‘Eis tua Mãe!
A presença de Maria em nossa vida se manifesta já na nossa infância. Quando crianças, estando marcada a data do nosso Batismo, nossas mães logo pensam em convidar alguém para que seja madrinha de consagração. Essa pessoa é a escolhida para nos apresentar diante de uma imagem de Nossa Senhora e rezar a oração de sua consagração, fazendo-nos também filhos de Maria.
Podemos dizer que, a partir desse momento, ainda que não tenhamos plena consciência, inicia-se nossa relação de pertença a Nossa Senhora. De fato, essa presença materna irá nos acompanhar em todos os momentos felizes, mas especialmente nos mais difíceis. No capítulo 19 do Evangelho de São João, encontramos o relato do momento em que, do alto da cruz, Jesus confia a João sua Mãe, e a esta o Seu discípulo: “Jesus, então, vendo a mãe e, perto dela o discípulo a quem amava, disse à mãe: ‘Mulher, eis teu filho!’.Depois, disse ao discípulo: ‘Eis tua mãe!’. E, a partir dessa hora, o discípulo a recebeu em sua casa” (João 19,26-27). É interessante o final do versículo quando fala que, a partir daquele momento, o discípulo recebeu Maria em sua casa. Em outras traduções, diz que o discípulo a assumiu.
Não há dúvida de que Maria nos assumiu na pessoa de João, mas é preciso da nossa parte também um compromisso de assumi-la, levá-la para nossa casa, convidá-la para estar conosco e inseri-la em todos os acontecimentos da nossa vida. Pare por um instante a leitura deste artigo e faça um breve momento de oração, assumindo e acolhendo, com as suas palavras, a presença materna de Maria em sua vida. Agora sim, tendo mais uma vez assumido a participação de Maria na sua vida e acolhendo-a como Mãe, é preciso refletir sobre como será cultivada essa relação tão importante para seu crescimento espiritual.
A ação de Maria é particular na vida de cada filho, sendo assim, provavelmente, você já tenha uma devoção especial por um de seus títulos: Nossa Senhora de Fátima, de Lourdes, das Graças, do Perpétuo Socorro, da Providência, dos Remédios… São muitas as formas que a Virgem encontra para se fazer presente na minha e na sua vida. Faça o exercício de olhar para a sua história e perceber os sinais que Nossa Senhora já lhe deu, retomando, quem sabe, algumas práticas antigas que antes faziam parte do seu dia a dia.
E se, por acaso, você ainda não tenha ou não saiba os meios pelos quais pode estar em comunhão com Maria, nossa Igreja nos apresenta muitos, como a oração do rosário, do ofícios – rezado normalmente aos sábados –, jaculatória, novenas, orações cotidianas como a Consagração a Nossa Senhora entre outros. Ademais, o mais importante é descobrir o seu jeito de falar com Maria, não esquecendo que Ela é Mãe e entende o que está no mais íntimo do seu coração, porque assim quis Jesus, Nosso Senhor. Quando não souber o que falar ou o que rezar, apenas deseje estar com Ela e sinta-se amparado; afinal, temos uma Mãe fiel que caminha ao nosso lado.