Dom João Inácio Muller, bispo da diocese de Lorena, celebrou a Santa Missa no Santuário do Pai das Misericórdias em ação de graças pelo seu aniversário natalício.
No início da semana, dia 15, às 7h, o bispo iniciou a celebração falando do significado do beijo no altar pelos sacerdotes: “Sempre gosto de lembrar que quando os sacerdotes sobem ao altar, há ali o Santíssimo. Os padres fazem a genuflexão e beijam o altar, isto é, beijam o Senhor, consagram-se e Ele e se entregam. Celebrar a Santa Missa é a maior consagração.
Nós ouvimos a Palavra do Senhor, deixamo-nos embeber por ela e permitimos que ela vá nos refazendo, a fim de que recebamos o “tudo” de Deus pela Eucaristia. Ao comungar, realmente recebemos o Senhor de coração e corpo, abraçando-O e sendo abraçados por Ele, fazemos assim um pacto de vida e de sangue. Ele é nosso e nós somos d’Ele. Deus é fiel e não abre mão de nós”.
O prelado abriu espaço, durante a homilia, para saudar a cofundadora da Comunidade Canção Nova, Luzia Santiago, e também os seminaristas e o clero presente. “É uma alegria estar aqui!”, disse o bispo.
Continuando sua reflexão, Dom João afirmou: “Os textos de hoje, em Coríntios e Mateus, são maravilhoso, mas nos provocam sempre a uma conversão, uma mudança de vida. Por outro lado, gosto de escutar o quanto Deus acredita em nós, gosto de me encantar com Sua Palavra e ver como Ele é maravilhoso. Vocês não foram criados para a revanche, para terem ódio no coração, para se cobrar dos outros, quem faz isso ainda é pagão, ainda não foi batizado, ainda não é filho de Deus. A conversão é uma coisa exigente.
Jesus diz: Vocês ouviram o que foi dito, o que Deus disse por meio de Moisés, e disse eu vim corrigir a Deus, pois Ele é o Filho de Deus que veio trazer à plenitude a compreensão da Palavra.
Deus disse daquela forma por causa da dureza do coração das pessoas, eu porém vos digo: não resistam ao malvado. Misericórdia, isso não é pouca coisa! Se uma pessoa nos faz o mal, não podemos revidar. Fomos criados à imagem e semelhante de Deus, fomos feitos bons e, por criação, recebemos de Deus um coração bom. […]
Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida. Temos tantos santos que viveram tão pouco! Quem disse que temos de ser como Matusalém e viver mais de 100 anos? Vamos viver bem os anos, e, a cada ano, a imagem de Deus deve ser mais visível em nós e não o contrário.
Quando conseguimos “dobrar o eu”, para acolher a orientação do Pai, nossa vida floresce, abre-se. Precisamos sempre ficar atentos e vigiar. Não podemos deixar que a raiva, que as angústias e as coisas contra o outro não podem ficar em aberto. […] Se temos dificuldade em perdoar, Jesus pede que rezemos pelos inimigos. Vou ajudá-lo a rezar pelos inimigos.
Muitos pensam que devemos debulhar umas Ave-Marias. Se uma pessoa que incomodou você e, por exemplo, se chama Adriano, pegue o terço e diga assim: “Adriano, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, eu o abençoo”.
Reze, a cada dia, um terço, pois o problema não é o Adriano de fora, mas o Adriano que está dentro, é no coração que você deve pacificar a vida dele. Vamos trabalhar o coração. Jesus não permitiu que nosso coração se apequenasse, ele nos criou abertos e grandes para o amor, para que a graça de Deus não seja vã na nossa vida. Ele nos fez bons.”