A vocação da paternidade na ótica divina
Começo esta reflexão com uma pergunta profunda, que precisa ecoar no coração de cada homem: De que adianta o homem ganhar o mundo inteiro… se perder a sua paternidade? Vivemos em tempos que muitos homens correm atrás de títulos, conquistas, reconhecimento, sucesso financeiro. Mas, muitas vezes, tudo isso é alcançado à custa de algo que não se recupera tão facilmente: a presença, o vínculo, o coração dos filhos.
Paternidade: Dom e Missão
A paternidade é, antes de tudo, um dom de Deus — uma graça divina. Sendo divina, é também mistério. Mas não um mistério distante ou inalcançável: é um chamado à participação. Deus, na sua infinita humildade, quis precisar de nós, homens, para gerar filhos dele e para ele. Nossos filhos não nos pertencem. Eles são herança do Senhor confiada às nossas mãos, como foi confiado a São José o cuidado de Jesus.
Por isso, a paternidade não pode ser tratada como um título social. Ela não é status. É vocação.
Conquistar o Coração do Filho
Não basta dizer: “Eu sou pai.” É preciso tornar-se pai a cada dia. Com gestos. Com renúncia. Com sacrifícios silenciosos. Como disse o Papa Francisco: “Existem muitos filhos órfãos de pais vivos.” Que triste constatação. O que falta? Falta presença. Falta doação. Falta paternidade ativa.
Há pais que entregam dinheiro, mas não entregam o coração. Pais que deixam heranças, mas não deixam valores. Pais que bancam a casa, mas não sentam no chão com os filhos. Filhos não precisam apenas de sustento. Precisam de presença, de exemplo, de olhos que veem e braços que acolhem.
Ser Sombra Como São José
São José é o modelo perfeito de paternidade segundo o coração de Deus. Homem justo, silencioso, trabalhador — mas, sobretudo, presente. Ele foi sombra de Deus Pai para Jesus na terra.
Ser pai, nessa ótica, é ser sombra que protege, como uma árvore frondosa que abriga quem repousa à sua sombra.
No Fim, o Que Realmente Importa?
Quantos homens, ao fim da vida, percebem que conquistaram coisas, mas perderam pessoas? Conquistaram respeito fora de casa, mas perderam o carinho dentro dela. Ganharam o mundo… mas perderam o filho. Não permita que isso aconteça com você.
Pai: Uma Identidade Eterna
A paternidade marca profundamente o ser. Você pode deixar de ser engenheiro, mecânico, advogado… Mas nunca deixará de ser pai. Ser pai não é uma função. A paternidade não é peso — é presente. Não é status — é serviço. Não é cargo — é cruz e salvação.
Por isso, lute, conquiste, sacrifique-se e, sobretudo: seja pai segundo o coração de Deus. Porque nenhuma conquista será maior do que ouvir de um filho: “Obrigado por ser meu pai.”