CRISTO

Cristo verdadeiro Deus e verdadeiro homem!

A fé da Igreja na profissão de fé de São Cirilo

Cristo verdadeiro Deus e verdadeiro homem! Uma afirmação e verdade de fé polêmica até entre os cristãos!

Desde suas origens, a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo passou por várias turbulências. Quanto mais crescia em número e ia se estruturando, a Igreja precisava deixar claro as suas verdades de fé. Os pastores da Igreja trabalhavam para combater as heresias que iam surgindo. No século V, surge São Cirilo que é mais conhecido por sua defesa vigorosa da fé ortodoxa contra o nestorianismo, uma heresia que afirmava a existência de duas pessoas separadas em Jesus Cristo – uma divina e outra humana. Nestório, Patriarca de Constantinopla, sugeria que Maria deveria ser chamada de Christotokos, portadora de Cristo, em vez de Theotokos, portadora de Deus.

Cirilo argumentou firmemente que Jesus Cristo é uma única pessoa com duas naturezas inseparáveis, divina e humana. Maria, portanto, deveria ser reconhecida como Theotokos. Essa defesa foi fundamental para a compreensão ortodoxa da encarnação.

Cristo verdadeiro Deus e verdadeiro homem!

A profissão de fé de São Cirilo, ao proclamar Cristo como verdadeiro Deus e verdadeiro homem, e afirmando-o como um único Senhor, Cristo e Filho, encapsula a essência do cristianismo. Este credo não é apenas uma formulação teológica, mas uma declaração de fé que tem guiado a Igreja através dos séculos, assegurando a fidelidade à verdade revelada em Jesus Cristo. Esta profissão continua a ser um ponto de referência para os cristãos, lembrando-os da profundidade do mistério da encarnação e da unidade de Cristo, fundamental para a sua fé e vida espiritual. A liderança de São Cirilo foi essencial no Concílio de Éfeso em 431 d.C., onde suas posições teológicas foram confirmadas e o nestorianismo foi condenado. Esse concílio teve um impacto duradouro na cristandade, afirmando que Cristo é uma única pessoa divina e humana, e estabelecendo a Mariologia, que reconhece Maria como Mãe de Deus. A atuação de Cirilo no concílio ajudou a moldar a doutrina cristã de forma decisiva.

Cristo Verdadeiro Deus e Verdadeiro Homem

A primeira parte da afirmação, “Cristo verdadeiro Deus e verdadeiro homem,” destaca a doutrina da dupla natureza de Cristo. Esta doutrina, formalizada no Concílio de Calcedônia em 451 d.C., declara que Jesus é plenamente Deus e plenamente homem. Ele possui duas naturezas, divina e humana, unidas de forma inseparável em uma única pessoa. Essa crença é essencial porque reafirma que, em Jesus, Deus se fez verdadeiramente humano, experimentando a condição humana em sua totalidade, sem perder sua divindade. Este mistério da encarnação significa que Deus não está distante, mas que se aproximou da humanidade para a redenção do mundo.

Um Único Senhor, um Único Cristo e um Único Filho

A continuação da profissão de fé, “Um único Senhor, um único Cristo e um único Filho,” enfatiza a unidade e singularidade de Jesus Cristo. São Cirilo combateu vigorosamente as heresias que ameaçavam esta unidade, particularmente o nestorianismo, que sugeria uma separação entre as naturezas divina e humana de Cristo. A afirmação de que Cristo é “um único Senhor” sublinha que Ele é soberano sobre todas as coisas. “Um único Cristo” reforça que Ele é o Messias, o Ungido de Deus, enviado para salvar a humanidade. “Um único Filho” indica que Jesus é o Filho unigênito de Deus, eternamente gerado pelo Pai, e não criado, o que confirma sua divindade.

A Importância na Tradição da Igreja

A profissão de fé de São Cirilo é vital porque reafirma a identidade de Cristo contra interpretações que diluíram a compreensão da sua natureza. Na tradição da Igreja, esta declaração tem sido um baluarte contra as heresias e uma pedra angular para a ortodoxia cristã. A clareza com que São Cirilo e os concílios ecumênicos defenderam esta fé proporcionou uma base sólida para a teologia cristã, assegurando que a adoração, a doutrina e a vida espiritual da Igreja permanecessem centradas na verdade de quem Cristo é.

São Cirilo deixou um vasto legado de escritos que continuam a influenciar a Teologia Cristã. Suas cartas, homilias e tratados teológicos abordam temas cruciais como a Trindade, a encarnação e a redenção. Sua obra mais famosa, “Doze Anátemas contra Nestório”, detalha sua oposição ao nestorianismo e explica a união hipostática de Cristo. Seus escritos não apenas combateram as heresias, mas também ofereceram uma explicação clara e articulada da fé cristã.

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