Especial Tudo Deixei por Ti
Ordenação 2024
Parte 1
O Especial Ordenação 2024 tem como objetivo contar a história dos quatros missionários e futuros sacerdotes da Comunidade Canção Nova
Durante essa semana, vamos conhecer a história de Valdeir Grangeiro Bento, nascido na Paraíba e criado em Diadema, no ABC de São Paulo. Caçula de oito irmãos, ele vem de uma família católica tradicional. Após conhecer a Canção Nova e ouvir Deus o chamando para o sacerdócio logo no seu encontro pessoal, ele segue uma longa jornada. Valdeir partilha a descoberta do carisma, sua caminhada, ingresso para a Comunidade e as dúvidas em relação ao sacerdócio. Bento trilhou um caminho de vida missionária, foi em direção à constituição de uma família e namorou na Canção Nova, mas o chamado ao sacerdócio se tornou mais forte. Veja como ele deixou tudo por amor a Cristo e à Igreja.
No próximo dia 8 de dezembro, José Márcio Junior, Valdeir Bento, José Dimas da Silva e Rafael Vitto serão ordenados diáconos provisórios e, futuramente, ordenados sacerdotes. Neste mês de novembro, vamos conhecer a trajetória e história que levou a vida desses jovens a uma escolha definitiva e entrega total a Cristo por meio do Sacramento do Sacerdócio.
01 – Origem – Leia a transcrição do vídeo:
Eu me chamo Valdeir Grangeiro Bento, sou natural do Estado da Paraíba, nasci na cidade de Esperança. Minha família vivia numa pequena cidade do interior na região de Campina Grande. O nome da cidade é Areal, na qual eu vivi com eles até os dois anos e meio. Depois, viemos para São Paulo, Diadema, onde eu fui criado. Cresci na Grande São Paulo, no ABC, em Diadema, até os 21 anos de idade; depois, vim aqui para a Comunidade Canção Nova.
Sou o caçula de oito irmãos. Sou de uma família de tradição muito católica. Minha mãe me incentivava muito a participar da igreja, a ir para a catequese, algo que, quando eu era criança, não gostava muito, não queria ir. Até dizia assim que, quando eu completasse 18 anos, não iria mais para a igreja, não queria saber mais de ir para a igreja. Aos 17 anos, como todos os anos, eu ia para a Paraíba passar férias. Numa das casas que eu estava visitando com a minha mãe, uma senhora nos apresentou a TV Canção Nova.
Na adolescência, eu já não participava da Igreja. Tinha vivido toda a realidade de Primeira Eucaristia quando mais jovem, e aquela fase da crisma também. Mas, depois, eu não queria mais saber de participar. Mesmo assim não tinha uma vida desregrada, perdida e muito afastada de Deus. Então, de vez em quando, eu ia aos domingos, e me sentia muito bem, mas, mesmo assim, não era algo profundo, não tinha intimidade com Deus nem uma vida constante de oração. Mas, nessa ida à Paraíba, aos 17 anos, em 2001 mais ou menos, essa senhora nos apresentou a TV Canção Nova.
Ela nos perguntou se conhecíamos a Canção Nova, se conhecíamos Cachoeira Paulista. Eu disse a ela que nunca tinha ouvido falar, apesar de crescer em São Paulo. Mas, como era do interior, não conhecíamos Cachoeira Paulista. Assistir àquela TV, a programação da Canção Nova, despertou em mim o desejo de buscar a Deus.
Eu até testemunho que, realmente, as ondas da TV Canção Nova são ondas eucarísticas, porque despertaram em mim um desejo de buscar a Deus.
Voltando para São Paulo, procurei o que era a TV Canção Nova. Não a encontrei, porque não era TV aberta. Na casa da minha irmã, tinha uma parabólica, e eu ia até a casa dela assistir. Fui alimentando aquele desejo de estar mais com Deus, de voltar para a Igreja, de estabelecer uma intimidade com o Senhor.
02 – Encontro Pessoal – Leia a transcrição do vídeo:
Naquele mesmo ano, em 2001, eu comecei a participar de um grupo de jovens. Estava terminando o Ensino Médio, e imaginei: Como é que vai ficar? Porque eu não tinha outras amizades, não era de sair para baladas, apesar da juventude. Eu fui criado muito preso dentro de casa. Minha mãe tinha medo na minha adolescência, porque eu morava numa favela; então, ela tinha medo que eu me envolvesse naquelas questões de drogadição e outras realidades. Por isso ela me criava muito preso.
Comecei a participar da Igreja, fui a um grupo de jovens e esse grupo anunciou que haveria um congresso PHN no Ibirapuera, em São Paulo. Isso despertou em mim o desejo de participar. O que era PHN? Não fiz nenhuma conexão do PHN com a Canção Nova, apenas queria estar onde os jovens do grupo estivessem.
Eu fui para aquele congresso PHN. Foi no dia 24 de junho de 2001, no Ibirapuera, em São Paulo. Naquele encontro, eu tive o meu encontro pessoal com Deus. Fiquei maravilhado de ver tantos jovens reunidos! Imagina só!? Para quem conhece o Ginásio do Ibirapuera, lotado de jovens, mais ou menos umas 10 mil pessoas ali, muitos jovens participando, rezando, cantando. Para mim, foi uma experiência muito marcante.
Ainda que eu tivesse um histórico de participação na Igreja, não era algo tão forte assim como a Renovação Carismática. Já tinha ido no início da adolescência, de uma missa com o Padre Marcelo Rossi, ainda assim, não foi algo que tivesse mudado a minha vida para começar a participar mais da Igreja.
Naquele congresso PHN, a minha vida começou a mudar. Recebi o batismo no Espírito Santo, comecei a orar em línguas, fui sendo tocado pelas pregações, sendo tocado para poder ter uma vida nova. Tudo aquilo que o jovem vive no acampamento PHN, em Cachoeira Paulista, eu fui também sendo tocado e transformado. Algo interessante que eu posso dizer é que, naquele congresso PHN, a pessoa que estava conduzindo o encontro disse que muitos jovens estavam sendo tocados para entregar a vida para Deus no sacerdócio.
Naquele momento, meu coração começou a acelerar… Mas, imagina só, eu não tinha experiência de Igreja, de caminhada, mas eu senti algo muito forte, eu senti que Deus estava me chamando. Até uma moça da igreja falou assim: “Você que sente esse chamado, você que está sentindo algo diferente, venha aqui que nós vamos rezar por você”. E eu falei: Não é para mim. Eu estou começando agora, estou começando agora na Igreja. Esse negócio não é para mim, não.
Então, a moça falou para mim:
-E você?
-Eu o quê?
-Você não vai?
-Não, não…Isso aí não é para mim, não.
-Olha, eu sinto que Deus tem algo grandioso para fazer na sua vida. Deus tem algo muito grande no que diz respeito a sua vocação.
Naquele momento, eu senti, realmente, que Deus me chamava ao sacerdócio, mas eu não tive coragem o suficiente para corresponder. Até um jovem que estava conosco foi, e eu senti no coração: ele não, é você. Mesmo assim, eu disse que não, falei que não, que não era isso.
Ao ver aquele congresso PHN, percebi que era a organização da Canção Nova e da Renovação Carismática Católica. Liguei as duas coisas. Ao voltar para a minha paróquia, procurei participar de um movimento da Renovação Carismática, desse Grupo de Oração, e me engajar mais no grupo de jovens; assim comecei a trabalhar.
Comprei uma parabólica para assistir à Canção Nova e fui me alimentando, participando do Grupo de Oração, participando do grupo de jovens, assistindo à Canção Nova. E assim foi indo, crescendo mais na minha intimidade com Deus.
Comunicação Santuário do Pai das Misericórdias