VOCÊ JÁ SE PERGUNTOU?

Por que dia 4 de agosto é celebrado o Dia do Padre?

“Queria conquistar muitas almas”

Você já pensou por que, no dia 4 de agosto, é celebrado o Dia do Padre? De fato, neste mês de agosto, pela dinâmica pastoral da Igreja, nós celebramos o Mês Vocacional, sendo a primeira semana dedicada aos Sacerdotes por ocasião do dia 4, quando, liturgicamente, se reza com grande júbilo a memória de São João Maria Vianney.  

Este grande sacerdote costumava dizer que “se soubéssemos bem o que é um padre na terra, morreríamos não de medo, mas de amor”. A vida de São João Maria Vianney pode ser resumida neste pensamento. 

Também conhecido como “Cura d’Ars”, João Maria Vianney nasceu em 8 de maio de 1786, em Dardilly, próximo de Lyon. Seus pais eram camponeses e, desde pequeno, encaminhava-o ao trabalho da lavoura, tanto que, aos 17 anos, João ainda era analfabeto. No entanto, graças aos ensinamentos maternos, conseguiu aprender muitas orações de cor e viveu uma forte religiosidade, pois ele “queria conquistar muitas almas”. 

É claro que, antes de tudo, nós devemos ter em mente, como prelúdio de uma música orquestral, que falar de um santo é dizer de alguém que se deparou com Jesus Cristo, e é sempre decorrente este encontro pessoal. Padre Paulo Ricardo, que catequiza muitas pessoas, num dos conteúdos de seu site, menciona Joseph Ratzinger para agregar-nos tal informação preciosa: “Os santos são um modelo de apostolado eficaz, porque carregavam em suas faces a experiência da entrega ao Senhor. Somente uma alma profundamente apaixonada consegue transmitir a intensidade da Palavra de Deus. Por isso dizia o Cardeal Ratzinger, num debate com o ateu Paolo Flores D’Arcais, que “nós, os crentes, acreditamos que temos algo a dizer ao mundo (…), estamos convencidos de que em Jesus surgiu a verdade, e a verdade não é propriedade privada de alguém; deve ser compartilhada, deve ser conhecida” (RATZINGER, Joseph, D’ARCAIS, Paolo F. Deus Existe. Editora Planeta). Por isso, no dia 4 de agosto, é impossível não fazer menção a este grande sacerdote francês. 

São João XXIII nos recorda, em sua Carta Encíclica, Sacerdotii Nostri Primordia, que falar de S. João Maria Vianney é evocar a figura de um padre excepcionalmente mortificado, que, por amor de Deus e pela conversão dos pecadores, privava-se de alimento e sono, impunha-se rudes penitências e, sobretudo, levava a renúncia de si mesmo a um grau heróico. Se é certo que comumente não é pedido a todos os fiéis que sigam este caminho, a Divina Providência dispôs que nunca faltem no mundo pastores de almas que, levados pelo Espírito Santo, não hesitem em encaminhar-se por estas vias, porque tais homens operam com este exemplo o regresso de muitos que se convertem da sedução dos erros e dos vícios para o bom caminho e a prática da vida cristã! 

Continua o Papa italiano afirmando que a todos o exemplo admirável de renúncia do cura de Ars, “severo para consigo e bondoso para com os outros”, [Cf. Archiv. Secr, Vat., Congr. SS. Rituum, Processus, t. 227, p.196] lembra de forma eloquente e urgente o lugar primordial da ascese na vida sacerdotal. O nosso predecessor Pio XII, de saudosa memória, no desejo de evitar certos equívocos, não hesitou em precisar que é falso afirmar “que o estado clerical – justamente enquanto tal e por proceder do direito divino – por sua natureza, ou pelo menos em virtude de um postulado da mesma, exige que os seus membros professem os conselhos evangélicos” (Alloc. Annus sacer; AAS 43(1951), p. 29). E o Papa conclui justamente: “O clérigo, portanto, não está ligado, por direito divino, aos conselhos evangélicos de pobreza, castidade e obediência” (Ibid.). Mas seria deformar o genuíno pensamento deste Pontífice, tão cioso da santidade dos padres, e o ensino constante da Igreja, acreditar que o padre secular é menos chamado à perfeição do que o religioso. A realidade é totalmente diversa, porque o exercício das funções sacerdotais “requer uma maior santidade interior, do que aquela exigida pelo estado religioso” (São Tomás de Aquino, Sum. Th. II-II, q.184, a. 8, in c.). E se, para atingir esta santidade de vida, a prática dos conselhos evangélicos não é imposta ao padre em virtude do seu estado clerical, não obstante ela apresenta-se a ele e a todos os discípulos do Senhor, como o caminho mais seguro para alcançar a desejada meta da perfeição cristã. Aliás, para nossa grande consolação, quantos padres generosos o compreenderam no presente, não deixando por isso de continuar nas fileiras do clero secular e pedindo a várias associações aprovadas pela Igreja que os guiem e sustentem nos caminhos da perfeição! Convencidos de que “a grandeza do sacerdócio está na imitação de Jesus Cristo” (Cf. Pio XII, Discurso de 16 abril de 1953: AAS 45 (1953), p. 288), os padres estarão, pois, mais do que nunca, atentos aos apelos do divino Mestre: “Se alguém quiser vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me…” (Mt 16, 24). O santo cura d’Ars, segundo se afirma, “tinha meditado muitas vezes estas palavras de nosso Senhor e esforçava-se por pô-las em prática” (Cf. Arch. Secret. Vat., t. 227, p. 42). Deus concedeu-lhe a graça de se conservar heroicamente fiel a elas; e o seu exemplo guia-nos ainda no caminho da ascese onde ele resplandeceu brilhantemente pela pobreza, castidade e obediência.

A Carta Encíclica supracitada ainda nos impressiona por sua clareza de conteúdo. O Papa Santo, que abriu-nos o Concílio Vaticano II, João XXIII, traz-nos, ante nossos olhos, que São João Maria Vianney, pobre de bens materiais, foi igualmente exemplo de voluntária mortificação da carne. “Não há senão uma maneira de se dar a Deus no exercício da renúncia e do sacrifício – dizia ele – isto é, dar-se totalmente” (Cf. Archiv. Secret. Vat., t. 227, p. 91). E, em toda a sua vida, praticou, em grau heróico, a ascese da castidade. O seu exemplo sobre este ponto parece particularmente oportuno, porque, em bastantes regiões, infelizmente, os padres são obrigados a viver, em virtude do seu cargo, num mundo onde reina uma atmosfera de excessiva liberdade e sensualidade. E a palavra de São Tomás para eles é cheia de verdade: “É por vezes mais difícil viver virtuosamente tendo cura de almas, por causa dos perigos exteriores” (São Tomás de Aquino, Summa theol. II-II, q.184, a. 8, c.). Além disso, muitas vezes, estão moralmente sós, pouco compreendidos, pouco amparados pelos fiéis a quem se dedicam. A todos, e, sobretudo, aos mais isolados e mais expostos, nós dirigimos um apelo premente, para que toda a sua vida seja um puro testemunho dessa virtude a que São Pio X chamava “o mais belo ornamento da nossa ordem” (Exort. Haerent animo: Acta Pii X, IV, p. 260). E recomendamo-vos, insistentemente, veneráveis irmãos, que procureis para os vossos padres, na medida do possível, condições de existência e trabalho que estimulem a sua boa vontade. É preciso, a todo o custo, combater os perigos do isolamento, denunciar as imprudências, afastar as tentações da ociosidade ou os riscos do excesso de trabalho. Lembremo-nos igualmente, a este respeito, dos magníficos ensinamentos do nosso predecessor (Pio XII) na Encíclica Sacra Virginitas.

Não sei o que estas palavras te causaram, mas seria muito bom que você rezasse pelos Padres. Diria até mais: ajudar, interceder pela missão do seu pároco, criar um grupo de intercessão na sua paróquia (nem que seja para rezar um Mistério do Santo Terço ou fazer 30 minutos de adoração pelos sacerdotes). Reze por eles, reze pelos Bispos e pelo Papa. Existe uma oração que deixarei no fim deste artigo, para que você possa rezar diariamente pelo Papa.

Lembre-se de uma coisa, quando você souber dos males que se levantam contra os filhos da Igreja e contra a própria Igreja, em meio às tempestades “aquilo que a salva não são as qualidades nem a coragem dos seus homens, mas a fé que permite caminhar até no meio da escuridão entre as dificuldades. A fé confere-nos a segurança da presença de Jesus sempre ao nosso lado, da sua mão que nos segura para nos proteger do perigo. Todos nós estamos neste barco, e aqui sentimo-nos seguros, não obstante os nossos limites e as nossas debilidades. Estamos seguros sobretudo quando sabemos ajoelhar-nos e adorar Jesus, o único Senhor da nossa vida” (Papa Francisco, Angelus, 10 de agosto de 2014). Entenderam? Nós estamos no barco correto!

Rezemos pelo Santo Padre, o Papa: 

  1. Oremos pelo nosso Beatíssimo Papa Francisco.
  2. O Senhor o conserve, dê-lhe vida e o torne feliz na Terra, e não o entregue em poder dos seus inimigos.

Ó Deus, que na Vossa Providência quisestes edificar a Vossa Igreja sobre São Pedro, chefe dos Apóstolos, fazei que o nosso Papa Francisco, que constituístes sucessor de Pedro, seja para o Vosso povo o princípio e o fundamento visível da unidade da fé e da comunhão na caridade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Amém.

Guilherme Razuk
Seminarista da Comunidade Canção Nova

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