16º Domingo do Tempo Comum - O "coração" de Deus é grande!

O “coração” de Deus é grande, generoso, misericordioso e acolhedor.

Deus sempre deu provas de amor ao ser humano e o acolheu apesar de suas fraquezas e pecados. Diante de um Deus acolhedor a resposta do homem devera ser também de acolher.

Na leitura do Gênesis Abraão, a princípio, encontra com três pessoas mas em seguida dialoga com uma. Nessa passagem alguns teólogos enxergam o mistério da Santíssima Trindade, Pai e Filho e Espírito Santo. De qualquer forma Deus visita Abraão e sua casa. Lembramos que Abraão havia recebido a promessa que seria pai de uma multidão, mas até aquele momento a promessa não havia se cumprido.

Deus as vezes parece fazer um teste com os seus, parece querer ter uma resposta de fidelidade. Por isso resolveu visitar Abraão e que generosidade! Que acolhida de Abraão! Recebeu a pessoa, sem saber que era Deus, insistiu para que ficasse, ofereceu água para lavar os pés e para que descansassem. Ofereceu pão, matou um dos melhores bezerros e lhe serviu com coalhada. Abraão foi extremamente acolhedor para com aquele homem (Deus). Por fim, como gratidão pela acolhida o homem lhe diz que Sara terá uma criança. No gesto de acolhida de Abraão para com Deus, Deus abençoa Abraão com um filho, um descendente. Na generosidade desinteressada de Abraão veio o interesse de Deus em lhe abençoar.

Na segunda leitura Paulo, o apóstolo, se via completamente agraciado por Deus ao ponto de se alegrar pelos sofrimentos que vivia. Se sentia profundamente acolhido por Jesus e tão parte de Jesus que completava em sua carne o que faltava das tribulaçōes de Cristo. Claro que isso não revelava uma imperfeição do sacrifício de Jesus, mas significava que Paulo continuava a missão do Senhor.

No Evangelho Jesus foi à casa dos amigos, Marta, Maria e Lázaro. Aparentemente Marta acolhe Jesus, mas na verdade quem acolhe é Maria. Marta apenas recebeu Jesus, mas não o acolheu. Jesus revelou o pecado ou uma limitação de Marta “preocupas e andas agitada…” Acolher não apenas abrir a porta, servir um chá, dar coisas… Acolher é dar-se. “escolheu a melhor parte” foi estar com o Senhor, deu-se ao Senhor, “inteirou-se” ao Senhor, esteve inteira com Jesus. Maria porque esteve inteira com Senhor sua parte não lhe seria tirada, diferentemente de Marta que ao se ocupar com coisas se frustraria, pois realizaria um serviço ali ou lá e no outro dia precisaria fazer novamente. Marta batalhava pelo transitório, terreno enquanto Maria se ocupava com as coisas do alto.

Jesus não proíbe fazer as coisas, ter um trabalho, até porque são realidades necessárias para sobrevivência, para a ordem e para o bem do outro e de uma sociedade. Porém, Jesus quer dizer que deve-se cultivar também valores que não passam, que nos “melhoram” como gente. Acolher, dar atenção, dar de si, estar aos pés do Senhor são valores eternos e que precisam ser cultivados, vividos e propagados. Uma das grandes tristezas é quando vemos filhos que brigam pela herança dos pais, infelizmente os filhos param naquele momento para repartir e não para partilhar. Parece que cada um “pega” sua parte e “parte”, parte para longe do irmão. É literalmente bem (bem material) que vira mal.

Por fim, Abraão usou bem os seus bens, usou para acolher, Marta se equivocou e se perdeu nos trabalhos, já Maria escolheu a melhor parte, porque acolheu de coração. Acolher o Senhor Jesus, parar para estar com ele, valorizar os momentos com Jesus e transferir isso para vida é a melhor atitude que podemos ter como cristãos. Rezar, estar com o Senhor e traduzir aquele momento com o Pai em acolhida e amor ao próximo. Não devemos “reter” Deus ou apenas realizar trabalhos de uma obra de Deus, devemos dar Deus, dar Jesus com o nosso acolhimento.

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