DOM BOSCO

O homem que atraía o céu com o seu sorriso

Fundador da Família Salesiana, pai e mestre da juventude, São João Bosco é o santo celebrado pela Igreja Católica no dia 31 de janeiro. Esta data faz memória do dia em que o sacerdote deixou esta terra aos 72 anos. Obviamente, a alegria da celebração desta data não se refere ao dado da morte do santo, mas de uma vida tão bem vivida, que insiste em permanecer na memória e no coração de todo aquele que tem contato com a sua história. Homem que atraía o céu com o seu sorriso e não media esforços para ajudar cada jovem que batia à sua porta.

“Dom Bosco não media esforços para extrair ao menos um sorriso de cada jovem que passava por sua vida”

João Melchior Bosco nasceu em 16 de agosto de 1815, nas colinas de Becchi, Itália. Filho de camponeses, perde o pai antes de chegar a completar seus dois anos de idade e, apesar da infância marcada por aguda pobreza, não falta a riqueza da fé em sua casa. Sua mamãe Margarida, não media esforços pela educação dos filhos, inclusive de João Bosco, que aos 9 anos de idade teve um sonho revelador, que mais tarde compreenderia: era o prenúncio da missão de educar os jovens com amor, como Jesus, o Bom Pastor.

Ainda criança, precisou empreender muitos esforços para conseguir algum estudo. Seu irmão mais velho, Antônio, não o compreendia e o criticava muito. Com o despertar da vocação sacerdotal, o pequeno garoto sai de casa para os estudos formativos e, apesar das muitas dificuldades, o que mais pesava em sua bagagem era a alegria de pertencer a Cristo. Tinha um coração repleto de fé e esperança e grande confiança em Maria Santíssima, a Virgem “Auxiliadora dos Cristãos” – título atribuído à Mãe de Jesus, que mais tarde o jovem sacerdote faria conhecido.

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Ordenado padre, permanece com o coração humilde e não coloca limites à caridade, especialmente no acolhimento aos jovens que encontrava nas ruas de Turim, ou que batiam à sua porta. A sede pela salvação das almas fez com que o sacerdote iniciasse um lindo trabalho de acolhida à juventude, que se chamou Oratório Festivo. Ali oferecia catequese, alimento e esperança de um modo muito lúdico e atraente, que geralmente incluía malabarismo e alguns truques de mágica que ele fazia com o intuito de atrair os jovens para a vivência cristã.

Incansável, Dom Bosco não media esforços para extrair ao menos um sorriso de cada jovem que passava por sua vida, e por fazer perceber que, apesar das dores do tempo presente, há um Pai por nós, de modo que ninguém precisa lutar solitariamente, ninguém é órfão: todos podem contar com o Pai do céu!

Não hesitava em visitar os jovens nas prisões e nem mesmo se aproximar dos mais temidos, afinal tinha a firme convicção de que se os jovens tivessem um amigo que os levasse para Deus, poderiam ter uma nova vida. Por trás de cada ser humano desacreditado, esse homem enxergava a possibilidade de uma vida renovada. Assim, oferecia trabalho e moradia como alternativa àqueles que, sem perspectivas, se lançavam nas infindáveis jornadas de trabalho naqueles idos da Revolução Industrial.

Nosso tempo carece de homens e mulheres com o coração como o de Dom Bosco: corações generosos, que não descansam até que encham de esperança os que já não a possuem; corações nobres que levam sem distinção o amor e a ternura que bebem do coração do Bom Pastor; corações que sabem, verdadeiramente, educar – extrair de dentro de cada um o “homem novo”.

A esse homem de vida singular, podemos também chamar de santo da esperança, da alegria, do amor em atos concretos. A história conta que o motivo de sua morte não foi alguma enfermidade específica, mas que o santo, literalmente, gastou todas as forças que possuía. Vivamos também nós o seu lema e ele permanecerá vivo em nós. Afinal, seu objetivo não era outro senão: “Dai-me almas, e ficai com o resto!”

Padre Edmilson Dias 
Missionário da Comunidade Canção Nova

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