“Recorre a Maria! Sem a menor dúvida eu digo, certamente, o Filho atenderá sua mãe” São Bernardo de Claraval
O Ano da Oração convocado pelo Papa Francisco em vista do Jubileu de 2025 tem sido uma excelente oportunidade para nos colocarmos em uma comunhão cada vez mais profunda e intensa com Deus. Todas as temáticas que nos auxiliam a viver bem essa convocação do Santo Padre nos permitem estar voltados para a nossa relação com Deus por meio da vida de oração. Hoje, queremos nos voltar a um grande auxílio que temos na nossa caminhada orante: a Virgem Maria. O próprio Catecismo da Igreja Católica nos lembra que “Maria é a orante perfeita” (CIC 2679).
Do alto da Cruz, a partir do apóstolo João, Jesus entrega cada um de nós a Virgem Maria como filhos e a entrega a nós como Mãe. Como Mãe zelosa, Ela vem em socorro dos seus filhos, e é por isso que, na Igreja, recorremos aos seus cuidados como nossa “advogada, auxiliadora, protetora, medianeira” (CIC 969).
Se quisermos compreender um pouco mais sobre como se dá a intercessão da Virgem Maria em nossa vida, precisamos voltar a uma passagem bíblica específica. Voltemos às Bodas de Caná (Jo 2,11). Resumidamente, vamos à história: Jesus, sua Mãe, a Virgem Maria, e Seus discípulos estavam em uma festa de casamento. Durante a festa, acabou o vinho, e a Virgem Maria foi ao encontro de seu Filho relatar o ocorrido. Mesmo ouvindo como resposta que ainda não era a Sua hora, ela ordena aos serventes que façam o que Jesus haveria de dizer. O resultado? Jesus transforma a água em vinho, permitindo que a festa de casamento continuasse, sendo este o primeiro milagre de Jesus.
Uma das coisas que precisamos entender, neste episódio, é o que significa o vinho na cultura judaica. O vinho estava relacionado às festas dos judeus, tendo ali o seu papel de importância. É por isso que, ao faltar o vinho no casamento, tornava-se um grande problema, envergonhando aos noivos. Logo, já podemos concluir que o vinho era algo essencial! O que quero dizer com isso?
A intercessão da Virgem Maria está associada diretamente ao que é essencial para nós, isto é, ao que é de suma importância para alcançarmos a santidade. Como Mãe, ela nos conhece. Ela sabe do que precisamos, sabe das nossas lutas e das nossas dificuldades. E como ela tem como prioridade ser este nosso auxílio na caminhada rumo ao céu, ela mesmo rogará e antecipará as necessidades que trazemos. Na luta contra o pecado, a Virgem Maria se torna um grande auxílio, fortalecendo-nos! E mesmo quando tudo parece estar tão difícil, ela está ali presente, dando o seu socorro e apontando o caminho do Céu. Podemos ver isso também na passagem de Pentecostes: os discípulos estavam de portas fechadas no Cenáculo, mas permaneciam orantes e unidos a Mãe de Jesus. Dessa união e da oração comum, sendo ela toda cheia, plena do Espírito Santo, os discípulos de Jesus viveram o derramamento do Espírito e levaram adiante a missão deixada pelo Mestre.
Ao mesmo tempo, precisamos também nos lembrar de outra característica de Nossa Senhora: ela é a Virgem Silenciosa. Na Canção Nova, Padre Jonas deixou registrado que ela é muito discreta, mas que está sempre presente. A intercessão de Nossa Senhora tem essa característica: ela age silenciosa e discretamente, rogando por nós diante de seu Filho. É por isso que, na certeza dessa presença constante junto de nós, a nossa oração passa também por Ela; com Ela conversamos, falamos das nossas lutas, das nossas vitórias, das nossas necessidades. Por muitas vezes, deixamos aos seus cuidados nossas lágrimas, nossas preocupações e angústias. Com a Virgem Maria, precisamos ter também essa oração íntima, profunda e pessoal, uma verdadeira conversa. E, é claro, precisamos rezar sempre o Santo Rosário, colocando-nos sob a intercessão da Virgem Maria, pois, a cada Ave-Maria, já suplicamos: Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora da nossa morte. Amém!