“Todo o nosso bem vem da oração”
Santo Afonso (†1787), doutor da Igreja, é o autor da frase acima. Ele dizia que todos os pregadores deveriam insistir sobre isso, pois sem oração não obtemos as graças necessárias para viver segundo a vontade de Deus.
É por isso mesmo que o demônio faz de tudo para nos desviar da oração.
A oração é para a alma o que o ar é para o corpo. Uma alma que não reza é uma alma que não respira, não tem vida.
Santo Agostinho dizia: “Ser orante, antes de ser orador”. “Falar com Deus, mais do que falar de Deus”. “Teu desejo é a tua oração; se o desejo é contínuo, também a oração é contínua”.
São João Maria Vianney, o patrono dos párocos, sobre a oração, dizia: “Prestai atenção, meus filhinhos: o tesouro do cristão não está na terra, mas nos céus. A oração nada mais é do que a união com Deus. Quando alguém tem o coração puro e unido a Deus, sente em si mesmo uma suavidade e doçura que inebria e uma luz maravilhosa que o envolve. Nesta íntima união, Deus e a alma são como dois pedaços de cera, fundidos em um só, de tal modo que ninguém mais pode separar. Como é bela esta união de Deus com a sua pequenina criatura! É uma felicidade impossível de se compreender”.
1 – Jesus orou muito; Ele é o Mestre da oração. Orou na tentação do deserto (Mt 4,1-11; Lc 4,1-13); orou no batismo (Lc 3,21); na agonia (Mt 26,36.44); na cruz (Mt 27,46); nas montanhas (Lc 5,16; Mt 14,23; Mc 1,35); orou por Pedro (Lc 22,32); orou por todos (João 17), ao ressuscitar Lázaro ( Jo 11,41-42). “Jesus retirou-se para uma montanha para rezar” (Lc 6,12).
2 – Veja o que a Palavra de Deus nos fala sobre a oração:
1 Tess 5,17 – “Orai sem cessar. Em todas as circunstancias, dai graças…”;
Lc 18,1 – “Orar sempre sem jamais deixar de fazê-lo”;
Lc 22,46 – “Levantai-vos, orai para não cairdes em tentação”;
1 Tm 2,8 – “Quero, pois, que os homens orem em todo lugar…”;
Fl 4,6 – “Em todas as circunstâncias, apresentai a Deus as vossas preocupações”;
Cl 4,2 – “Sede perseverantes, sede vigilantes, na oração acompanhada de ações de graças”.
São João Paulo II dizia que “quanto mais sofremos, mais precisamos rezar”.
3 – A oração deve ser humilde, pois “Deus resiste aos soberbos, mas dá a Sua graça aos humildes” (1Pe 5,5). “Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha casa… (Mt 8,8). Veja o exemplo da mulher cananeia: “Senhor, Filho de Davi, tem piedade de mim…” (Mt 15,21-28) e do fariseu soberbo e o publicano humilde (Lc 18,9).
4 – A oração deve ser confiante. O leproso disse a Jesus: “Senhor, se queres, podes curar-me” (Mt 8,3). E Jesus respondeu: “Se podes? Tudo é possível àquele que crê” (Mc 9,23). “Tudo o que pedirdes na oração, credes que o tendes recebido e ser-vos-á dado” (Mc 11,24).
São Pedro nos recomenda: “Lançai sobre Ele todas as vossas preocupações, porque Ele tem cuidado de vós” (1 Pe 5,7). E São Paulo: “Não vos inquietais com nada” (Fl 4,6). “Sede alegres na esperança, pacientes na tribulação e perseverantes na oração” (Rm 12,12). São Tiago afirma que: “A oração do justo tem grande eficácia” (Tg 5,16).
5 – Dificuldades a enfrentar na oração. Há alguns obstáculos à oração: uma vida agitada, a falta de fé, o ceticismo – achar que orar é inútil –, desânimo diante da aridez, decepção por não ser atendido segundo a sua vontade, orgulho, pois não aceita sua indignidade de pecador; a distração, que nos revela aquilo a que estamos amarrados; preguiça (= acídia) – relaxamento da espiritualidade, diminuição da vigilância, presunção; falta de humildade, falta de perdão. “Perdoai as nossas ofensas assim como…” (Mt 6,14)
6 – Para vencer as dificuldades na oração – Colocar-se na presença de Deus e pedir perdão dos pecados. Deus quer que nosso desejo seja provado na oração. Ele nos prepara para receber aquilo que Ele quer nos dar. Por isso, às vezes, demora a atender. A oração é cooperação com sua Providência Divina, para fazer Sua vontade. A transformação do coração que reza é a primeira resposta a nosso pedido. Jesus não deixa de interceder por nós junto do Pai. “Sem Mim nada podeis fazer” (Jo 15,5). “Se dois de vós estiverem reunidos em meu nome…” (Mt 18,19)
7 – Nem sempre Deus nos atende, e isso é para o nosso bem – “Demais, para que a grandeza das revelações não me levasse ao orgulho, foi-me dado um espinho na carne, um anjo de Satanás para me esbofetear e me livrar do perigo da vaidade. Três vezes roguei ao Senhor que o apartasse de mim. Mas ele me disse: “Basta-te minha graça, porque é na fraqueza que se revela totalmente a minha força”.
8 – Meios que nos ajudam a orar: A Palavra de Deus, os livros de meditação, a Liturgia, o Terço, a Liturgia das Horas, Ladainhas, Novenas, Adoração do Santíssimo etc.
Aprofunde este tema no livro – “A Importância da Oração” – Ed. Cléofas
Professor Felpe Aquino
Doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP (Universidade Estadual Paulista) e Mestre na área pela UNIFEI (Universidade Federal de Itajubá), também foi diretor da FAENQUIL, atual Escola de Engenharia de Lorena (EEL-USP) durante 20 anos. Foi casado durante 40 anos com Maria Zila, é pai de cinco filhos e avô de dez netos.