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