No sacramento da Confissão, “Deus parece esquecer a sua justiça para só manifestar a sua misericórdia”. (Cura d’Ars, Padre João Maria Vianney)
Normalmente, quando alguém repete muitas vezes uma ação ou tem o hábito de ir sempre ao mesmo lugar, acaba criando uma referência e fazendo associações. Muitas vezes um simples objeto pode recordar uma pessoa. Assim aconteceu com São João Vianney em sua época, quando à sua imagem, associavam o confessionário; e assim acontece nos dias de hoje quando falamos da confissão e logo nos recordamos daquele grande ministro da misericórdia de Deus que gastou a sua vida perdoando pecados.
O Cura d’Ars fez jus ao nome que carregava por causa da vocação: por meio do seu sacerdócio, ele se tornou cura para os pecadores, em primeiro lugar, para os daquele pequeno povoado; em segundo, para os de toda a França e até mesmo para os de outras partes do mundo.
Jesus, antes de Sua Paixão, deixou uma herança apostólica que serviria como antídoto que curaria as feridas causadas pelo pecado: o sacramento da confissão. “Assim como o pai me enviou, também eu vos envio a vós. Tendo dito essas palavras, soprou sobre eles, e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo. Àquele a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados, e àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos” (Jo 20,21-23). São João Maria Vianney assumiu e encarnou na vida esse envio de Jesus aos seus discípulos, tornando-se, para todos os que desejassem, instrumento do perdão divino.
Não resta dúvida de que a maior marca impressa na vocação desse santo foi a confissão. Há relatos de que ele chegou a passar até 16 horas no confessionário, ouvindo os pecadores e dando a eles o remédio para as suas feridas: a absolvição.
A muitos, o Cura d’Ars dava uma pequena parcela da penitência, sendo ele mesmo aquele que a cumpriria, em sua grande parte. Como um bom pastor que era, ele entregava a sua vida por suas ovelhas, ainda que aos poucos a sua fosse definhando.
Mas como se pode perder a vida quando se vive para aquilo que nasceu para ser? Esse homem bem sabia qual era a sua missão nesta terra e não desperdiçou um minuto para realizá-la bem. Em uma ocasião, o demônio lhe disse, através de um possesso: “Você me faz sofrer. Se houvesse três de você na terra, meu reino seria destruído. Você me tirou mais de 80 mil almas”.
Humanamente, São João Maria Vianney não agradava a quem o olhasse, pois era franzino, muito magro e não tinha bela aparência. No entanto, o seu ministério se tornou um grande ímã que atraía todos os corações pecadores da França. Não havia quem tivesse com ele se encontrado no confessionário e saísse da mesma forma como chegou. Ele se tornou um santo da misericórdia, pois uniu de tal forma o seu coração ao de Jesus, que ofertou a sua vida em resgate de muitos.
Que alegria será para o Santo d’Ars contemplar do céu filas enormes de homens e mulheres que, reconhecendo-se pecadores, buscam com confiança o abraço misericordioso do Pai, por meio do sacramento da confissão. Não há pecado que supere a Misericórdia de Deus!
Que o Espírito Santo mova o seu coração, caro leitor, e lhe conduza àquele lugar que é o único tribunal no qual nos acusamos e saímos inocentados: o confessionário.
Santo Cura d’Ars, rogai por nós e curai a nossa alma de toda espécie de pecado. Amém.
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Joanderson Medeiros
Seminarista Comunidade Canção Nova