CONSOLO

Nossa Senhora de Lourdes, alívio dos enfermos

As aparições da Virgem Maria ocorridas em Lourdes tiveram seu início em 11 de fevereiro de 1858. Lourdes era o principal distrito dos Altos Pireneus na região meridional da França, com apenas 4.143 habitantes na época das aparições. Nossa Senhora aparece a Bernadete Soubirous entre 11 de fevereiro a 16 de julho. Bernadete nasceu em 7 de janeiro de 1844, e seu pai, Francisco Soubirous, era dono de um moinho, mas os negócios andavam mal. Francisco acabou sendo expulso do seu moinho e, depois de certo tempo, obrigado a procurar abrigo em um barraco – no cachot, a velha prisão da cidade, abandonada por causa da insalubridade do lugar. Foi neste cenário de intensa pobreza e grande humilhação – pois sua família era vista como a mais pobre da cidade – que Bernadete Soubirous foi agraciada com as aparições da Virgem Maria.

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Na época das aparições, Bernadete – de quatorze anos – saiu de casa para apanhar um pouco de lenha com o fim de aquecer sua habitação. Também buscava por ossos para vender nos arredores de Lourdes. Sua irmã Maria e a amiga Joana Abadia são suas companheiras nesta empreitada. Quando chegaram em frente à gruta de Massabielle, na confluência do rio Gave com o canal do moinho, suas duas companheiras atravessaram o canal para catar lenha. Devido sua saúde frágil – pois sofria de asma –, Bernadete hesita em atravessar. Mas, ao perceber que não havia outra alternativa mais viável, começa a tirar sapatos a fim de alcançar suas companheiras que já estavam a certa distância. Neste momento, ouve um barulho como se fosse um vento forte. De imediato, ela ignora o barulho, mas como que impulsionada pela ação sobrenatural de Deus, ela se volta e, “numa luz, ela vê uma jovem maravilhosa, vestida de branco, que lhe sorri e lhe faz sinal para que se aproxime. Uma faixa azul lhe prende a cintura, sobre cada um dos pés pousa uma rosa amarela, e amarela é a cor da corrente do seu rosário”.( DE FIORES, MEO 1995).

Roguemos a Nossa Senhora a cura para o corpo e para a alma.” | Foto ilustrativa: Yael Portabale via Cathopic

Em sua inocência, Bernadete pensa que está vendo uma miragem ou que se trata de mera ilusão de sua parte. Então, esfrega os olhos, tira seu terço do bolso e começa a rezá-lo diante da visão. Na volta para casa, Bernadete deseja guardar tudo para si, mas sua irmã arranca-lhe o segredo sob promessa de não contar à mãe. A promessa foi quebrada, e ambas receberam algumas “palmadas”. Porém, em 14 de fevereiro, Bernadete obtém permissão para voltar à gruta, acompanhada das mesmas meninas, e ocorre a segunda aparição. Mas é na terceira aparição, ocorrida em 18 de fevereiro, que Bernadete ouve estas palavras: “Queres fazer-me o favor de vir aqui durante quinze dias?”. E a Virgem lhe faz uma estranha promessa: “Não te prometo fazer-te feliz neste mundo, mas no outro”.

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A partir daí, de 19 de fevereiro a 4 de março, houve 15 aparições. Em uma dessas aparições, a Virgem Maria lhe diz: “Vai beber à fonte e lava-te”; e recebe outros convites como o de rezar pela conversão dos pecadores e fazer penitência. A Virgem também lhe pede que vá dizer aos sacerdotes que venham até ao local das aparições em procissão e que lhe edifiquem uma capela. Mas será na visão de 25 de março que a Virgem revela seu nome a Bernadete: “Eu sou a Imaculada Conceição”. E, diante desta sublime revelação, há um grande detalhe que não pode passar despercebido diante dos nossos olhos. Detalhe fundamental, inclusive, para atestar a veracidade das aparições: Bernadete era uma menina pobre, doente, analfabeta e pertencia a uma família marginalizada. Este grande detalhe confirma as palavras de Jesus quando afirma que o reino dos céus é dos pequeninos. E, ao voltarmos ao Evangelho, podemos assegurar que também a Virgem de Nazaré era uma menina pobre entre seu povo; e não foi dela que o Filho de Deus veio ao mundo? Percebe-se, então, que Deus não muda seu “jeito de pensar e agir”.

Santuário de Lourdes

Voltando à mensagem dessa aparição, certamente podemos afirmar que somos convidados pela Virgem Maria a uma vida de conversão, oração e pobreza evangélica: “Bem-aventurados os pobres de espírito, pois deles é o Reino dos céus” (cf. Mt 5,3). Percebe-se claramente que o convite da Mãe de Deus é um chamado a viver como ela viveu, com seu espírito benevolente e sempre disposto a deixar que Seu Filho Jesus seja o centro de sua vida. Sua mensagem reflete seu modo de vida enquanto peregrinava nesta terra e, ainda mais agora, quando se encontra na glória de Deus. Ela sabe a importância da pobreza evangélica e, por isso, a fim de manifestar sua especial predileção pelos “pobres do Reino”, Deus permitiu que, por sua intercessão, fossem realizadas várias curas milagrosas no santuário de Lourdes. Por isso, esse santuário em especial é conhecido como Santuário dos enfermos. Sua fama se espalhou não tanto devido às aparições em si, mas por sua mensagem de esperança para a humanidade, que sofre física e espiritualmente. Lourdes é conhecida como o lugar que acolhe os enfermos no corpo e no espírito. A partir dessa aparição com o título de Nossa Senhora de Lourdes, a Mãe de Deus é invocada por fiéis de várias partes do mundo que lhe apresentam situações de saúde, tornando-se assim a padroeira dos doentes.

Todos os anos, milhares de pessoas enfermas no corpo e na alma dirigem-se a ao santuário de Lourdes na esperança de encontrar alívio para suas dores físicas e espirituais, e, de fato, o encontram. Também aqui na sede da Comunidade Canção Nova, em Cachoeira Paulista, no Santuário Pai das Misericórdias, muitos peregrinos vêm em busca do encontro pessoal com Cristo Jesus, mas também procuram alívio para suas enfermidades físicas, e as recebem. São inúmeros os testemunhos que chegam na comunidade. O Pai das Misericórdias o espera de braços abertos. Também a Mãe nos espera, acolhe, conduz, traz alívio.

Roguemos a Nossa Senhora a cura para o corpo e para a alma.
Nossa Senhora de Lourdes, rogai por nós!

Referencias:

BÍBLIA. Português. Bíblia de Jerusalém. Trad. Gilberto da Silva Gorgulho; Ivo Storniolo; Ana Flora Anderson (Coord.). Nova ed. rev. amp. São Paulo: Paulus, 2002.

DE FIORES, Stefano; MEO, Salvatore (dir.). Dicionário de Mariologia. São Paulo: Paulus, 1995.
Nossa Senhora de Lourdes – Vatican News 

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