O dogma da Virgem Maria, concebida sem pecado – Imaculada Conceição
O dogma da Imaculada Conceição nos coloca diante de um mistério grandioso: desde toda a eternidade. Deus quis preparar para o Seu Filho uma Mãe toda santa, preservada do pecado original. Por um decreto do Pai, Maria foi escolhida para ser a “cheia de graça” (Lc 1,28), aquela em cujo seio o Verbo eterno assumiria a nossa carne. Esta verdade, proclamada solenemente pelo Papa Pio IX em 1854, não é apenas um dado teológico, mas um dom que a Igreja contempla com reverência e amor.
São João Paulo II, refletindo sobre este mistério, afirmou: “A Imaculada Conceição projeta uma luz única sobre o mistério de Cristo e da sua obra salvífica. Nela, tudo é relativo a Cristo e dependente d’Ele” (Audiência Geral, 12 de junho de 1996). Assim, compreendemos que a escolha de Maria não foi isolada, mas profundamente enraizada no mistério da Encarnação e da Redenção. Deus, ao escolher Maria, quis dotá-la de uma santidade singular para que fosse digna morada do Filho.
Séculos antes, São Bernardo de Claraval já intuía esta predileção divina quando exclamava com ternura: “De Maria nunca se dirá o suficiente” (De Maria numquam satis, Homilia II super Missus est, 17). Para São Bernardo, Maria é medianeira segura, intercessora poderosa e caminho certo para Cristo. A contemplação da Imaculada Conceição, portanto, não nos distancia da humanidade de Maria, mas revela a plenitude de sua maternidade: ela é Mãe de Cristo e, ao mesmo tempo, Mãe da Igreja e de todos os fiéis.
Na Canção Nova, a presença de Maria é vivida com particular intensidade. A reconhecemos como modelo de obediência e confiança, como intercessora que sustenta a missão evangelizadora e como Mãe que guia seus filhos no caminho da santidade. A oração diária do Rosário, as consagrações marianas e a constante referência à sua maternidade fazem com que Maria esteja verdadeiramente no coração da obra. Como dizia nosso fundador Padre Jonas Abib: “ Na Canção Nova foi Ela quem tudo fez.”
Contemplar a Imaculada Conceição é reconhecer a delicadeza de Deus na história da salvação. Maria, escolhida e preservada, não apenas gerou Cristo em seu seio, mas continua a gerar Cristo nos corações dos fiéis, conduzindo-nos a uma experiência viva com o Senhor. Por um decreto do Pai, Maria foi escolhida. E, como recordava São João Paulo II: “Não se pode compreender Maria sem se voltar para Cristo, e não se pode compreender Cristo sem reconhecer a presença de Maria” (Homilia em Zakopane, 7 de junho de 1997).
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Que você que faz a leitura desse simples artigo, possa fazer a experiência concreta com a presença amorosa da Virgem Maria que se antecipa em tudo que é bom para nossa vida.