Outubro é conhecido como o mês missionário, sendo assim, um tempo propício para refletirmos sobre nosso chamado batismal de sermos discípulos missionários. A missão, no entanto, não se inicia simplesmente com o envio, mas com a disposição interior de responder ao chamado de Deus. O Papa Francisco nos recorda na Evangelii Gaudium: “A vida de Jesus é um permanente ato de disponibilidade ao Pai” (EG 267). Antes de qualquer ação missionária, somos chamados a abrir nosso coração e mente à vontade Deus, prontos para obedecermos com docilidade, a exemplo de Maria, e sermos enviados onde Ele quiser.
Podemos nos espelhar na vida dos santos da Igreja, que nos dão exemplos de como um coração disponível precede a missão. São Francisco Xavier, grande missionário jesuíta, antes de partir para as longínquas terras da Ásia, já havia oferecido sua vida inteiramente a Deus, estando disposto a deixar sua terra, sua cultura e até mesmo seu conforto pessoal para proclamar o Evangelho. O que podemos contemplar também na vida de Santa Teresinha do Menino Jesus, padroeira das missões, que nunca saiu do convento, mas sua total entrega em oração e sacrifícios tornou sua vida missionária.
E o que une esses santos? A prontidão em dizer ‘sim’ a Deus sem reservas, abandonar-se, confiando na Providência que os leva para onde é preciso evangelizar, coração dócil e obediente em ir apressadamente a todo aquele que não conhece a Verdade.
A missão é uma extensão da nossa fé batismal, mas ela começa dentro de nós, na nossa disposição de sermos instrumentos de Deus no mundo, como nos ensina o Catecismo da Igreja Católica: “O chamado de Cristo à vida apostólica e missionária é uma obrigação derivada do próprio batismo” (CIC 849). Uma resposta livre e consciente ao envio missionário só é possível quando há uma disposição interior para escutar, acolher e agir.
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O mês missionário é um convite para nos questionarmos sobre quanto há de disposição em nosso interior para sermos sinal do próprio Cristo no mundo e levá-Lo com a nossa vida. Não somos todos chamados a ir para terras distantes, mas somos chamados a estar disponíveis para o que Deus quer de cada um nas diversas realidades às quais estamos inseridos. A verdadeira missão começa no coração de cada cristão, onde o “sim” à vontade de Deus se torna o primeiro e mais importante passo.
Como discípulos missionários, devemos estar sempre prontos para ser enviados, confiando que o Espírito Santo nos guiará e nos sustentará em todos os momentos da jornada missionária.
Sua vida tem sido sinal de Cristo na vida das pessoas? Você tem vivido sua missão de ser luz para este mundo? Qual sua disponibilidade para se deixar ser esse instrumento afinado nas mãos do Regente, que é o próprio Deus?
“Sigamos o caminho da simplicidade. Entreguemo-nos com todo o nosso ser ao amor. Em tudo, busquemos fazer a vontade de Deus. O zelo pela salvação das pessoas devore nosso coração” (Santa Teresinha do Menino Jesus).
Deus abençoe!